No final do ano de 2011, ao saber que eu estava organizando uma obra literária sobre o Jerônimo Mendonça, o médium psicógrafo de Lorena, Rogério Leite, chegou até a minha pessoa e comentou comigo que iria á Cambé, no Paraná, em março de 2012 realizar o trabalho das "Cartas Consoladoras" e que se hospedaria na casa do sr. Hugo Gonçalves, o mesmo local em que tantas vezes recebeu o "Gigante Deitado".
Capa do livro sobre Hugo Gonçalves |
Por ter acabado de ler e saber mais um pouco sobre a história do paizinho, o convite do Rogério não poderia ter vindo em outra hora, era aquele o momento, eu iria conhecer o homem que nasceu das mãos de Cairbar Schutel, que fez evangelização infantil com ele, que esteve presente em seus últimos momentos fisicamente na Terra e que também se fez presente em seu velório.
Passaram-se os meses e eu não via a hora de chegar o dia 15 de março de 2012!
Eu não estava tão ancioso pelo fato de poder acrescentar mais para a minha pesquisa acerca do Jerônimo, colhendo depoimentos de tantas pessoas que conviveram com ele, mas sim de poder enfim conhecer o Paizinho de Cambé.
É chegado o dia, a chuva caía torrencialmente e eu fui ao ponto de ônibus, dei um beijo nas "minhas duas meninas" (esposa e filha) e parti em direção á rodoviária. O ônibus chegou do Rio de Janeiro e já estava lotado, entrei nele cheio de alegria e tentei á todo custo dormir na viagem, pois saímos na 5ª feira para chegar em Londrina na 6ª feira pela manhã, antes mesmo do nascer do sol. Mas um homem que sentava-se ao meu lado não apagou a lâmpada do ônibus a noite inteira, o meu assento ficava apertado e além disso ele cheirava á cigarro muito forte (com todo respeito aos fumantes).
Á minha frente um outro homem, que por sinal estava embriagado, não parava de conversar com seu companheiro...Eu havia acordado naquele dia ás 5hs da manhã, trabalhado o dia todo e naquela viagem queria apenas dar um cochilo, mas era impossível, então lembrei que Jerônimo ficava imóvel deitado em uma maca 24 horas e parei de queixar-me quanto aos pequenos imprevistos que encontrava pelo caminho, procurei pensar no que aguardava-me em meu destino.
Em umas das muitas paradas que o ônibus fazia no trajeto, o homem que estava sentado ao meu lado, agora dentro do posto, aproximou-se de mim e quis saber onde eu descería, se estava á serviço ou á passeio. Contando á ele o verdadeiro motivo de estar ali, ele disse-me que trabalhou em Uberaba por 1 ano e meio, e embora não seja espírita, conheceu Chico Xavier e começou á elogiá-lo. Alí percebi o quanto nosso médium mineiro representa a Doutrina no país, que responsabilidade ele tinha e como somos pequenos diante dele.
Ao entrar no ônibus novamente, consegui dormir, mas logo fui acordado pelo companheiro de acento "Ei rapaz! Chegamos em Londrina!" Como havia acabado de pegar no sono, não ouvi o motorista alertar-nos sobre o ponto de parada e por pouco sigo em frente rumo á Foz do Iguaçú, que era o destino final da viagem (risos).
O jardim com sua casa á direita |
De Londrina, tomei um ônibus á Cambé e chegando na praça central da cidade, avistei a Casa da Cultura que minha querida amiga virtual Meire (ela visita o paizinho todos em dias em sua casa) e a Jane haviam comentado, quando explicaram-me como chegar na Rua Pará, 292.
Em poucos minutos eu estava ali na calçada, de frente ao Centro Espírita Allan Kardec, mal podia acreditar! Ao seu lado a gráfica que imprime "O Imortal", um jovem estava abrindo suas janelas e em sua lateral, descendo uma rampa eu cheguei em uma pequena casa de madeira, toda azul celeste, assim como todas as construções ao seu redor, ao avistar um lindo jardim em sua frente com uma placa "Recanto da Saudade Dulce Gonçalves", percebi que estava na casa do paizinho, aquele era o famoso jardim que ele havia feito para sua esposa. Passando por ele fui parar em um pátio que após ver umas crianças confirmei estar no Lar Infantil Marília Barbosa, fundado em março de 1953. Não encontrando ninguém, apenas uma janela de banheiro acesa (que depois fiquei á saber que era o seu Hugo, já acordado em sua casa) eu subi a rampa novamente e voltei para a rua, resolvi então chamar na casa vizinha acreditando ser a casa de Maria José, a nora do seu Hugo. Realmente era ali sua casa, ela aguardava-me e levou-me até a casa do paizinho novamente. Abriu sua porta e levou-me até um quarto "Este é o seu quarto Alex, você não quer descansar um pouco?" Ela abriu o guarda-roupa e tirando alguns lençóis, cobertores e travesseiros foi logo arrumando minha cama, eu disse para ela não se preocupar e eis que ela foi em direção á cozinha "Alex, fique descansando que irei ver se o paizinho está acordado!".
