26 de setembro de 2011

74 - ALEX entrevista LEILA DA SILVA BRANDÃO

     Ela nasceu em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, onde trabalhou na rede municipal e estadual de ensino.
     Depois mudou-se para Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde construiu a sua própria escola e trabalhou até se aposentar.
     Nesta cidade conheceu Carlos Augusto Abranches (o Guto) com quem trabalhou por 18 anos e também a médium Suely Caldas Schubert, com quem desenvolveu sua mediunidade e fundaram juntas, o Centro Espírita Joanna de Angelis.
      Autora de 12 livros, não somente espíritas, mas também na área da educação infantil e adolescente.
     Graduou-se em Matemática e Física pela Universidade de Barra Mansa, fez cursos de extensão em Psicologia Social e é pós-graduada em Educação Infantil e em Parapsicologia Clínica.
     Atualmente ela apresenta palestras, workshops e seminários em escolas, instituições filantrópicas e casas espíritas.
     Aqui em São José dos Campos-SP ela esteve pela primeira vez em 1994 e não há mais como apresentá-la, pois seu currículo é enorme e para não mais nos extendermos, diremos que nossa entrevistada de hoje é a grande Leila da Silva Brandão.

* Entrevista realizada em 27/08/11, uma semana antes da Bienal do Rio *

ALEX - Olá Leila, tudo bem? Faz tempo que você é espirita?

LEILA - O meu pai era espirita e nos educou dentro do C.E. Estudante da Verdade, de Volta Redonda, onde frequentávamos a escolinha de evangelização. A minha irmã mais velha era evangelizadora. Quando tornei-me adolescente, afastei-me totalmente da Doutrina Espírita. E fui chamada de volta pela mediunidade ostensiva. Só assumi mesmo o Espiritismo aos 30 anos de idade. Tive a sorte de educar a minha mediunidade com Suely Caldas Shubert e fundar com ela o C.E. Joanna de Angelis na mesma cidade.

ALEX - E nestes tempos, você conheceu pessoalmente Chico Xavier?


LEILA - Fui com Suely em uma caravana de Juiz de Fora à Uberaba na ocasião em que promoveram um grande encontro de Divaldo, Raul Texeira e Suely na reunião do Chico. Pude presenciar toda aquela festa de luz! Tivemos a oportunidade também de conhecer o trabalho de Langerton em Sacramento.

ALEX - Você citou agora o Langerton Neves da Cunha, um médium que poucos espiritas falam dele, alguém que além de ter duas filhas, adotou mais 11 filhos. Sua vida foi só dedicação e agradecemos por você lembrar dele neste momento. E seus livros? Fale um pouquinho deles se possivel, por favor!

Leila em palestra (São José dos Campos-SP)

LEILA - O meu primeiro livro publicado foi no ano 2000, sobre a minha experiência como supervisora pedagógica e proprietária da primeira escola de tempo integral de Juiz de Fora chamada ESCOL'ATIVA. O prédio era alugado e formávamos uma sociedade de quatro profissionais. Depois abri o meu próprio espaço infantil que existe até hoje chamado "Recanto do Sol". O livro foi editado com o nome de MANUAL PARA PAIS E PROFESSORES DE PRIMEIRA VIAGEM. Para isso fundamos também uma editora chamada EDITORA CELEIRO. O livro está esgotado porque fizemos uma edição de apenas 1000 livros, mas eu e a minha irmã Dalva Souza, fizemos uma atualização e também uma adequação para a Evangelizaçao Espirita e será relançado este ano pela Editora Novo Ser com o nome NA MEDIDA CERTA. Fechamos a editora depois de editarmos 8 livros por total falta de tempo e capacidade de gerenciar um negócio sem fins lucrativos. Estávamos gerenciando apenas prejuizo apesar de vender todos os livros.

O segundo livro foi MANUAL PARA PAIS E PROFESSORES DE ADOLESCENTES - Também um trabalho realizado por mim e por minha irmã onde, como o proprio nome diz, compunha-se de experiencias que deram certo de como lidar com essa fase maravilhosa da vida.

O terceiro livro: MANUAL PARA FALAR EM PÚBLICO são experiências minhas, da Dalva e da minha outra irmã a Cylene que também são expositoras da Doutrina Espírita.

O quarto livro: CIÚME, O MONSTRO DE OLHOS VERDES é um romance com seis personagens reais, inspirados no grupo de estudos que tinhamos no Instituto Leon Denis em Juiz de Fora. Esse livro trata dessa paixão que está destacada por Kardec na questão 933 de "O Livro dos Espiritos". Examino as raizes do ciúme e como minimizar os seus efeitos e eté mesmo como vencer essa paixão.

O quinto livro : A INVEJA NO ESPELHO dá seguimento aos estudos espiritas, onde examinamos também a inveja e para isso convidamos uma parapsicóloga, Maria Ines Maia (colega de turma) para refletir comigo sobre o tema.

O sexto livro: EM BUSCA DO MEU CARISMA defendo a tese de que é possivel se tornar uma pessoa carismática em cinco passos. Por causa desse livro tenho feito palestras em várias universidades brasileiras: Brasilia, Vitória, Linhares, Juiz de Fora, Volta Redonda, Piracicaba...

O sétimo livro: UMA HISTORIA BEM CONTADA eu desenvolvo o estudo da arte de contar histórias.

O oitavo livro: A MORTE NÃO É BEM ASSIM fiz com mais duas autoras, as minhas irmãs. Depois que a nossa mãe faleceu em 1997 ela se comunicou comigo e usou essa frase que deu titulo ao livro. Decidimos então pesquisar como seria realmente a morte, trata-se pois de um livro de pesquisa sobre a morte. Imaginamos poder entrevistar vários filósofos e doutores da Ciência sobre o tema transcrevendo respostas das suas vivências e buscamos a melhor resposta baseada na Doutrina dos Espiritos.

O nono livro: A MEMÓRIA E O DOM é um livro mediúnico que conta a história de uma familia de cinco pessoas em três encarnações subsequentes. O Espirito que me apareceu disse "Eu sou a memória e você é o dom". Esse livro foi examinado pelos parapsicólogos que dizem ser o diálogo entre os meus dois "eus".

O décimo livro: A MÃE NA VITRINE tem também co-autoria com as minhas irmãs. É um livro onde se identifica a diferença entre instinto materno e sentimento materno.

Além desses livros, para a construção do 'Joanna de Angelis' em Juiz de Fora, eu, Guto e Suely publicamos dois livros de poesias: EM FACE DE SER ETERNOS E PASSÁROS DE LUZ, o segundo prefaciado por Joanna de Angelis.

ALEX - É verdade que você gravou também um cd, como foi isso?



 

 






LEILA - O clube de artes do Rio de Janeiro publicou várias entrevistas minhas dadas a Yasmim Madeira. O CD será lançado na Bienal do Rio Centro este ano. Recebeu o nome "Superando o medo de amar".

Para ajudar também a casa espírita onde trabalho no Rio (Centro Espirita irmã Maria Angelica) deixo gravar todas as minhas palestras que são imediatamente vendidas aos frequentadores da casa.

ALEX - Fale um pouco sobre sua mediunidade, por favor.
 
LEILA - Ainda muito jovem sentia a presença da realidade espiritual. Me olhava no espelho e via outra pessoa. Muitas vezes quando as pessoas vinham conversar comigo eu não conseguia ouvir o som de suas vozes, parecia estar assistindo a um filme sem som e repentinamente figuras estranhas apareciam ao lado dessas pessoas. Tinha muito medo do escuro onde via sombras e ouvia vozes assustadoras. Não aceitava que fossem manifestações dos Espiritos. Procurava estudar os fenômenos como delirio e problemas emocionais. Depois de tanto sofrer busquei os recursos espiritas. Trabalhei na mesa mediunica por bastante tempo e permiti que doutrinassem todos os meus obsessores. Um deles será contado em livro que Herminio Miranda carinhosamente prefaciou. Esse novo livro tem o título: UM ESTRANHO CONDOMINIO.

ALEX - Vamos aguardar então! Certa vez você recebeu mensagens psicofônicas em Juiz de Fora, de José Grosso, Leon Denis...
 
