6 de maio de 2011

46 - ALEX entrevista RYOKI INOUE

     Seu nome já foi objeto de matérias em importantes publicações e programas de tv, como a Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, Folha da Tarde, Jornal da Tarde, Valeparaibano, Gazeta de Vitória, A Tribuna; revistas Veja, IstoÉ e Manchete. Revista Der Spiegel, na Alemanha; Lire e Culture, na França; New York Times e Wall Street Journal, onde foi matéria de capa neste último; também no Japão, Portugal e tantos outros lugares do mundo.

     Entrevistado duas vezes por Jô Soares; Globo Repórter e Programa Fántástico. Além de tudo isso ele foi o primeiro brasileiro a ser incluído no Livro dos Recordes (Guinness Book) em 1994, como o maior escritor do mundo.

     Vou parar de falar dele e vou entrevistá-lo. Estou falando de José Carlos Ryoki Alpaim Inoue, o grande escritor Ryoki Inoue!

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     Alex - Certo dia fui ver  fui ver os seguidores de meu blog e eis que vejo o perfil de Ryoki Inoue. Confesso que não acreditei, pensei ser um "fake", mas ao confirmar que realmente era o próprio, fiquei imensamente feliz. E naquele instante ficou uma interrogação em minha mente : Por que o renomado escritor estaria seguindo o meu blog?


     Esta é a introdução que eu fiz para chegar na primeira pergunta ao nosso entrevistado de hoje.


     Ryoki, primeiramente quero dizer que é um prazer estar diante do "Pelé da literatura", como disse Alexandre Garcia, da TV Globo. E voltando ao assunto do blog, você tornou-se um seguidor por ter uma uma simpatia ao Espiritismo?

Ryoki - Realmente, tenho mais simpatia para com o Espiritismo do que por qualquer outra religião, o que não significa que eu seja espírita.
 
Alex - Quem é Chico Xavier pra você ? Um humilde "concorrente" no bom sentido? (risos)


Ryoki - Jamais poderia concorrer com o Chico Xavier... Em primeiro lugar, por que não psicografo nada. Em segundo, por que ele era realmente um iluminado e eu não o sou.

Alex - E como você enxerga a literatura espirita?

Ryoki - Como algo sério e que mereceria tanto de seus autores como de seus editores (principalmente destes) um cuidado editorial melhor, mais apurado nas revisões e copidesques para que os livros fiquem com uma linguagem mais agradável e sem a imensa quantidade de erros que apresentam. Temos de lembrar que, para um livro não apresentar erros, o maior trabalho tem de ser do editor e não do autor.

Alex - O maior escritor do mundo já pisou em um centro espirita?

Ryoki - Não apenas espírita, mas inclusive casas de umbanda, quimbanda e candomblé. Quando escrevi “Herança Maldita”, descrevi uma verdadeira guerra entre umbandistas e quimbandistas e, para poder fazer isso, além de pedir permissão às entidades, tive de aprender alguma coisa á respeito.

Alex - Legal saber disso Ryoki, eu tive uma passagem muito linda e rica pela Umbanda, foram 3 anos que fizeram um alicerce para a minha base espirita hoje. Fiquei curioso quanto ao livro. E isso de se dedicar ao máximo para fazer uma obra, á ponto de estudar á fundo e viver a realidade daquilo que se vai escrever, é muito interessante. Retornando á entrevista : No Programa "Fantástico" da TV Globo, foi dito que "não é difícil encontrá-lo escrevendo em seu pc de 6 ás 2 da manhã". Você continua com este ritmo e dedicação? Já que sabemos que agora escreve de um á dois livros por mês, diferente de antes que eram seis publicações mensais.


Ryoki - Diminuí bastante o ritmo. Primeiro por causa de minha diabetes, que acabou por me levar a uma polineuropatia diabética com dores. Segundo porque livros mais profundos requerem mais pesquisa e mais cuidado. Mas de um modo geral, tenho trabalhado bem menos, cerca de seis horas por dia, no máximo.

Alex - Conheci seu filho Georges, você tem mais filhos?


Ryoki - Tenho um outro filho, de meu primeiro casamento, André Ryoki, também escritor, que trabalha na equipe do Walcyr Carrasco.

Alex - Que orgulho eihn Ryoki! E o que você diria para as crianças á respeito de lerem mais livros?