Eu sentei na cama e não acreditava que estava ali, no local onde tantos vultos do Espiritismo passaram e ainda passam: Leopoldo Machado, Jerônimo Mendonça, Raul Teixeira, Divaldo Franco, dentre outros...Eu poderia até descansar na cama, mas dormir eu não conseguiria jamais. Até tirei uma foto minha deitado naquela cama abeçoada (risos).
De repente, no chão de assoalho, ouço alguns "toc toc" e percebendo que alguém se aproximava da porta do quarto trancada, eu resolvi abrí-la para não ser mal-educado, já que eu era uma visita, ao abrir eu confesso que por segundos fiquei paralisado: o seu Hugo estava de frente á porta como que já esperando eu abrí-la e largando o seu andador, olhando-me com um leve sorriso no rosto ele falou: "Então você é o jovem que está escrevendo sobre o Jerônimo?" Emocionado eu peguei em sua mão e á beijei, quando fui responder "Sim, sou eu!" Ele também pegou a minha e á beijou! No primeiro momento, ao olhar para aquele senhorzinho baixinho, eu não o daria 98 anos se não o conhecesse, pois ele aparenta ter 68 e com uma lucidez de 58. Ele virou-se em direção á porta para abrir a longa cortina que a cobria e disse-me "Seja bem vindo, vamos tomar um café". Eu havia acabado de tomar um café bem reforçado na rodoviária de Londrina, mas não pude fazer uma desfeita dessa!
Hugo, Dulce e Divaldo sentados na cozinha |
Eu não estava acreditando que estava ali ao lado de seu Hugo em sua cozinha, lembrei da foto no livro "Abnegado Servidor" em que Divaldo estava sentado ali naquela cadeira e agradeci á Deus por aquela oportunidade, pois estávamos ali sozinhos, conversávamos sobre muitos assuntos, desde os antigos (ele falava com todo entusiasmo sobre os tempos com Schutel, Picinin, Dulce...) até os mais atuais (ele falou do Divaldo que estaria ali naqueles dias, mas que teve problemas no aeroporto). Eram causos e mais causos, ele os narrava com uma lucidez incrível, rica em detalhes, principalmente com datas e bom humor. Ele sempre repetia "Aqui nesta casa, ninguém pode ficar triste".
Hugo e Alex sentados na cozinha assim que chegou |
Depois de quase 4 horas conversando (como espírita arruma assunto quando se vê!) eu acabei cedendo e fui descansar no quarto, com uma tristeza no coração por deixar o paizinho na cozinha, mas ele estava bem amparado pelas várias de suas filhas: Meire, Jaqueline, Catarina, Zéca...
Acordei depois de dormir um pouco mais de uma hora e fui almoçar, como diria Jerônimo: "Que beleza!" A mesa era uma fartura só! Que mãos abençoadas suas filhas tem, elas fazem a comida juntas e com muita alegria, na mesa enquanto almoçamos também se nota a mesma alegria. E o paizinho mesmo almoçando ele continua a contar seus causos que são belíssimos.
Rogério, Cloára, Hugo, Marli e eu após a entrevista |
Após a entrevista concedida á simpática apresentadora, fomos todos tomar um café e foi só risada!
Ela se foi e nos preparamos para a palestra do Rogério que seria no C.E.Allan Kardec, a casa espírita fica anexa á casa do seu Hugo e de noite todos estavam á postos para a realização da mesma.
Ao adentrar no centro, fui para uma salinha recolher os livros e os cd's do Rogério que seriam vendidos no local, eis que então entra um senhor alto e olhando para mim ele diz "você é o Alex que está escrevendo sobre o Jerônimo?", ao responder que sim ele continuou bem humorado: "sou o sobrinho do seu Hugo, sou o Eurípedes, mas não sou de Sacramento não!" e rimos muito, como dizem aqui em nossa terra, ele é muito "gente fina", adorei ele!