LEILA - José Grosso é um grande amigo do meu irmão e da nossa familia, que tem ligações de encarnações da época do Cangaço. Na verdade o meu primeiro contato com ele foi em Belo Horizonte em um centro pequeno onde trabalhava chamado "Amalia de Godóy" onde deixei muitos irmãos de outras eras. Antes mesmo que eu soubesse que iria me mudar para Juiz de Fora ele me disse que isso ia acontecer e me chamou de "flor do Ipê". Fui morar em um bairro de Juiz de Fora chamado "Vale do Ipê" onde residi por 18 anos. Por ocasião da fundação do Instituto Espirita Leon Denis em Juiz de Fora ele muitas vezes se manifestava nos orientando e alegrando as nossas atividades. Certa feita nos disse que todas as vezes que um Espirito viesse nos ameaçar deveríamos ouvir as vozes do seu coração nos dizendo: ME AME PELO AMOR DE DEUS! Nunca mais esqueci isso!
 
Leon Denis nos levou em desdobramento a um Instituto que leva o seu nome na realidade espiritual e lá participamos durante muito tempo dos estudos do Livro dos Espiritos.
 
ALEX - Que maravilha eihn Leila! Eu adoro o mar para me inspirar, sei que você também adora isso, relate algum fato especial que ocorreu contigo nessas suas "meditações" de frente ao mar.
 

LEILA - Muitas e muitas vezes recebo a presença dos amigos espirituais quando caminho frente ao mar. Realmente me inspiro para os temas das palestras que vou realizar. O encontro mais recente foi com o meu próprio tio, já desencarnado, que chegou cantando uma música da sua igreja "Deixa a Luz do céu entrar, deixe o sol em ti nascer..." Essa simples música me levou a preparar um seminário inteiro para o tema Educação e Espiritualidade que faria momentos depois em Vitória.

ALEX - Lembro dessa música, a cantei com minha mãezinha por muitos anos na Igreja Católica quando adolescente, emocionei-me em sua palestra quando você á cantou. Nesta mesma palestra você comentou a frase de Joanna de Angelis "A beleza do Amor, não está em quem está sendo amado, mas em quem está amando, pois este tem o amor".

LEILA - Entendi, com Joanna que o projeto de Jesus ou seja a "Nova Aliança" é a construção do amor no coração das pessoas. Mas, para que esse projeto se realize é preciso a construção do amor na própria alma. Na verdade é o "brilhe a vossa luz". Como disse o Mestre: se a luz que brilha em ti são sombras, quão grande serão essas sombras...

ALEX - Você citou também Pablo Neruda, "Quem pensa que nunca errou, já morreu e não sabe".

LEILA - Sim, porque os Espiritos dizem em "O Livro dos Espiritos" que o erro é sinônimo de "ignorância" e como somos ainda bastante ignorantes haveremos de errar muito até aprendermos como alcançar a iluminação.

ALEX - Kardec recomendava que os espiritas deveriam ler também obras 'não-espiritas' e sabemos que você gosta muito de fazer isto, qual a sua recomendação aos espiritas que não tem este hábito?

LEILA - Que leiam também os livros da ciência espírita: Delanne, Hernesto Bozzano, Hernani Guimarães, Herculano Pires e tantos outros.

ALEX - Em seu livro "Mãe na Vitrine", você diz que a mulher tem que desenvolver seu sentimento materno, pois alguns homens ás vezes mesmo sem os terem enraizados, os desenvolvem até mais que as próprias mulheres. É isso mesmo?

LEILA - O instinto materno a mulher nasce com ele, é preciso desenvolver o "sentimento materno". Esse sentimento não é privilegio do sexo feminino, mas de todos os sexos. Lázaro nos envia uma página primorosa no 'Evangelho segundo o Espiritismo' capitulo XII, item 8, onde diz: do mais rudimentar instinto, passando pelas sensações, estagiando muitas vezes nas emoções o ser espiritual vai construir o maior de todos os sentimentos: O AMOR. O grande cientista Carl Jung nos diz que temos no nosso psiquismo o animus (arquétipo masculino) e o anima (arquétipo feminino) comprovando de uma certa forma que podemos reencarnar em ambos os sexos. Assim, observamos hoje em dia pessoas do sexo masculino cujo sentimento materno é muito grande, graças a Deus!

ALEX - E agora faço aquelas perguntas "científicas" para você : Pra que serve ter tantos filhos? Pra que escrever tantos livros?

LEILA - É a forma mais simples de colaborarmos com o tempo em que vivemos. Dentro de um livro você encontra muitas horas de leitura e meditação de um ser pensante. Com um filho também! Como aprendemos com nossos filhos! Sempre que leio um livro agradeço a Deus o trabalho daquele que dedicou parte de sua vida em estudos para compartilhar os seus achados. É maravilhoso! E, quando olho para os meus filhos agradeço a Deus a honra de tê-los recebido em meu ventre e mais que isso a alegria do reencontro.

ALEX - Lindo isso Leila. E como conciliar Parapsicologia e Espiritismo?

LEILA - A Parapsicologia estuda o poder da mente humana e o Espiritismo comprova o poder da mente humana. São ciencias irmãs.

Em entrevista há alguns anos
ALEX - Por que as clinicas hoje vivem tão cheias? E ás vezes alguns pacientes ficam anos em tratamentos?
 
LEILA - Estamos vivenciando momentos de muita melancolia e solidão. Apesar de todas as conquistas cognitivas o ser humano ainda não entendeu o sentido da própria vida. Isso foi a razão pela qual o Consolador chegou a Terra. Ave Alan kardec!

ALEX - Ave! E a Educação Infantil no Brasil atual, como você enxerga?

LEILA - Com dificuldades porque os valores que o mundo elegeu são equivocados. Precisamos urgentemente falar de Espiritualidade em todos os recantos do mundo, não importa a religião mas a imortalidade da alma e a razão da existência precisam ser ensinadas.

ALEX - E a Educação Infantil Espírita?

LEILA - Está a cada dia melhor! Graças a Deus e a muitos jovens inteligentes voluntários que abraçam a certeza de que o mundo de regeneração depende do esforço de todos.

ALEX - E seus projetos futuros? Há algum já em mente, ou em fase final?

LEILA - Pretendo seguir as pegadas do meu profeta preferido: Herminio Miranda. Escrever, escrever e escrever. Além disso pintar quadros e continuar os meus modestos estudos de piano. Curtir o meu primeiro neto que vai nascer em novembro desse ano. Já tenho duas netas, esse será o primeiro neto.

ALEX - Agora um rápido Pinga-Fogo:

- Familia - A minha eterna gratidão
- Educação - Minha paixão
- Parapsicologia - Um grande desafio
- Espiritismo - A minha rota
- Kardec - O meu Mestre
- Deus - O meu Pai

ALEX - Muito obrigado Leila pela sua presença em nossa região, pelas belissimas palestras e seja sempre bem-vinda! São suas as considerações finais:

LEILA - Que Jesus, a pedra angular da construção do amor no Planeta Terra possa ser, para sempre, a inspiração de todos nós.

ALEX - Nossa irmã Fátima Carvalho aproveitando também a vinda de Leila em nossa cidade, realizou uma pequena entrevista com ela e que vale á pena assistir no video abaixo :

AGENDA

AGENDA



Outubro / 2011











AGENDA INTERNACIONAL

Depois dos brasileiros, os que mais acessam o nosso Blog são os espíritas dos Estados Unidos, Portugal e Alemanha, por este motivo, estamos divulgando abaixo alguns eventos neste países!!!

ESTADOS UNIDOS

CHIGAGO (ILLINOIS) - Os nossos médiuns RAUL TEIXEIRA e ALÍRIO CERQUEIRA FILHO estarão nos dias 19 e 20 de novembro no Est Espiritist Seminar of Chigago!

