1 de fevereiro de 2013

113 - ORSON entrevista ALEX GUIMARÃES

Sempre entrevisto as pessoas, mas desta vez eu é quem fui o entrevistado.
Orson Peter Carrara (já foi um de nossos entrevistados) fez esta divulgação de nosso trabalho sobre o livrinho "Gigante Deitado - A História de Jerônimo Mendonça", na Revista Semanal "O Consolador" e no Jornal "O Imortal".

Link da entrevista: http://www.oconsolador.com.br/ano6/296/entrevista.html
Carta ao leitor: http://www.oconsolador.com.br/ano6/296/cartaaoleitor.html
Jornal: http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/oimortal/2013/Fevereiro_2013.pdf

Abaixo copiei a entrevista caso alguém não conseguiu ver nos links acima!

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP (Brasil)


Alex Sandro Cardoso Guimarães:

“Podemos enxergar e andar, mas fazemos um terço do
que Jerônimo fazia?”

 O jovem confrade, autor do livro infantil “Gigante Deitado –
A História de Jerônimo Mendonça”, fala sobre essa
obra e seus novos projetos
 
 

Alex Guimarães (foto), como é mais conhecido, espírita desde 2005, nasceu e reside em São José dos Campos, no interior paulista. Integrante do Grupo Espírita Ismael na mesma cidade, é Assessor de Produção do Programa Visão Espírita na TV Net. Funcionário de uma empresa de laticínios, publicou o livro “Gigante Deitado – A História de Jerônimo

Mendonça”, livro infantil da Solidum Editora, motivo de nossa entrevista. Seu trabalho também pode ser conhecido pelos portaiswww.gigantedeitado.blogspot.com e www.alexscguimaraes.blogspot.com 

Como surgiu a ideia de um livro infantil falando de Jerônimo Mendonça? 

Eu estava realizando uma pesquisa sobre o Jerônimo para organizar um livro sobre ele para os adultos. E em certo dia fiquei a pensar em minha mãezinha - já desencarnada – durante o dia todo, quando senti em determinado momento uma intuição como que se ela dissesse: “Filho, desenhe!”. Ela adorava ver-me desenhando quando criança e há uns 15 anos eu não fazia isso. Então, obedecendo ao apelo, peguei uns sulfites e sem saber o que desenhar deixei a inspiração fluir. De repente, lembrando das pesquisas que estava realizando naqueles dias comecei a desenhar o Jerônimo em forma de personagem infantil. Em minutos estavam ali várias folhas espalhadas pelo quarto. No dia seguinte, o Roosevelt e a Jovani, da Solidum Editora, estariam na minha cidade em palestra e senti novamente aquela intuição, desta vez para mostrar-lhes o trabalho. E eis que eles o aprovaram!  

Como foi feita a pesquisa para publicação? 

Em maio de 2011 fui pesquisar sobre o Jerônimo para fazer um quadro sobre ele no programa espírita do qual eu participo na TV. E para isso, além de reler alguns livros que eu possuía dele, fui conversar com minha vizinha Maria Luísa Freire, que foi plantonista do Jerônimo por 9 anos até o seu desencarne em 1989. O programa foi ao ar em julho e muitas pessoas diziam: “é preciso divulgar mais a figura deste vulto espírita”. A partir destes comentários e desta pesquisa para o programa surgiu a ideia de escrever um livro, o que foi confirmado realmente ser meu propósito após uma agradável conversa com o escritor Jamiro dos Santos Filho, de Araguari-MG. Como já havia dito, deste livro para adultos foi gerado o infantil. As pesquisas foram feitas não somente através dos livros, mas também com viagens que realizei a algumas cidades onde Jerônimo, enquanto encarnado, gostava muito de visitar: Cambé, Londrina, Itapetininga, Campinas, Santo André, Sacramento, Uberaba, Ituiutaba... Nesses locais eu gravei depoimentos, colhi arquivos de áudio, imagens e ainda estou aberto a recebê-los. Quem tiver algo que possa contribuir com essa pesquisa, seja bem-vindo! 

E as ilustrações? 

Quando entreguei os desenhos aos editores, confesso que fiquei com um pouco de vergonha, pois não os achei viáveis de serem publicados. Acreditei que eles serviriam de base para algum ilustrador fazer seus próprios desenhos na editora, mas para a minha surpresa, quando tive os livros em mãos, lá estavam as ilustrações da maneira que eu as entreguei, exceto os planos de fundo que a editora fez para melhorar os meus singelos desenhos. Gostei muito! 

O que mais lhe marcou o coração nos exemplos de vida daquele que foi considerado O Gigante Deitado? 

A resignação com que ele aceitou tudo o que ocorreu com seu corpo físico, as dores que ele sentia e, mesmo assim, rir de si mesmo, cantar aos finais de suas palestras, não reclamar de nada e levar o Evangelho a todos os lugares do Brasil em que era chamado. Ele só movia o pescoço, era cego e mesmo assim publicou 6 livros, 2 discos, fundou 3 casas espíritas, 1 creche, 1 feira do livro espírita, fazia um programa de TV, um de rádio e o culto no lar todos os dias. Isso é o que me marca nele, pois eu penso: Podemos enxergar e andar, mas fazemos um terço do que ele fazia?  

Como as crianças têm recebido a obra? 