Antes da palestra dirigi-me á porta de entrada da casa espírita e eis que para minha surpresa ao olhar para fora vejo uma senhora com olhar bondoso e sorriso verdadeiro se direcionando á mim, eu não podia acreditar: era a Jane Martins Vilela, a escritora que brinco dizendo "sou seu fã" desde os anos 90 quando eu ainda nem era espírita. Nos abraçamos, e coração á coração senti o seu afeto naquele instante, agora nosso contato era real e sentía-me muito feliz por estar com aquela á quem pedi o aval para escrever sobre o Jerônimo. Devido ao pouco tempo que tínhamos antes da palestra, conversamos pouco e fomos interrompidos pelo sobrinho do seu Hugo, o Eurípedes que chegou dizendo "Jane, faça para nós a prece inicial e o Alex faz a apresentação do Rogério".
Palestra do Rogério. Marli e Jane sentados á mesa. |
A palestra do Rogério foi maravilhosa, mesmo com um baita sono eu mantive-me o tempo todo atento e em pé, assim como também o paizinho Hugo Gonçalves, que como de costume, ao final da palestra, tomou o microfone e falou "Vamos todos embora direitinho para casa, nada de ir para a balada!"
Eu e a bondosa Jane na cozinha do seu Hugo |
O jantar acabou e todos foram embora, na casa o casal de Lorena fora dormir no quarto ao lado do que eu estava hospedado, na cozinha ficara o Emmanuel, o seu Hugo e eu. Ainda ouvi alguns causos do paizinho e outras histórias do simpático Emmanuel, que identifiquei-me muito com ele. Mas já cansado pelas horas sem dormir direito, fui despedir-me do seu Hugo e como todo paizinho faz, fui pedir-lhe a benção. Ao pegar em sua mão para beijá-la, eu lhe disse "Tchau paizinho!" E ele com o semblante assustado disse "Tchau? Você vai para onde?" Lembrando do que ele havia dito ao final da palestra, brinquei com ele: "Vou para a balada!" Ele imediatamente falou "Lá fora está cheio de marginais e..." virando a minha mão, de forma á mostrar minha aliança no dedo ele continuou: "Veja isso, você não pode ir á balada!". O Emmanuel e eu rimos muito e ele percebeu que era brincadeira, ao beijar sua mão fui deitar-me no quarto. Mas ainda o ouvi andando pela casa, chegando até a sala onde ficavam os nossos quartos, não sei se ele foi averiguar se realmente eu não fui para a balada (risos).
No sábado pela manhã acordei bem cedo e a janela do meu quarto, dava para dentro do quarto do seu Hugo, eis que ao levantar-me eu avistei-o passando com o seu andador e se direcionando á cozinha. De pronto fui até lá e antes de eu lhe dar "bom dia" ele foi logo dizendo "bom dia, descansou bem?" á cada frase dele eu pensava "Que homem é este? Ele não tem 98 anos!".
Começamos á tomar café juntamente do biscoito de polvilho que eu trouxe especialmente para ele, pois o mesmo é fabricado em Caçapava (próximo de minha cidade) e por ele ter servido ao Exército em Caçapava no ano de 1935, resolvi prestar-lhe esta pequena homenagem. Se eu soubesse que ele gostava tanto desses biscoitos teria trago mais (risos). Ao ganhar os biscoitos de Caçapava na manhã anterior, ele começou a contar histórias desta sua fase na cidade do Vale do Paraíba, lembrando do nome de vários confrades, coronéis, datas e até mesmo sobre curiosidades do Centro Espírita Fé pela Razão, que é a casa na qual ele frequentava naquela época.
Separação dos alimentos no pátio |
Eu entrevistando a Célia Xavier de Camargo |
Tive a oportunidade de conhecer a querida Célia (em breve postarei a entrevista que realizamos) e depois juntamente de seu esposo Joaquim, do Rogério, Marli, seu Hugo, Meire e eu ficamos a bater um papo sobre mediunidade, foi muito bom! Eu ficava só os ouvindo, aprendendo muito!
De noite o seu Hugo nos levou para conhecer o seu museu, lá estão várias fotos, objetos que fizeram parte de sua vida, a marreta que ele ganhou do seu pai aos 13 anos de idade, discos de vinil, um piano raríssimo, fitas k7...até encontrei duas do Jerônimo por lá, comentei com a Meire que era uma pena eu não ter nenhum rádio para tocá-la e captar seu áudio com o meu gravador, pois eram fitas de mensagens dele, seria de grande valia copiá-las para a elaboração do livro.