ATLANTA (GEORGIA) - 12/maio/2012 - Universidade da Geórgia - Rialto Center for Arts -
 6º U.S. Spiritist Symposium - www.spiritistsymposium.org - Mauricio@spiritist.us


PORTUGAL

VIII CONGRESSO NACIONAL

29 e 30/outubro - União Espírita da Região do Porto - http://www.cneportugal.org/ - + 351 922 140 448

II JORNADA ESPIRITA da ILHA TERCEIRA

12/novembro - 10:30 h - Centro Cultural da Angra do Heroísmo - AÇORES
Presenças: Paulo Mourinha, Rui Marta, Noemia Margarida, Pedro Silva, Vitor Féria
Realização: Associação Espírita Terceirense - inscrições: acandeiaqueilumina@yahoo.com
969 882 610 - http://espiritismo-na-terceira-ilhaterceira.net - aeterceirense@yahoo.com.br



ALEMANHA

FRANKFURT - 12 a 16/outubro - Feira do Livro - Stand das Editoras Suiças: stander der Schuweizer Verlage: Halle 4.1, A106 Gorete Newton - http://www.dent.edicei.ch

BONN-ROTTGEN - 22 e 23/outubro - local: Andréas Hermes Akademie -Congresso Médico-Espírita - IV Congresso de Medicina da Alma - http://www.kongress-psychomedizin.com/

STUTTGART - Em Novembro - local: União Espírita Alemã - Worshop: Marta Antunes Trabalhadores e estudiosos da Mediunidade - promoção: CEI - www.spiritismus-dsv.de unia.espirita.alema@spiritismus-dsv.de








NOVEMBRO / 2011


















A Fraternidade da Colmeia convida:


Bazar Beneficiente

Em prol das gestantes carentes assistidas pela Colmeia - Valorizando a Vida



Data: 19/11/2011 (sábado)


Horário: das 9h às 18h


Endereço: Rua Padre Rodolfo, 119 - Vila Ema


(atrás da Igreja Sagrada Família)








DEZEMBRO





     Dia 03 de DEZEMBRO, na Praça Conde Frontin
Centro - Jacareí/SP
Local : Esporte Clube Elvira

Horários:
15h30 : "Monstros - O Musical" - Peça Infanto Juvenil (R$ 15,00)
21h00 : "O Amor Venceu" - De Zibia Gasparetto (R$ 25,00)
Haverá venda de ingressos no local!
Antecipados pelo tel: 9123 1277 (Carlos Monteoliva)












 





 

2012









 O evento é promovido e realizado pela USE (União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo), com o tema "Solidariedade - uma outra forma de conhecer", que será desenvolvido através conferências de Divaldo Pereira Franco (Salvador-BA) e José Raul Teixeira (Niterói-RJ), e  pelos âncoras  responsáveis pelo desenvolvimento dos conteúdos do tema central: Alberto Ribeiro Almeida, (Belém - PA), André Luiz Peixinho (Salvador-BA), André Trigueiro (Rio de Janeiro-RJ), Antônio César Perri de Carvalho (Brasília-DF). A Comissão Orientadora e Facilitadora sobre os conteúdos (seminários e conferências) do tema central é formada por: Adalgiza Campos Balieiro, Adolfo de Medonça Junior, Cleber Novelino, João Thiago Garcia e Júlia Nezu de Oliveira.

A USE/Franca tem a honra de convidar a comunidade espírita paulista a participar do 15º Congresso Estadual de Espiritismo, que será realizado na cidade de Franca - SP, Escolas Pestalozzi, Rua José Marques Garcia, 197, nos  dias 28 a 30 de abril até 1º de maio de 2012.

Mais Informações: congresso@usesp.org.br








14 de setembro de 2011

73 - ALEX entrevista LIRÁLCIO RICCI

     Ele nasceu em São Paulo, capital, e desde criança demonstrava inclinação para a música, tendo como principais incentivadores sua bisavó Maria Ferreira e seu padrinho João Lázaro Brás.
     Foi católico, mas depois de ganhar de presente "O Livro dos Espíritos" de um amigo, conseguiu as respostas que faltavam em sua vida e tornou-se espírita.
     Ele começou frequentando o Centro Espírita Francisca Souza, onde prosseguiu seus estudos, assistindo aos cursos que a casa oferecia e participando com entusiasmo das atividades doutrinárias da casa, passou também a visitar o Hospital Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes, instituição voltada ao tratamento de hansenianos.
     Ele é diretor da Rádio Espírita na web http://www.radioespirita.net/ e também da Rede Visão  http://www.redevisao.net/ e possui seu próprio site http://www.liralcio.com.br/
      É músico espirita com cds gravados e além de desenvolver um belíssimo trabalho na música, profere palestras pelo Brasil.
     Estou falando de Lirálcio Alves Ricci.

* Entrevista realizada em 11/09/2011 via internet, para divulgar sua vinda á São José dos Campos-SP na semana seguinte, onde participará do programa "Vivência Espírita" e realizará uma palestra na AME *

ALEX - Olá Lirálcio, tudo bem? Você é um ouvinte assíduo do Programa Vivência Espírita na Super Rádio Piratininga. De onde vem este carinho todo especial pelo programa, mesmo sem conhecer pessoalmente os apresentadores? 

Lirálcio Alves Ricci
LIRÁLCIO - Olá, Alex. Comigo sempre está tudo bem, graças á Deus. Toda a história começou com um amigo em comum, também radialista e amante da arte espírita, o Renualdo Ferreira de Cachoeira do Sul - RS. No final do ano passado, eu e minha esposa decidimos passar nossas férias conhecendo o sul do país e, como sempre faço, aviso nas listas que participo sobre a viagem, visando conhecer os artistas locais, fazer apresentações, palestras e colher material para a Rádio Espírita. O Renualdo nos contactou pedindo uma palestra em sua cidade, que fica próxima a Porto Alegre, cidade onde iríamos encerrar nossa viagem e empreender retorno (nós fomos de carro). Aceitei o convite e fui conhecer o amigo Renualdo pessoalmente. Lá, conversamos muito sobre o movimento artístico espírita e que ele havia falado a meu respeito com um amigo radialista de São José dos Campos. De imediato me interessei, pois já tinha ouvido falar no trabalho do Jorge Reis e do Grupo Castelã, tendo inclusive recebido um e-mail dele solicitando se um dia pudéssemos ir a São José dos Campos para falarmos em seu programa de rádio. São José fica próximo a São Paulo e eu tenho um carinho muito especial pela região, pois minha família é do Vale do Paraíba - minha mãe, já desencarnada, nasceu em Guararema e a família de meu pai é de Mogi das Cruzes. Quando criança sempre vínhamos passear em Mogi, Guararema, São José, Taubaté, Jacareí e adjacências, então achei muito interessante saber mais sobre o trabalho. Quando retornei a São Paulo, coincidência ou não, recebi um e-mail anunciando que o programa do Jorge Reis havia mudado de emissora e anotei no meu caderninho para poder acompanhar na primeira oportunidade. O que fiz. Ao me conectar ao chat, inesperadamente, o Jorge citou meu nome e eu achei até que ele já havia visto que eu estava logado, mas depois percebi que não, foi sintonia fina mesmo. A partir daí, todos os sábados que posso, acompanho o programa, na maior parte do tempo apenas ouvindo enquanto faço outras atividades, mas, quando dá, corro ao chat para dar minha colaboração e volto aos afazeres.

ALEX - Eu também faço isso (risos) mas não consigo entrar no chat, pois enquanto ouço o programa estou dirigindo (risos). Trabalho com vendas na rua, fico com o ouvido esquerdo escutando o cliente e o ouvido direito escutando o rádio (risos). Você tornou-se conhecido por todos nós ouvintes do programa, por sempre ser divulgado o seu trabalho musical, a sua web-rádio www.radioespirita.net e por você sempre estar no chat ao vivo participando. Quais são as suas expectativas com respeito á sua vinda aqui para São José dos Campos-SP? Pois estamos ansiosos em conhecê-lo pessoalmente.
 
LIRÁLCIO - Alex, por onde vou, á trabalho ou á passeio, faço esses contatos. O objetivo é sempre o mesmo: conhecer os trabalhos locais, ampliar o acervo da Rádio Espírita e divulgar o nosso trabalho junto a Arte Espírita. E tenha certeza, ninguém está mais ansioso do que eu, para conhecer pessoalmente amigos tão queridos e rever esta bela cidade, que deve ter mudado muito desde a última vez que aí estive, quando tinha 19 nos, para acompanhar um festival de dança folclórica durante o período junino. Eu adoro ver os grupos de catira, essa dança que tem tanta energia, e as modas de viola caipira que fazem parte da história do Vale do Paraíba.

