Livrinho que será lançado em Cambé-PR no dia 06 de outubro de 2013 durante o almoço de 100 anos do Hugo Gonçalves |
HUGO GONÇALVES
Nasceu no dia 06/10/1913 em Matão-SP, na antiga chácara da Pedreira, propriedade de seus pais, José Maria Gonçalves e Cândida dos Santos Ferreira, que se casaram em 1893 e se mudaram para este local em 1897, onde já em seguida fizeram amizade com o bondoso farmacêutico local, Cairbar de Souza Schutel. O casal também foi um dos primeiros companheiros que Schutel teve quando se iniciou no Espiritismo.
Desde adolescente, Hugo iniciou-se nos estudos da doutrina espírita nas aulas ministradas pelo próprio Cairbar Schutel, tornando-se grande amigo dele e admirador do trabalho incansável de seu mestre. Hugo iniciou sua participação nos trabalhos do Centro, escrevendo pequenas crônicas que eram lidas por ele nas reuniões de divulgação realizadas por Caibar, passando, ainda, a colaborar com a publicação de artigos no jornal "O Clarim", fundado por Caibar Schutel e que o pai de Hugo ajudava na distribuição dos exemplares pela cidade.
Aos 13 anos, passou a trabalhar com os demais irmãos (eram 13, sendo que 3 desencarnaram ainda crianças) executando duras tarefas na pedreira de propriedade da família, tendo por companheira e instrumento, uma marreta que havia ganho de presente do pai. Ainda em plena adolescência, todos os dias fulminava com o olhar uma bonita descendente de italianos, que descobriu chamar-se Dulce Ângela Caleffi. Ela, só com o passar do tempo, veio a notar aquele olhar interesseiro. Não tardou a sentir umas fisgadas no coração. Por alguns anos o romance ficou só na paquera, mas em 1930 começaram a namorar e em 21/09/1935 eles se casaram.
Neste ano, Hugo prestou serviço militar no 6º Regimento de Infantaria em Caçapava-SP. Onde no período em que ficou na cidade, frequentou o C.E. Fé pela Razão.
Em 30/01/1938, desencarnou seu amigo, Cairbar Schutel. Hugo estava de volta á Matão, participou dos últimos momentos do amigo e depois foi eleito Secretário do Centro Espírita Amantes da Pobreza, fundado pelo farmacêutico.
Dulce e Hugo Gonçalves |
Em 1947 se mudou para o Paraná, na cidade de Londrina, fundando num vilarejo chamado Selvas, um Centro Espírita. Ali Hugo tornou administrador de fazendas até 1953. Que foi o ano em que se mudou para Cambé, cidade vizinha. Nesta cidade e neste ano ele passou a dirigir o Centro Espírita Allan Kardec, o Lar Infantil Marília Barbosa e o Albergue Noturno Eurípedes Barsanulfo. Somente este último não existe mais, mas chegou a passar por ali um total de mais de 46 mil abrigados, os outros dois ele os dirige até hoje. Inclusive no Centro Espírita e em sua casa, passaram espíritas de nome e que sempre foram grandes amigos do Seu Hugo: Divaldo Franco, Raul Teixeira, Carlos Baccelli, José Soares Cardoso, Eurícledes Formiga, João Leão Pitta, Urbano de Assis Xavier, Jerônimo Mendonça, Therezinha Oliveira, Heloísa Pires, Sérgio Lourenço, Richard Simonetti, Eliseu Mota, Sebastião Moura, Felipe Salomão, Rogério Leite, Dayse Steagall Gomes e tantos outros. Até mesmo o “Rei do Baião”, Luiz Gonzaga, se fez presente na casa, pois ele esteve em Londrina para um show e Hugo não deixou por menos, depois da apresentação lhe falou sobre as crianças que mantinha no Lar e que elas gostariam muito de ouvi-lo. No dia seguinte “Lua” deu um magnífico show no salão do Centro.
E também desde 1953, ele é diretor de um dos jornais espíritas mais conceituados do Brasil, “O Imortal”, fundado juntamente com seu companheiro e grande amigo Luiz Picinin.
Hugo Gonçalves é responsável pela criação do "Dia da Mulher Espírita" e do "Dia da Paz", datas comemorativas aprovadas por leis do Poder Legislativo Municipal de Cambé. Não somente na cidade, mas também em todo o Brasil, é detentor de vários títulos honoríficos e sempre homenageado dando seu nome em escolas assistenciais, casa do pão, coral, etc. Pelo seu trabalho incessante e direcionado ao bem do próximo, notadamente dos idosos desvalidos e das crianças, cujo devido ao amor que ele e sua esposa Dulce tiveram para com elas, receberam o carinhoso apelido de “Paizinho” e “Mãezinha” de Cambé, respectivamente.
Hugo Gonçalves e Alex Guimarães em sua casa (março 2012) |
O “Paizinho” não desistiu e até os dias atuais faz seu “expediente” ali todos os dias, como se fosse um devoto e assíduo funcionário. Além do trabalho de direção, da coordenação das atividades, atende a numeroso público que o procura pelos mais variados motivos: ajudas espirituais, conselhos, pedidos de alimentos, roupas, etc. Todos os sábados, ininterruptamente, Hugo juntamente de voluntários distribuem cerca de 100 cestas de alimentos para famílias carentes, com predominância de produtos hortifrutigranjeiros. Antes da distribuição, as pessoas que ali acorrem, mesmo professando religiões diversas, ouvem com atenção lições evangélicas à luz do Espiritismo.
Vale também lembrar que Hugo Gonçalves é corintiano roxo e que mesmo aos 100 anos, continua um menino, sendo ao mesmo tempo o “Paizinho” de todos. Devido a sua vida toda dedicada a fazer o bem, foi homenageado também por outro apelido: “Abnegado Servidor”, que foi o título do livro publicado sobre a vida de Seu Hugo, da autoria de Jane Martins Vilela. Outro livro que conta sua vida é: “Hugo Gonçalves e o Homem que se lembra do Sermão da Montanha”, de Geraldo Peixoto de Luna”.
Fonte: Trechos do livro sobre seu Hugo, acrescentado de grifos nossos.
OBS: Após ser publicado este artigo, o livro foi lançado no almoço de 100 anos de Hugo Gonçalves. E 9 dias depois, em 15 de outubro, o "Menino Centenário" veio a falecer em Cambé, aos 100 anos e 9 dias.
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