Depois conhecemos a sua biblioteca, o Rogério não saiu mais de lá (risos), pois assim como eu, ele adora livros raros e para um homem de 98 anos, o que mais tinha lá eram livros desses. Também conhecemos o seu escritório que possui um quadro gigantesco com sua árvore genealógica que fora doado por uma sobrinha sua de Matão. Há também por ali uma foto bem grande do seu Hugo erguendo os braços no momento em que o Corinthians fora campeão, ele narrando este fato é hilário "Todos esperavam eu erguer os braços, até pediam - Vô, levante os braços - e em dado momento por meu descuido eles tiraram esta foto".
Boneca Marília |
O sábado foi mais que iluminado, conheci várias pessoas, recebi muito carinho das filhas do seu Hugo, das pessoas que o visitavam á todo instante, das crianças ali presentes e das mães que desejavam falar com o Rogério e a Marli, contando suas histórias sobre o desencarne de seus ente-queridos.
No domingo pela manhã acordei bem cedo e após fazer a barba, tomar um café e uma breve leitura, dirigi-me ao C.E.Allan Kardec onde todos já aguardavam o casal de médiuns psicógrafos para serem realizadas as suas solicitações dos recadinhos de seus ente-amados. A Meire incansavelmente organizava a fila, distribuía as senhas e ainda ajudava-nos a vender os livros do Rogério.
A bondosa Jane (a chamava assim antes de conhecê-la mais intimamente, mas agora que a conheci mais de perto posso chamá-la assim com mais convicção, pois ela é toda humildade e bondade em espírito, realmente alguém que faz juz á doutrina que prega) chegou para nos ajudar com seu filho Matteus: que garoto exemplar, á primeira vista também pude notar e sentir sua luz, todos o rodeavam, ele alegrava á todos e carinhosamente cumprimentava um por um.
Hugo, Jane e eu (de olhos fechados) |
A nora do paizinho, Maria José deu-me as chaves do museu e falou toda feliz "Vai lá Alex, pega as duas fitas que você tanto quer" Eu parecia uma criança (risos) correndo dentro do museu e abrindo o armário. Ao lado da fita do Jerônimo haviam outras fitas k7: Langerton; Heigorina Cunha; Conversa com Divaldo; Vozes do Infinito de Raul Teixeira; Palestra do Raul Teixeira de 1986; Palestra com Ana Guimarães, Professora Deise...Pensei em quantos livros dariam todas aquelas relíquias em áudio. Entrei na biblioteca do seu Hugo com as duas fitas do Jerônimo e comecei á gravar, ao sair de lá a Jane apresentou-me a outra nora do paizinho, a dona Terezinha, esposa do Cairbar (Seu Hugo possui 2 filhos: o Emmanuel já citado acima e o Cairbar que também colabora no jornal). A Terezinha contou-me uma linda história para nós sobre uma experiência que ele teve juntamente com o Jerônimo e o saudoso Luiz Carlos Pedroso, marido da Luzita que ainda está encarnada.
Várias pessoas passavam por nós antes de chegarem ao Rogério e a Marli e contavam as histórias dos desencarnes de seus ente-queridos, que experiência! A que mais marcou-me foi a de um garoto, ainda muito criança que chegou acompanhado de uma moça e já havia passado o horário do atendimento dos médiuns e ao olhar para aquele ser indefeso e inocente, senti não somente compaixão dele, mais sim uma necessidade de levar o seu pedido até os médiuns que se concentravam em suas salas que foram disponibilizadas para eles. A moça que acompanhava o garoto foi logo dizendo-me que ele havia "perdido" seus pais no dia das crianças, um havia assassinado o outro e depois este suicidou-se. Pelo seu semblante percebia-se que o garoto ainda estava afetado pelo ocorrido e que estava ali na sessão em busca de notícias de seus pais contrariando suas tias, que agora tutelavam o garoto. Sua história era a que mais chamou a minha atenção naquela manhã quase tarde, mas mesmo assim demos um jeito de ele conversar com a médium Marli. Ao sair do centro, vi em seu rosto um sentimento de alegria misturado ao de esperança. Olhei para ele e a moça que chorando, talvez anciosa por receber algo naquela tarde, sem palavras para tentar orientá-los ou encorajá-los eu apenas fiz uma prece "Que este garoto receba hoje aqui ao menos um pequeno recado, se não for possível uma carta", pois eram mais de duzentas pessoas que se faziam ali presentes solicitando mensagens.
O casal de médiuns não almoçaram, nós fomos até a cozinha em revezamento para não ficar sem voluntários no centro, mas cada um que sentava-se á mesa com o seu Hugo, não conseguia sair dali, pois era bom demais ouvir seus causos cheios de bom humor e aprendizado.