ALEX - Fale um pouco sobre o tema de sua palestra que será realizada aqui na AME, no dia 24 de setembro de 2011, "A Educação vem de Berço".

LIRÁLCIO - Alex, há bastante tempo eu venho trabalhando a questão da educação para um mundo melhor. Mesmo antes de me tornar espírita - eu fui católico praticante até os 21 anos, tendo atuado até em celebrações como casamentos, batismos, missas, encontros de jovens etc. -, quando eu fui definir o curso que faria no ensino médio, disse a meu pai "Quero ser professor". Meu pai perguntou: "Por que?", eu respondi "porque eu quero fazer a diferença, recebi muito e acho que tenho que colocar isso para ajudar o mundo a melhorar e não vejo forma mais abrangente do que sendo professor". Então eu, aos 19 anos, entrei para uma escola de magistério, que antigamente se chamava "normal". Durante 4 anos eu era um dos poucos homens em sala, chegando a ser o único em alguns períodos, contra 40, 50 mulheres. As outras turmas, haviam outros cursos na escola, sempre debochavam, mas eu recebia muito insentivo dos meus professores que entendiam e me apoiavam bastante. Quando comecei a estudar a Doutrina Espírita, ai então foi que entendi o valor do conhecimento e desde então tento conciliar educação formal (conhecimento) com educação espiritual (moral). E tenho visto que o mundo precisa muito da educação moral, o Homem (homem/mulher) em busca do "ter" tem relegado a educação de seus filhos e passado esta responsabilidade para a sociedade, o que é um grande erro. Por isso, dentro da Doutrina Espírita, tenho trabalhado este tema, pois é uma filosofia mais racional, onde conseguimos colocar idéias, que para uns ferem e incomodam, com menos rejeição.

ALEX - Ainda não saindo do tema "A Educação vem de Berço", vejo que você tem um carinho todo especial para com seu pai, fale um pouco dele para nós e a sua importância na Doutrina Espirita Cristã?

LIRÁLCIO - Meu pai é minha referência de homem, em todos os sentidos. Meu pai nunca nos forçou a ter nenhuma religião, eu é que sempre estive envolvido com estas questões. Fui batizado aos 11 anos de idade, porque escolhi meus padrinhos e pedi a eles que me batizassem. Fui eu que procurei uma igreja para fazer a primeira comunhão, sem nenhuma imposição. Meu pai era um "livre pensador", na verdade ainda o é, pois ainda está encarnado, mas quando era criança e adolescente ele tinha o hábito de nos reunir após o "Fantástico" para discutirmos as informações que o programa acabara de transmitir. Falávamos de tudo, absolutamente tudo. Meu pai não era repressor, mas era rígido. Hoje eu acho que ele amoleceu (risos). Ele me ensinou que homem chora, porque tem sentimento; que homem ajuda em casa, porque é preciso cooperação; que homem tem que ter honra e que sua palavra vale mais do que qualquer dinheiro que alguém possa te oferecer; que homem, que é homem, respeita e valoriza sua companheira, pois juntos vão construir uma família. Graças a ele, eu sou o que sou. Não tivemos moleza, não tínhamos dinheiro. Desde os 9 anos eu trabalho para ajudar no sustento da família. Todos nós ajudávamos e isso era um orgulho para mim. Quando me casei, por problemas de minha cabeça em confusão, acabei me distanciando de meu pai, com bastante raiva no coração. Houve momentos de ódio mesmo, preciso ser honesto. Fiquei anos sem falar com meu pai. Mas a vida tem suas lições e eu aprendi uma no dia em que meu primeiro filho nasceu. Entendi o que era ser pai e que as coisas que o meu pai um dia havia feito foi por me amar e querer o melhor para mim, do jeito dele. Podia não ser o que eu queria, mas era o melhor dele. Então naquele dia 08 de julho de 1987, no quarto da Maternidade Santa Joana em São Paulo eu abracei meu pai e lhe pedi perdão pela minha ignorância. Não me reaproximei totalmente, mas não tinha mais aquele sentimento ruim dentro de mim. Algum tempo depois, meu pai em segundo casamento, nos informa que iria ser pai novamente. Foi uma alegria para todos, porém as coisas acabaram complicando. Lucas nasceu com problemas congênitos, um cromossomo com "defeito" fez com que os principais órgãos do seu corpo não tivessem as divisões corretas e ele viveu aproximadamente 10 meses dentro do CTI no isolamento, recebendo sangue diariamente, doado por nós, especialmente eu, meu irmão e a irmã da esposa de meu pai, pois éramos os únicos compatíveis. Esse tempo de aflição e de luta pela vida do Lucas fez com que nos aproximássemos de vez e foi então que descobrimos que, cada um individualmente, os cinco filhos - eu sou o mais velho - e ele mesmo haviam se convertido ao Espiritismo. Foi impressionante. Logo depois, meu pai fundou uma instituição de amparo e assistência espiritual intitulada "Casa de Lucas".

ALEX - Que linda história Lirálcio, é de emocionar! E Roberto Ferreira, quem é ele e quão importante ele é para você?

Lirálcio, Roberto Ferreira e Telma
LIRÁLCIO - Eu sempre adorei cantar, desde criança ouvia minha bisavó dizer que eu aprendi a cantar antes de começar a falar, ela foi uma das minhas principais incentivadoras. Em casa sempre cantávamos em grupo, com meus irmãos e tios tocando violão. Na adolescência participei de um coral em Mogi das Cruzes. Quando comecei a frequentar uma casa espírita, comecei a tocar violão e a cantar músicas religiosas que eu havia aprendido na Igreja, meu primeiro cd tinha estas músicas, como Roberto Carlos, Padre Zezinho, etc. Um dia, durante uma aula do curso de 2º ano de Aprendizes do Evangelho, um de meus alunos me deu de presente uma fita K7 pedindo para que eu ouvisse com carinho. A fita, produzida de forma caseira, tinha várias músicas lindas: "Parafuso", "3º Milênio", "Obrigado, Senhor" entre outras, às quais me apaixonei. Perguntei a ele de quem eram as músicas e ele me disse que eram de um grupo de São Bernardo do Campo (SP) chamado Grupo Vocal União e Harmonia. Por coincidência, este grupo iria se apresentar em um estádio em São Caetano para lançar o seu terceiro disco e esse meu aluno estava programando para ir e me convidou. Aceitei prontamente. Lá, adquiri todos os discos do grupo e acompanhei, maravilhado, a apresentação daquele belo coral. Não resisti e procurei, ao final da apresentação, o responsável pelo trabalho, Roberto Ferreira. Conversamos por alguns minutos, mas pareceu que já nos conhecíamos há muito tempo. Comecei a cantar as suas músicas e a divulgar o trabalho deles. Quando decidi gravar o segundo cd, resolvi que teria que ser músicas exclusivamente espíritas e procurei o Roberto para lhe pedir autorização para gravar algumas de suas músicas. Ele recebeu a mim e a meu pai e colocou à nossa disposição todas as mais de 800 músicas, àquela época, hoje são mais de 1500, que a espiritualidade o haviam inspirado. O cd "Quero ser ponte" é o resultado desse encontro, 12 músicas selecionadas entre as centenas que ele nos ofereceu. Hoje sou considerado um "afiliado", embora eles tenham como afiliados apenas outros grupos corais. Roberto Ferreira é pessoa maravilhosa, com uma capacidade gigantesca de se doar. O seu trabalho precisa e merece ser conhecido pelas pessoas do Movimento Espírita. Ele não é só importante para mim, ele é importante para o Espiritismo.

ALEX - Comente algo a respeito de seus cd's e de seu mais recente, o "Quero ser  Ponte".
 