Ryoki - O que todos dizem ou que dizem que dizem: a leitura é a primeira fonte do conhecimento. Leiam, leiam, leiam, jamais parem de ler.

Alex - Vinicius Valverde está aqui hoje para entrevistá-lo também, você tem idéia de quantas entrevistas você já deu no Brasil e no Mundo, totalizando tudo?

Ryoki - Para ser sincero, há muito tempo perdi a conta. O que, por outro lado, não me transforma numa celebridade. Sou uma pessoa simples, um homem como qualquer outro.

Vinicius entrevistando Ryoki
Alex e Vinícius Valverde

Alex e Ryoki Onoue

Entrevista para o "Papo Vanguarda"

Alex - Você tem tempo para assistir a reality shows, programas de auditório, novelas, filmes? Ou não é de teu agrado? Seu negócio é escrever mesmo!

Ryoki - Assisto filmes. Não gosto de reality shows e nem de programas de auditório. As novelas andam muito sem graça, os roteiros poderiam ser melhores e os argumentos, em sua maioria são fracos.

Alex - Concordo contigo (risos). De que maneira seus livros são vistos lá fora no exterior? Como os outros países aceitam o seu trabalho?

Ryoki - Aceitam mais do que no Brasil. Lá fora, os escritores são mais valorizados.

Alex - Sempre ouço isto e fico muito triste Ryoki. E agora uma pergunta que não tem nada á ver com o Espirtismo ou com o seu gênero literário, mas continuando no assunto "exterior". Stephenie Meyer é a escritora do momento nos Estados Unidos com sua "Saga Crepúsculo", que virou moda por lá e até por aqui. Você já leu algum livro dela?

Ryoki - Não li, não assisti os filmes e não gosto desse tema (risos).

Alex - Conte-nos um pouco sobre a Ryoki Produções.



Ryoki - A Ryoki Editora &Produções foi criada para publicar meus livros, uma vez que cansei de ser lesado pelas outras editoras. Da maneira que elas pagam é impossível sobreviver de literatura no Brasil. Editando e publicando eu mesmo meus próprios livros, tenho um controle melhor da situação. Para aproveitar a equipe e o tempo ocioso entre um livro meu e outro, começamos a produzir livros para terceiros, visando sempre o melhor para o autor, ou seja, procurando fazer por eles o que nenhuma editora fez por mim. E seguindo o modelo norte-americano, onde os autores financiam suas próprias edições, podemos proporcionar-lhes o mais completo controle sobre seu livro, desde a revisão até a venda.

Alex - Você já foi "ghost writer" de pessoas famosas, certo? Seria possível revelar o nome de algumas delas?

Ryoki - Não posso revelar nenhum desses nomes, porque há um contrato de confidencialidade e não os revelarei nunca, nem sob tortura.

Alex - Em minha última contagem, você havia publicado 1.100 livros, á não ser que você tenha escrito outro ontem ou irá escrever mais um no espaço de tempo entre esta entrevista e a publicação da mesma (risos). Quantos livros você tem publicado HOJE?

Ryoki - Estou escrevendo o 1.102 (“Fraude Verde”) que será bastante autobiográfico. O 1.101 foi um trabalho de ghostwritting que, como lhe disse, não posso revelar (risos).

Alex - Você chegou a usar 39 pseudônimos para publicar alguns de seus livros. Por que você fazia isto?

Ryoki - Porque as editoras de pocketbooks obrigavam. A intenção delas era fixar o leiro na “cara” do livro e não o seu autor. Quando um dos pseudônimos começava a se destacar, eles tratavam logo de mudá-lo.


Alex - O seu milésimo livro "E Agora, Presidente?" tornou-se um best-seller. Foi até prefaciado pelo já citado jornalista Alexandre Garcia. Conte-nos um pouco sobre esta obra-prima e sua relação com o repórter.


Ryoki - Conheci o Alexandre Garcia através de um amigo comum, o Presidente Figueiredo. Ele se ofereceu para prefaciar esse meu ,livro que, diga-se de passagem, está longe de ser minha obra-prima. Como sempre falei, treinei com 999 pocketbooks para aprender a escrever um romance de peso. E o número mil ainda não ficou bem exatamente como eu queria. Acho que o melhor livro que escrevi até agora foi “O Fruto do Ventre”. Esta obra poderá ser eterna.

Alex - E o polêmico "Também se Lava com Água Benta"? Como surgiu esta idéia ousada e como foi escrevê-lo?