Com o Dr.José Antônio Viera de Paula no banco do jardim |
Ainda neste dia conheci outro amigo que até então era apenas virtual, o grande Walter Augusto, de Londrina. Há alguns meses ele presenteou-me com um maravilhoso material sobre o Jerônimo Mendonça, que contribuiu em muito para o arquivo que estou organizando á respeito dele.
Matteus tocando violino ao público presente |
Por volta das 15 horas o casal de médiuns começaram á psicografar na mesa diante do público e depois de quase três horas psicografando, eles começaram á ler as cartas que emocionavam á todos com os detalhes contidos nas mensagens, em que alguns entes queridos até mencionavam placas de carro, endereços, horários dos fatos e muito mais. Por fim o nosso Hugo Gonçalves recebeu uma mensagem do Chico e outra do Euricledes Formiga, que trouxe um abraço de alguns amigos saudosos do paizinho.
O paizinho se manteve o tempo todo sentado |
No momento em que "morre" um ente querido, todos buscam um contato com ele através das sessões de psicografia, é neste momento que ocorre um maravilhoso encontro ecumênico, onde todos sem preconceitos, apesar de cada um ter a sua religião, falam do mesmo Deus e buscam a mesma coisa: consolo!
"Só há uma coisa mais marcante do que "perder" seu ente-querido: descobrir que ele continua vivo!"
Foi uma alegria ver todo aquele povo saindo com folhas de papel na mão sorrindo, mas eu estava começando a ficar triste, pois chegava o momento de eu voltar para São José dos Campos.
Todos foram para a casa do paizinho e eu fiquei no centro ajudando a Maria José á fechar as portas e janelas, era uma sensação muito estranha, pois mesmo tendo ficado poucos dias ali já estava acostumando-me com aquilo. Quando saí de casa eu fiquei triste por deixar minhas duas meninas e estava muito feliz por estar indo á Cambé, agora voltando á São José dos Campos eu estava triste por deixar o paizinho e todos que convivi durante esses dias, mas estava muito feliz por estar indo rever e matar a saudade da minha esposa e filha.
Despedindo-me do Paizinho |
Pelo caminho ela deixou seu filho em sua casa e mais adiante ela parou no Centro Espírita Alvorada Nova para mostrar-me aquela casa de luz. Que belo e lindo jardim ela possui em sua fachada, as flores e os canteiros são todos separadinhos, estratégicamente plantados dando um tom de suavidade e ternura no ambiente. Prosseguimos nosso caminho e fomos conversando sobre diversos assuntos. Que beleza é poder desfrutar da companhia desta abnegada e querida amiga que se dedica tanto á Doutrina, ela praticamente trabalha para a seara espírita de segunda á segunda, é um exemplo de servidora.
Paizinho Hugo e Mãezinha Dulce |
Trabalhei o dia todo e cheguei quase de noite em casa, foi o tempo de buscar a filha na escola e escrever um pouco, não consegui dormir apesar de cansado. Esses dias após a viagem ainda estão cansativos para mim, pois temos os nossos afazeres e acabamos não dormindo como deveríamos, mas vou dar um jeito nisso (risos). É que ainda estou "anestesiado" pela viagem que fiz, foi maravilhosa, quero narrar aqui no blog tudo o que ocorreu, mas não consigo. Espero que este pouco ou muito que escrevi possa mostrar como foi esta experiência, não estou aqui querendo fazer propaganda própria e nem de terceiros, apenas quero compartilhar algo que ficará para sempre em minha vida, embora para alguns possa ser insignificante, para a minha vivência espírita esses foram dias que mudaram o meu modo de ver e viver o Espiritismo, aprendí muito e quero mesmo na minha humilde condição, passar algo áqueles que estão lendo estas linhas que procurei não extender-me muito, mas acabei por extender-me.
Perdoem-me aos leitores por minhas falhas e se em algum momento extrapolei ao escrever em algo que possam tomarem mal juízo de minha pessoa. Apenas quis compartilhar. E quero aproveitar também este espaço e agradecer em nome do povo de Cambé, que respira Espiritismo, ao casal amigo pela esperança que deixaram por esta região iluminada, pela oportunidade que deram-me de conhecê-los mais intimamente e de também vivenciar tudo isso.
E em nome dos médiuns citados acima, eu quero agradecer á todos - sem citar nomes para não cometer injustiça com ninguém - pela acolhida que tivemos nestes três dias maravilhosos na casa do paizinho.
Muito obrigado e que Jesus vos abençoem sempre!
Divaldo e Hugo na porta de sua casa em Cambé-PR |
Paizinho junto da Jane em frente ao C. E. Allan Kardec |
Florimeire que tem tanto carinho pelo Paizinho |