 LIRÁLCIO - Como eu disse, meu primeiro trabalho, chamado "Aprendizes", tinhas algumas músicas de fora do espiritismo, embora também tivesse algumas conhecidas no meio, como "Quanta luz", da médium carioca Cenyra Pinto, e "Hino dos Aprendizes do Evangelho", de Edgard Armond. Mas era um material produzido sem as devidas autorizações, que eu mesmo duplicava no computador e vendia. Quando decidimos produzir o segundo, com ajuda financeira de meu pai, queríamos que fosse todo legal, com registro nos órgãos competentes, prensagem em indústria fonográfica, etc. O cd levou 2 anos sendo produzido, na base do “juntou, gravou”, ou seja, à medida em que tínhamos o dinheiro íamos ao estúdio, pagávamos e gravávamos, faixa por faixa. Depois do material pronto veio o momento da prensagem e foi outra dificuldade, pois não tínhamos dinheiro para fazê-lo. Só 3 anos depois é que o Roberto Ferreira, vendo a nossa dificuldade, assumiu pela 'Fundação Grupo Vocal União & Harmonia' a impressão de mil unidades do cd. Com esses 1.000 cds é que venho trabalhando, visando guardar fundos para a divulgação e a produção de um novo álbum, que já estamos em fase de seleção.

ALEX - Como surgiu a sua rádio espírita na web?

LIRÁLCIO - A Rádio Espírita é fruto dessa minha dificuldade em conseguir produzir e também de divulgar meu cd. Infelizmente, o Movimento Espírita tem ainda uma certa ojeriza em relação à arte, especialmente a música – que, graças a Deus vem mudando de uns tempos pra cá, mas ainda está muito longe do ideal. Por causa disso procurei formas alternativas de divulgá-lo, inclusive pensando em outros tantos artistas que, como eu, passavam pelo mesmo problema. Inicialmente, a idéia era fazer um programa semanal de arte espírita em rádio ou televisão, com entrevistas, vídeo clipes e muito bate-papo. Há quase 6 anos, procurei o Alamar Regis Carvalho, com quem já tinha amizade há muitos anos, e que estava lançando a Rede Visão, sistema web de transmissão de rádio e TV, ao vivo e on demand, me colocando para produzir esse programa. Imediatamente ele abraçou a idéia, mas me questionou se não seria melhor, diante das minhas exposições – eu lhe expliquei a minha intenção em ser um divulgador ferrenho da música espírita -, ele me questionou se não seria melhor um veículo específico, 24 horas: uma rádio. Naquele momento, eu fiquei chocado, a idéia era maravilhosa, mas será que eu tinha condições de fazê-lo? Ele me explicou que não seria complicado, já que os requisitos mínimos – um computador conectado à internet e um programa de gerenciamento – não seriam problemas. Então eu topei e no dia 12 de janeiro de 2007 entrou no ar a web-rádio “Rádio Espírita”, focada essencialmente na difusão da mensagem doutrinária através da arte. Agora em janeiro vamos completar 5 anos de existência. Atualmente são 169 artistas espíritas sendo divulgados com pouco mais de 3.000 músicas. Mas ainda falta muito, o trabalho está apenas começando. É preciso que o artista espírita saiba de nossa existência e nos enviem seu material para que possamos divulgá-lo. Eu sei que tem muita gente boa por esse mundo a fora fazendo arte espírita e que precisa de espaço, para isso nós estamos aqui. Por muito tempo eu cuidei sozinho da Rádio Espírita e foi bem difícil, mas graças a bondade e misericórdia de Deus, uma linda pessoa se uniu a mim para fazer com que esse trabalho cresça, floresça e frutifique: Telma, minha esposa. Sem ela, a Radio Espírita já teria deixado de existir.

ALEX - Recentemente você fez o cd "Coletânea Rádio Espírita – Volume I", incluindo canções de alguns grupos de nossa região, como o 'Anima' e o 'Castelã'. Como foi organizar este trabalho? E teremos a realização dos números 2, 3, 4...?

LIRÁLCIO - A coletânea é uma orientação dos espíritos que dirigem este trabalho e faz parte das comemorações de aniversário de 5 anos da Rádio Espírita. Ele visa a divulgação dos artistas entre si, já que alguns nem se conhecem e um acabará divulgando o outro, e também a arrecadação de fundos para a manutenção e sustento da arte como um todo. Como eu disse anteriormente, sofri muito em meu projeto de divulgar a Doutrina Espírita através da música, o Movimento Espírita tem um problema sério quando o assunto é dinheiro, os grupos e instituições formais constituídos têm grande dificuldade em apoiar projetos que tratam da Doutrina como um todo e, infelizmente, focam exclusivamente em si, na manutenção dos seus próprios trabalhos. Sempre que procurei algum empresário espírita a dificuldade era a mesma: eles achavam o material lindo, que ele deveria sim ser divulgado e que eu deveria doá-lo, integralmente, para que eles o divulgassem. Nunca, nenhum deles me perguntou quanto custou para produzir aquele trabalho, quais foram os sacrifícios que empreendi para que ele fosse a termo. Queriam o trabalho para eles, graciosamente, esperando que eu ficasse feliz apenas em ser conhecido, em aparecer... Meu objetivo não é ficar famoso, não é viver da Doutrina Espírita, mas é preciso ser justo: há custos envolvidos em uma produção como esta, especialmente se ela for feita visando a qualidade que, eu acho, a Doutrina Espírita merece. Eu não sou rico, muito pelo contrário. Então, hoje, quando eu parto para uma empreitada como esta, também penso no que passei e, assim, decidimos que toda a arrecadação conseguida com a venda deste material será dividida igualmente entre todos os artistas envolvidos. Ou seja, a renda da venda do cd “Coletânea Rádio Espírita” irá ajudar a manter a Rádio Espírita no ar, a colocar novos projetos de divulgação da arte espírita, como shows e eventos culturais que pretendemos fazer, e também ajudar financeiramente os artistas espíritas que tanto precisam para poder fazer a sua arte. Acho que qualquer trabalho tem que ser realizado em um processo simbiótico, onde um ajuda o outro e assim crescem juntos. De outra forma, o que existe é apenas um processo parasitário, onde apenas um dos envolvidos se beneficia do outro, graciosamente, sem contrapartida. Não há uma preocupação com a sobrevivência da outra parte, se aquela deixar de existir, não tem problema, simplesmente se arruma outro “hospedeiro”. Isso eu jamais farei.

Quando recebemos a orientação do plano espiritual para desenvolver este trabalho, comunicamos os artistas espíritas através das listas, fóruns e grupos existentes e os convidamos a fazer parte do empreendimento. Muitos artistas imediatamente se prontificaram e começamos então a seleção. Alex, você não faz idéia como foi difícil, pois há muita coisa linda produzida e nós tivemos muita dificuldade para escolher as músicas que comporiam o material. Para você ter uma idéia, eu mesmo quase fiquei de fora. (risos) O certo é que muita gente acabou não entrando, pois um cd comporta apenas 74 minutos de gravação, e assim vamos ter que fazer o volume II, III, IV etc. Mas é claro que isso depende muito da aceitação do público, se este primeiro for um fracasso, é óbvio que não teremos como investir em outras produções.

Esta é a relação, em ordem alfabética, dos artistas e suas músicas, que comporão o volume I:

• Alma Sonora (PR) - Tempo de amor
• Ana Ariel (SP) - Chico 100 anos
• Clayton Prado (SP) - Essência infinita
• Clésio Tapety (SP) e Adolfo Lino (PI) – Herdeiro
• DaNNilu (SP) - Ave Maria
• Flávio Fonseca (DF) - Nova madrugada
• Grupo Änïmä (SP) - Novo tempo
• Grupo Castelã (SP) - Em busca de luz
• Grupo Mensageiros (GO) - Homem de bem
• Grupo Vocal Vinha de Luz (SP) - Nosso querido professor
• Jackson e Alana (RS) - Seja, então feliz
• Jean Charlles (DF) - O chamado
• Júnior Vidal (RJ) - Com Jesus
• Lirálcio (SP) - Efeito bumerangue
• Merlânio Maia (PB) - Palavras do Cristo na beira do mar
• Preté (SP) - Vivenciando o amor
• Roberto Ferreira (SP) - Operário do amor
• Sergio Sachi (SP) - Amigos do outro plano
• Sílvio Sodré (SP) - Belo porvir
• Thiago Brito (RJ) - Podre Rico
• Tim e Vanessa (MG) - Médiuns

ALEX - Os dois mais recentes entrevistados em nosso blog foram os cantores Vansan e Allan Vilches, um pouco antes deles entrevistamos Elizabete Lacerda de Brasília. Você os conhece? O que diria do trabalho deles?