No pré-lançamento do livro estiveram presentes muitas crianças, algumas nem eram espíritas, isso que achei interessante! No mesmo dia, uma amiga que havia saído dali enviou-me uma foto onde sua filhinha estava com o livrinho em mãos mostrando ao seu priminho. Foi gratificante aquela cena. E no dia seguinte estive em um programa radiofônico falando sobre o livro e seu personagem. Ao término dele, recebemos no estúdio a visita de duas meninas que, acompanhadas dos pais, vinham pela estrada ouvindo o programa e  queriam comprar a obra. Tiramos fotos juntos, mostrei fotos do Jerônimo para elas compararem com os desenhos e estas manifestações de carinho têm sido muito gratificantes. Principalmente no dia do lançamento oficial, onde houve atividades com as crianças falando do Jerônimo, fazendo dinâmicas para entenderem o que vem a ser a deficiência visual. Isso fez as crianças se identificarem muito com o Gigante Deitado. Esta é a proposta e objetivo do livro: mostrar quem foi ele para esta nova geração.  

Você teve contato com Jane Martins Vilela, autora do livro O Gigante Deitado? Como foi? 

Sim. Quando iniciei minhas pesquisas, conversávamos quase que diariamente, pois ela sempre ajudou-me nessas questões. E depois nos vimos em duas ocasiões, uma em Cambé e outra em Campinas. Quando estive em Cambé na casa de Hugo Gonçalves, ela deu-me total atenção nos dias em que por lá fiquei. E certa noite, enquanto conversávamos, uma senhora que nos observava de longe, sem nunca ter-me visto e sem saber o motivo de eu estar por ali, chegou até nossa bondosa Jane e lhe comunicou que entre nós, enquanto conversávamos, estava Jerônimo Mendonça. Foi uma emoção enorme! Recentemente, quando a editora comunicou-me que o título do livro seria “Gigante Deitado”, de imediato comuniquei a Jane preocupado que ela talvez achasse o título parecido com o de sua autoria, mas, para minha surpresa, ela foi a primeira pessoa a parabenizar-me por e-mail ao saber que meu livro havia sido publicado. Estou a relatar isso para que as pessoas tenham a consciência de que não é nossa intenção assemelhar um título ao outro, mas sim identificá-los. Seria como o pai (livro do Jane) e o filho (o livro infantil) que foi gerado através dele. Recomendo a todos este belo livro da Jane, editado pela editora “O Clarim”. 

Conte-nos um fato peculiar no projeto da obra. 

Durante toda a elaboração do projeto, sempre tive experiências muito emocionantes com a espiritualidade e com o próprio Jerônimo. Pessoas que nem imaginavam eu estar realizando tal pesquisa chegavam com informações de que eu necessitava naquele instante e médiuns que trouxeram comunicações impressionantes colaborando e incentivando-me no projeto. Mas algo que recordo neste momento ser um dos fatos mais peculiares, e até se tornou público, ocorreu durante uma transmissão ao vivo do programa radiofônico “Vivência Espírita”, no qual o convidado daquele dia, o respeitado médium psicográfico de Tremembé, Ari Rangel, recebeu uma mensagem no ar e direcionada à minha pessoa. Foi muito emocionante porque, além de eu estar ouvindo, naquele exato minuto eu havia começado a gravar o áudio de meu rádio, no momento em que ele dizia: “(PREITO DE GRATIDÃO) Irmãos queridos, quero aqui aproveitar o doce ensejo para demonstrar o meu preito de gratidão ao nosso irmãozinho amigo, que lembra de nossa desvalida pessoa, com seu livro para crianças... Meu filho, que Jesus o abençoe nesta sua estrada, em direção à luz! Que o Mestre Excelso de sempre esteja sempre em seus ideais de vida! E, aos amigos queridos, igualmente estendo o meu abraço! Fiquem todos com Deus! Com o carinho do irmão sempre necessitado. (JERÔNIMO MENDONÇA)”.   

Você tem material preparado para palestras sobre Jerônimo e sua vida? 

Sim, pois tenho recebido fotos raras do Jerônimo, fitas ainda em k7 e VHS, que estou minuciosamente transferindo para outros formatos, além de contar com os depoimentos de pessoas que conviveram com ele, obras de seu próprio punho enquanto escrevia, materiais diversos que utilizo em palestras e alguns inéditos que estou reservando para serem mostrados apenas quando o livro para o público adulto for publicado.  

E os projetos futuros? 

Além deste livro sobre o Jerônimo, pretendo escrever um conto sobre duas colegas de escola para o público adolescente, que ainda não passei para o papel, mas está todo arquivado em meu gravador, pois as ideias foram surgindo e eu as registrei no aparelho. Terminando de organizar o do nosso “Gigante”, devo começar a escrevê-lo. E na literatura infantil, que para mim foi uma surpresa ingressar neste meio, já temos um outro a caminho, que já foi aprovado pela editora. Ele também traz uma biografia para as crianças, mas desta vez são de 2 vultos do Espiritismo no mesmo livrinho, um desencarnado e o outro que ainda se encontra em nosso meio fisicamente. Será uma surpresa!  

Algo mais que gostaria de acrescentar? 

A minha pretensão na elaboração do “Gigante Deitado – A História de Jerônimo Mendonça” era que se fosse feito em braile para as crianças deficientes visuais terem acesso ao conteúdo também, mas sabemos das dificuldades que temos para fazer uma publicação deste nível, o que acabou se revelando não ser realmente possível. E ainda sobre o livrinho infantil, os direitos autorais da obra eu os cedi à editora, com o que, a cada exemplar adquirido, o comprador estará contribuindo com a ACEAK (Associação Cultural Espírita Allan Kardec), de Barra Bonita, São Paulo. E para finalizar nossa conversa, quero aqui deixar o meu agradecimento pelo seu interesse em divulgar nosso trabalho e parabenizar “O Consolador” pelo maravilhoso trabalho que realiza semanalmente. Que, a exemplo de Jerônimo, possamos ser mais felizes e menos sofredores. Que Jesus abençoe a todos! “Que beleza!”, como diria nosso Jerônimo.