Ryoki - A idéia surgiu ao ouvir a narrativa que um padre, meu amigo, me fez. A história é realmente baseada em acontecimentos reais. Foi agradável escrever o livro, pois não simpatizo muito com o esquema clerical e com a hipocrisia da Igreja católica.


Alex - Você foi matéria no "New York Times" e motivo de reportagem de 1ª página do jornal "Wall Street Journal", onde escreveram que você "produz capítulos inteiros durante suas idas ao banheiro", isto é verdade?


Ryoki - Há sempre uma boa dose de exageros e de boatos (risos)... Nunca escrevi no banheiro.

Alex - Jô Soares em uma das vezes que você esteve em seu programa, disse que "as pessoas não conseguem ler na mesma velocidade que você escreve". Quando ainda não possuía pc, você manipulava a caneta com a mesma rapidez que os dedos hoje nos teclados?


Ryoki - Nunca escrevi a mão. No princípio usava uma Olivetti portátil que derreteu em menos de um mês. Depois, comprei uma Olivetti 42, que agüentou mais, passei para uma Halda, depois para uma Olivetti eletrônica e, por fim, para o computador.

Alex - É comum vê-lo com um cachimbo na boca, isto é charme ou você realmente o aprecia?


Ryoki - Sou cachimbeiro fanático desde os 16 anos de idade. Já escrevi várias matérias sobre cachimbos e tabacos e estou seriamente pensando em escrever um livro sobre esse assunto.

Alex- Que legal Ryoki, curiosamente hoje mesmo recebi um e-mail de Alexandre Cumino, onde se fala sobre o cachimbo em rituais xamânicos, umbandistas e de um modo geral. Vou encaminhar á você, talvez colabore em algo. E falando em escrever um livro, o que você diria para autores iniciantes que teem o desejo de um dia publicarem o seu primeiro livro?

Ryoki - Que invistam em seu sonho e publiquem. Jamais haverão de se arrepender.

Alex - O que fez um médico formado pela USP, depois de 16 anos trocar o bisturi pelo pc? As cirurgias por publicações? O tórax por livros? Já que você era especialista nesta área.

Ryoki - O motivo principal é que surgiu a oportunidade de fazer o que sempre sonhei fazer. E não a perdi.

Alex - Gostaria que você nos explicasse por que você está no "Guinness Book of Records" (Livro dos Recordes).

Ryoki - Porque escrevi mais do que todos os outros, o Estadão descobriu e requereu o record para mim (para nós, uma vez que foi o Brasil).

Alex E agora fazer uma brincadeira com as palavras, um Pinga-Fogo na verdade:

Alex - Japão:
Ryoki - Terra de meus avós. Está do outro lado do mundo e não me afeta em nada

Alex - Portugal:
Ryoki - Terra de minha mãe. Adoro Portugal, suas comidas, sua cultura, suas cachopas, etc.

Alex - Brasil:
Ryoki - Minha terra. Meu País. Amo o Brasil. Não tenho a menor intenção de sair daqui.

Alex São José dos Campos:
Ryoki - Cidade onde meu caçula nasceu. Adoro esta cidade. Não pretendo sair daqui.

Alex - Sonho:
Ryoki - Sempre haverá um para ser realizado.

Alex -Deus:
Ryoki - Está em cada um de nós.

Alex- Gostei de sua definição sobre Deus. Muito obrigado meu caro amigo, se assim posso chamar, alguém que se simpatizou pelo meu humilde trabalho de divulgação na internet que é o blog do Alex, onde falamos das coisas de Deus e que por algum motivo o levou a lê-lo. Estou imensamente feliz por este momento e espero revê-lo em novas ocasiões. Fique na paz de Deus, mais sucesso ainda, que venham mais 1103, 2103, 3000 publicações (risos).

Ryoki - Claro que pode chamar assim, pois você é meu amigo! E obrigado a você por ter dado a oportunidade de eu me mostrar um pouquinho...

Um comentário:

Anônimo disse...

tspeAchei a entrevista muito legal, admito que não conhecia direito o trabalho de Inoue, mas pela entrevista me despertou um interesse de aprofundar meu conhecimento sobre suas obras. Posso afirmar que a partir desse momento, Ryoki ganhou mais uma admiradora.
Parabéns pelo trabalho Alex, está sendo bem realizado!