LIRÁLCIO - Sim, conheço os três e os três integram o “play list” da Rádio Espírita. Allan Vilches é um grande amigo e excelente cantor, seu trabalho é magnífico, com uma qualidade impressionante. Tive oportunidade de assistir ao vivo alguns shows com ele, além de suas palestras musicais. Um primor! Vansan eu conheço apenas o trabalho, já há bastante tempo. Ele é de Mogi das Cruzes. Elizabete Lacerda conheci seu trabalho há pouco tempo, apresentado por um amigo, Silvio Sodré que também é artista espírita de Brasília, que me deu de presente um cd dela. Hoje, somos amigos no Facebook. São todos trabalhos lindos que precisam e merecem ser divulgados.

ALEX - Fale um pouco mais sobre a sua relação com a Rede Visão do Alamar?

LIRÁLCIO - Como eu disse lá atrás, conheço o Alamar há mais de 15 anos. Eu era voluntário em grupo de divulgação espírita nas salas de bate-papo (antigamente chamadas de chat) usando um programa chamado IRC – Internet Realy Chat. Tínhamos duas salas em duas redes de IRC, as mais usadas chamadas BrasIRC e BrasNet. Esse trabalho, pioneiro na utilização da internet para divulgação da mensagem espírita, começou a crescer e de repente nos vimos necessitando de espaço para divulgá-lo. Foi então que surgiu o Alamar, que na época morava em Salvador, apresentava um programa semanal de televisão via Embratel, chamado "Espiritismo via satélite", e editava uma revista mensal, chamada “Visão Espírita”. Para manter tudo isso, Alamar tinha uma empresa, a SEDA – Sociedade Espírita de Divulgação e Assistência, que tinha um site e um provedor, àquela época algo muito caro. Ele, que freqüentava nossas salas constantemente, nos ofereceu espaço no servidor da SEDA, hospedou nosso primeiro site e divulgava o nosso trabalho em sua revista, sem nada cobrar. Nossa amizade, e respeito, vêm desta época. De lá para cá, meu respeito e admiração só aumentaram. Sei que algumas pessoas não gostam do Alamar, devido ao seu estilo franco e direto, mas eu o respeito e sei que acima de tudo ele é uma pessoa honesta e sincera, não afeita à "elevação de faixada" e à "bondade de aparência". Alamar é o que é, a qualquer hora e em qualquer lugar, e isso eu admiro muito. O IRC-Espiritismo cresceu tanto que hoje mudou de nome, chama-se agora Espiritismo.Net (www.espiritismo.net) e usa programas mais modernos para fazer aquele mesmo trabalho de divulgação que era feito nas salas de IRC, como o PalTalk, um software que além do texto também permite usar voz e imagem. Alamar hoje mora em São Paulo, pertinho da minha casa, e procuramos fazer um trabalho de divulgação da Doutrina Espírita usando a tecnologia disponível para isso. A Rede Visão (www.redevisao.net) mantém um servidor próprio nos Estados Unidos, pois é muito mais barato e seguro que o serviço brasileiro, e segue acreditando que “divulgar a Doutrina Espírita é a maior caridade que podemos fazer por ela”.

ALEX - Você acha que os espíritas de uma forma geral deveriam explorar mais a mídia para a divulgação da Doutrina?

LIRÁLCIO - Não tenho a menor dúvida com relação a isso. Se Kardec estivesse encarnado, com certeza absoluta usaria destes recursos para aprimorar e difundir o seu trabalho. Não há como fugir disso, a tecnologia existe e veio para ficar. Cada dia mais elas se integram ao nosso dia a dia e precisamos nos adaptar, aproveitar o que elas tem de bom e utilizá-las ao máximo em nosso benefício. Eu vejo muitas pessoas que se afastam da Internet, por exemplo, dizendo que há muita porcaria por lá. É verdade, há sim, mas também tem coisa boa, é procurar. Também ouço há muito tempo dizerem que a televisão é o mal do século. Ok, a televisão é mal explorada, é um meio massificante, “emburrificante”, mas isso porque aqueles que podem fazer alguma coisa de bom se afastam, deixando para os mal intencionados o espaço livre para atuarem. Isso acontece com todas as mídias. Rádio, cinema, teatro, televisão, jornal, revista e internet, são apenas meios com os quais se transmitem idéias, mensagens, se forem usadas de forma inteligente podem fazer muito pela humanidade. Mas é como disse o Espírito Verdade na questão 932 de “O Livro dos Espíritos”: o mal prolifera porque os bons são tímidos e o mal é intrigante e audacioso; quando os bons quiserem, o bem dominará.

ALEX - E a qualidade e conteúdo doutrinário nas músicas espíritas atuais?

LIRÁLCIO - O movimento artístico espírita ainda está engatinhando, ainda se discute o que é ou não arte espírita, incluída ai a música. Temos muito que fazer para termos uma arte uniforme e que atinja realmente a sua finalidade: colocar o bom e o belo a serviço do bem. A música espírita precisa crescer, o músico espírita precisa compreender o seu papel no contexto doutrinário. Há, ainda, um ranço, muito triste por sinal, em relação à arte dentro do Movimento Espírita, que muitos confundem com o que é feito por outras denominações religiosas. Quando se fala em investimento, então, a coisa complica muito. Dentro do próprio meio ainda não há consenso, pois há muitos que acham que não se pode cobrar, outros entendem ser necessária a cobrança, cada qual com seus ene número de argumentos pró e contra a “comercialização da arte espírita”. A questão da qualidade da arte, invariavelmente, passa pela questão do investimento. Vivemos em um mundo material, onde as coisas têm custo e precisamos entender isso. Para se fazer as coisas de modo amador, claro, qualquer pessoa de boa vontade pode fazê-lo, bancando de si os custos para isso, que são relativamente pequenos, mas quando falamos em produção com qualidade não tem como não esbarrar na questão financeira. Aí é um deus-nos-acuda!

Sinceramente, eu não vejo problema em se cobrar ingresso para se assistir uma bela peça teatral, produzida por grupo espírita, com conteúdo espírita, voltada para a comunidade espírita e simpatizantes. As pessoas “comuns” não fazem isso para ver peças de gosto duvidoso e de conteúdo chulo? Eu não vejo problema em ir ao cinema para assistir a um belo filme produzido por uma instituição espírita, focada nas bases doutrinárias e que vai acrescentar algo à minha vida. Os cinemas não enchem de expectadores para ver filmes de violência e sexo dando bilhões aos seus produtores? Por que para nós tem que ser de graça? Por que para nós tem que ser mal feito? Qual o problema em se pagar por um cd de músicas edificantes, harmonizantes, que vão nos trazer paz e bem-estar? Por que é espírita? Espírita é menos? Em quê Roberto Carlos é melhor que Vansan? Luciano Pavarotti é melhor que Allan Vilches? Paula Toller é melhor que Elizabete Lacerda? Grupo Sensação é melhor do que o Grupo Vocal União e Harmonia? Não, absolutamente não! Isso sem falar em material fonográfico muito pior que hoje tomam conta das mídias e que tocam em autos volumes por esse Brasil afora, insitando nossos jovens ao sexo e às drogas. Não é melhor que o dinheiro venha para o Movimento Espírita, auxiliar na manutenção de trabalhos edificantes e de assistência social e espiritual do que para pessoas que só pensam na fama e na fortuna a qualquer custo? Sim, eu dou de graça o dom de cantar, mas tenho despesas que não dá para pagar com passe e água magnetizada. Acho que ainda não entenderam quando Jesus disse “a César o que é de César, a Deus o que é de Deus”.

ALEX - Agora uma pergunta que eu deveria ter feito no início: Como você conheceu a Doutrina Espírita?

LIRÁLCIO - Como já disse, eu tenho formação católica, vivia dentro da Igreja, participava ativamente na comunidade. Porém, sempre fui bastante questionador, muitas coisas que eu lia e que os padres e freiras tentavam me passar ficavam como grandes indagações. Quando eu perguntava a eles coisas como “se Deus perdoou Noé e disse que abençoava a ele, seus filhos e seus descendentes, sendo que só haviam sobrado eles na face da terra, por que eu tinha que pagar por um erro cometido por outras pessoas antes disso? – o pecado original – Afinal, eu era mais filho de Noé do que de Adão!” as irmãs do convento onde eu estudava ficavam horrorizadas com minhas perguntas, viviam chamando meu pai na diretoria, pedindo a ele que me educasse melhor e coisas assim. Um dia “briguei com o mundo”, não queria saber de mais nada, me afastei totalmente das atividades da Igreja e coloquei estas questões em segundo plano. Foi quando um amigo muito querido me deu um livro de presente. Eu olhei aquele livro e me arrepiei. “Credo, tira isso daqui, esse negócio de espiritismo não é coisa de Deus!” disse eu ao meu amigo que acabava de presentear com um exemplar de “O Livro dos Espíritos”. Ele não se ofendeu e disse “Deixa ele por ai, quem sabe uma hora você resolva dar uma folheada e entenda que as coisas podem ser diferentes do que você pensa que são”. E ele ficou lá, na mesa, por dias, talvez semanas. Uma bela hora, de curiosidade, abri-o e comecei pelo começo, ou seja, pelas explicações de Kardec. O texto era claro, conciso, escrito por alguém que parecia apaixonado pelo que havia feito. Não consegui parar de ler. Passei então a questão nº 1 “Que é Deus?”. Essa pergunta tinha alguma coisa estranha, não se pergunta “o que é Deus”, o correto seria “quem é Deus”, pensei eu. A resposta foi ainda mais bombástica: “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”. A partir dali, minha vida teve um novo significado, a cada pergunta formulada pelo autor, que pareciam ser as minhas, uma resposta me iluminava e me fazia voltar a compreender Deus. Fui atrás de mais. Li, estudei, esmiucei tudo o que tinha direito, mas sempre com reservas, tudo em casa, sem nunca ter ido a uma instituição espírita, pois ainda guardava muito preconceito sobre as mesmas. Foi quando conheci minha segunda esposa. Eu já estava separado havia algum tempo e quando começamos a nos relacionar ele me convidou para conhecer uma casa espírita que ela freqüentava. No início fiquei arredio, mas cedi e fui. Ao chegar lá, uma surpresa enorme: vários amigos e colegas estavam naquela casa. O presidente da instituição, que eu conhecia desde a infância, e era professor como eu, me recebeu e me abraçou dizendo “Seja bem-vindo, irmão”. A partir de então, passei a frequentar a casa, fiz todos os cursos disponíveis e comecei a trabalhar como voluntário, fazendo palestras, dando cursos, participando ativamente das atividades da casa.

ALEX - Como foi o seu primeiro contato com a música espírita?

Lirálcio e esposa
LIRÁLCIO - Nesta instituição que citei acima, de nome Centro Espírita Francisca Souza, em São Miguel Paulista, zona lesta de São Paulo, quando comecei a freqüentar o curso de “Aprendizes do Evangelho” uma música era cantada em todo início de aula, o “Hino dos Aprendizes do Evangelho” de Edgard Armound, que as pessoas popularmente chamam de "Pai Celeste” porque é a primeira frase da música. A casa também tinha uma música particular, de autoria da mentora espiritual, D. Francisca Souza, chamada “Caridade”. Eu mesmo, quando comecei a cantar na casa, usava várias músicas que havia aprendido na Igreja, até que conheci as músicas do Grupo Vocal União & Harmonia. Desde então, procuro trabalhar músicas exclusivamente doutrinárias, até porque há uma quantidade imensa de músicas dentro do movimento espírita que não justificaria, ao menos na minha visão, trabalhar mais com música de fora.

ALEX - Você teve contato com o médium Francisco Candido Xavier?

LIRÁLCIO - Há 18 anos, em uma das instituições em que lecionava e era diretor de ensino doutrinário, o Centro Espírita Lar Verdade Amor e Caridade, um casal de alunos promoveu uma excursão até Uberaba. Inicialmente eu não me prontifiquei a participar da mesma, mas como eles insistiram e me deram a viagem de presente acabei indo com eles. Foi uma viagem rejuvenescedora, conheci Peirópolis, o sítio do Sr. Langerton, médium homeopata que tratara o Chico, fomos a Sacramento, onde tive a oportunidade de conhecer o Colégio Allan Kardec, instituição fundada por Eurípedes Barsanulfo, e o centro espírita fundado por ele e mantido pela família até hoje. Em Uberaba, tive a oportunidade de fazer uma palestra e cantar em um dos centros espíritas frequentados pelo Chico e tive a honra de poder beijar-lhe a mão e o “desconforto” (afinal, quem sou eu para ter tal merecemento?) de ter a minha mão beijada por ele. Foi uma experiência única, da qual jamais vou me esquecer.

ALEX - O que você poderia nos dizer á respeito de Jorge Rizzini?

LIRÁLCIO - Conheci muito pouco deste emérito trabalhador da Doutrina Espírita. Sei que recebia músicas de poetas famosos desencarnados, que fez o primeiro programa espírita da televisão brasileira, chamado “Em busca da Verdade” aqui na TV Cultura de São Paulo, e que escreveu vários livros sobre diversas personalidades espíritas. Eu gostaria de ter tido contato mais próximo com ele, pois foi um grande desbravador das mídias e eu teria muito a aprender com ele. Infelizmente, para mim, Rizzini desencarnou em 2008 aos 84 anos de idade, mas seu legado é grande e há muito ainda pra se aprender com o que ele deixou.

ALEX - Para finalizarmos um Pinga-Fogo :

- Violão – Companheiro, há algum tempo desprezado (risos).
- Mídia – Um meio que precisa ser aproveitado para o trabalho do bem.
- Família – Fonte de sustentação, base para o meu crescimento.
- Kardec – O pedagogo.
- Deus – Tudo!

ALEX - Muito obrigado pela entrevista virtual (risos), esperamos ansiosos a sua vinda e que Jesus continue a lhe iluminar nesta caminhada. Um forte abraço e são suas as considerações finais:

LIRÁLCIO - Eu que agradeço, Alex, pelo seu interesse em meu trabalho. Não sou perfeito, estou muito longe disso, só quem me conhece de perto sabe dos meus erros, dos meus defeitos, mas eu busco a cada dia me melhorar e faço isso com afinco. Também tento ajudar aqueles que estão à minha volta, aqueles que queiram me ouvir, seja através de minhas palestras, das canções que interpreto ou do trabalho que realizo. Tenho certeza que o mundo se tornará melhor quando todos entendermos as lições morais deixadas por Jesus e as colocarmos em prática em nosso dia a dia, não apenas dentro da casa espírita, mas na família, no trabalho, no trânsito, na escola ou onde quer que estejamos. Um planeta de regeneração nos aguarda o concurso e depende de nós que a Terra rapidamente se torne esse planeta, onde a felicidade ainda não será plena, mas será muito bom pra se viver. Muito obrigado e que Deus nos abençoe, hoje e sempre.

O NOSSO ENTREVISTADO ESTARÁ EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP
NO DIA 24 DE SETEMBRO (SÁBADO)
NO PROGRAMA "VIVÊNCIA ESPÍRITA", ACOMPANHEM PELA RÁDIO (750 AM) OU AO VIVO PELO SITE (www.superradiopiratininga.com.br) E Á NOITE ESTARÁ REALIZANDO UMA PALESTRA COM O TEMA "EDUCAÇÃO VEM DE BERÇO" NA AME (ASSOCIAÇÃO MATERNAL ESPIRITA), NA RUA OSCAR STRAUSS, BOSQUE DOS EUCALIPTOS, ÁS 19:30hs

Alex Guimarães e Lirálcio Ricci na AME - São José dos Campos/SP

5 de setembro de 2011

72 - ALEX entrevista VANSAN

Ele nasceu e reside em Mogi das Cruzes-SP
É músico profissional. Violonista, cantor e compositor com 25 cd's e 1 dvd gravados.
Ele canta em vários idiomas, em diferentes ritmos e estilos musicais.
É formado em Comunicação Social e Artes.
Pós graduado pela Universidade de Mogi das Cruzes.
Realiza mais de 300 palestras por ano com suas músicas pelo Brasil e no exterior, além de shows e eventos.
Admirado por muitos devido á sua voz e maneira em que se dedica á música, ele é VANSAN.

No dia 10 de agosto de 2011, em plena quarta-feira, em uma simples casa espírita que como no nome já diz "Pequeno Templo da Caridade", várias pessoas se acomodavam preenchendo todos os bancos e dependências do local para ouvir a voz que ecoou por toda aquela praça...Foram lindas canções, já começando com "O Homem" de Roberto e Erasmo Carlos, e que no decorrer da apresentação "Terapia Musical do Amor" só nos fez chorar de emoção, eram músicas que nos faziam voltar no tempo, ir á outras esferas, somente quem já ouviu Vansan cantar saberá entender e sentir o que estou tentando descrever. Ao término da palestra, conseguimos algumas palavras deste músico abençoado e que agora compartilharemos com você leitor, obrigado!

ALEX - Olá Vansan, que maravilha de palestra, ainda estou anestesiado e flutuando. O que é esta Terapia Musical do Amor que acabamos de experimentar?

VANSAN - Obrigado pelas doces palavras.
A Terapia Musical é um trabalho espiritual.
Resultado de anos de afinidade com a equipe espiritual que foi nos orientando através de diversos médiuns, de diversos lugares na formatação e nas mensagens que as músicas deveriam conter.

ALEX - Você com as canções cantadas fez-me voltar aos tempos em que junto de minha mãezinha, cantávamos felizes na época de Igreja. Você também no início da palestra citou sua mãe, o que você poderia nos dizer sobre ela?

VANSAN - Minha mãe foi sempre exemplo de amor, de humildade e de fé.
Criou, embora sem muitos recursos financeiros 11 filhos com muita dignidade. E sempre tinha alguma coisa para dar a quem precisasse.
Sempre procurava antecipar os sofrimentos alheios e a ajudar as pessoas nas suas dificuldades.
Foi um presente de Deus em minha vida. E hoje faz parte da equipe de espíritos nesse trabalho que realizo.

ALEX - E sobre o seu primeiro contato com o Espiritismo?

VANSAN - Foi em torno de 1980. Eu sofria de crises de enxaqueca, passei pelo médico e ele constatou que eu não tinha qualquer problema físico. Ele mesmo me recomendou procurar uma casa espírita.
Lá nosso orientador me disse que eu não tinha problema de saúde, mas uma tarefa a desenvolver como médium.
Comecei a me interar e aprender sobre a doutrina, a trabalhar nas obras assistenciais da casa, a estudar, e logo já estava trabalhando nos passes e nos trabalhos mediúnicos.

ALEX - Você teve contato com Chico Xavier?

VANSAN - Pouco! Durande seis anos minha familia : esposa, filhas e sogros, visitavam mensalmente o Chico. Eu trabalhava como músico nessa ocasião e não podia estar sempre com eles, mas fui algumas vezes, apenas como um visitante, mas para Chico cada visitante era especial e foi assim que me senti cada vez que lá estava. Sempre agraciado pela vibração amorosa de Chico.

ALEX - Adoro sua música "Vem", conte a história dela para nós, por favor!

VANSAN - O autor dessa música é João Cabete. Um médium compositor espírita que viveu bastante na região de Santos. Possui muitas composições mediúnicas.
Especificamente sobre essa canção "Vem", contam que foi enviada pelo espírito de Livia em retribuição poética àquela famosa poesia "Almas Gêmeas" contida no livro "Há dois Mil Anos".

ALEX - E a música "Prece" que tanto adoro, também é dele?

VANSAN - Também é de João Cabete.

ALEX - Você tem idéia de quantas músicas já compôs e quantas já gravou?

VANSAN - Tenho muitas composições, algumas centenas, mas todo ano componho pelo menos uma, que é o tema para o encontro anual RGA - Reunião Geral da Aliança, reunindo confrades de diversos paises.
Tenho 25 cds gravados, acredito que totalizam umas 400 músicas.

ALEX - Fale um pouco sobre sua participação anual na RGA (Reunião Geral da Aliança Espírita Evangélica) e demais eventos, com Divaldo, em Congressos...

VANSAN - Em 2005 fui convidado a participar na harmonização do RGA. Então, os dirigentes foram intuidos a me convidar para ser o compositor dos temas músicas desse encontro, o que vem ocorrendo desde 2006. Os organizadores me passam o tema central de cada ano e eu faço o tema musical, intuido pela espiritualidade.
Meu contato com nosso querido Divaldo é pouco, algumas vezes tive a alegria de fazer as harmonizações de suas palestras, e de participar de alguns congressos em que fomos agraciados pelas suas maravilhosas palestras.

ALEX - E como foi se apresentar no exterior? Em Portugal e Estados Unidos?

VANSAN - Uma experiência enriquecedora, porque pude perceber que as necessidades são semelhantes.
Se não há às vezes necessidade material, há a afetiva e moral, percebi também que há bondade, fraternidade e amor em qualquer lugar do planeta. Cada um com seu jeito próprio de dar carinho. E finalmente, a grande difusão da doutrina espírita, graças ao empenho especialmente de companheiros brasileiros que vâo semeando nossa amada doutrina pelo mundo afora.

ALEX - Á pouco enquanto conversávamos, brinquei contigo sobre você ter sido um "italianinho com bandolin na mão" em encarnação passada (risos). Você acredita que talvez você foi um músico em outra existência? Pois é impressionante esta história de você ter nascido sabendo tocar e ao vê-lo dedilhar o violão, confesso que enxergamos além daquilo que se vê fisicamente, é muito lindo, é extraordinário o modo em que você se apresenta.

VANSAN - Tenho certeza que fui um músico em outras vidas, pois desde menino já imaginava os arranjos musicas para as músicas que ouvia. Punha músicas para tocar na vitrola e procurava o som no violão. E não me contentava com pouco, sentia falta de uma orquestra, por isso desenvolvi essa técnica no violão.
Mas fui um músico que por algum motivo, certamente por excesso de orgulho, tornei-me um grande devedor.
E Deus me Deu a graça de poder ir quitando o meu débito, da forma mais amena possível, cantando...
Embora eu não faça as apresentações envolvido, a participação e inspiração da Espiritualidade torna a nossa tarefa com uma vibração amorosa, o que sensibiliza tanto encarnados, quanto os desencarnados.

ALEX - Finalizando nossa conversa, vamos fazer um Pinga-Fogo e iniciarei citando ela que está aqui contigo :

- Esposa - Companheira, amiga, orientadora, simbolo de carinho e amor.

- Violão - Extensão de mim mesmo. É um membro do meu corpo que posso guardar num estojo.

- Música - Presente de Deus para a Humanidade. Grande parte da essência da minha vida. Alimento da alma.

- Televisão - Excelente meio de comunicação. Se fosse usado apenas para o Bem e para disseminar as coisas positivas, seria uma maravilha.

- Kardec - O grande codificador de nossa amada doutrina - exemplo de paciência e de dedicação. Instrumento de Deus para nos trazer aquilo que necessitávamos saber, na hora certa.

- Maria - Doce mãe de Jesus. Chico a chamava por MÃE SANTÍSSIMA e é assim que eu a sinto, pois a simples lembrança de seu nome nos enche o coração de alegria, de fé e de esperança. Consola as nossas almas.

- Deus - Todo Poder, Bondade e Amor. Pai Criador e Força suprema. Fonte de energia, sabedoria e paz.

ALEX - Vansan, muito obrigado pela entrevista! Que Jesus lhe abençoe cada vez mais, não somente sua voz, mas essa sua missão de emocionar as pessoas com as vibrações emanadas de suas canções e palavras, até a próxima!

VANSAN - Gostaria de agradecer a oportunidade. E espero reencontrá-lo muitas outras vezes.
Fique com Deus

ALEX - As palestras musicais de Vansan não são filmadas, mas achamos uma apresentação dele no YouTube e pedindo autorização ao próprio músico, ele nos permitiu exibir esse video onde ele interpreta a canção "Pai Nosso", assista abaixo!