Todo o meu respeito ao espirito de Teresa de Liseux, a famosa Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face.
Enquanto católico, o mês de outubro para mim era mais do que especial, pois além de comemorar logo no início do mês, o dia de dois dos meus santos de devoção: Sta Teresinha e São Francisco de Assis, era também o Mês Missionário.
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Cartão que recebi de frei Rothmans |
E foi também neste mês acompanhando de perto a comissão da Visita das Relíquias de Santa Teresinha, que vendo seus restos mortais e ficando muito emocionado, passei á respeitar mais ainda a sua figura, o que ela representa para o mundo, para os religiosos e principalmente á sua congregação : o Carmelo.
Postei aqui uma das lembranças que recebi de frei Rothmans e de seus postulantes, quando passei por Mogi das Cruzes-SP, há exatamente 12 anos quando conhecí na vivência do dia a dia o Convento dos Carmelitas Descalços. Um mosteiro exemplar, onde aprendí muito sobre esta congregação belíssima e também sobre a vida, e seus ensinamentos os trago comigo até hoje em minha vida cristã. E para homenageá-los aí está o cartão que recebí, com a foto de Santa Teresinha na frente, e no verso uma frase dela com o timbre da Comissão.
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Cela Onde Irmão Fabiano e eu dormimos |
Na foto ao lado, está a cela (quarto) onde o irmão Fabiano e eu dormíamos. O nome soa estranho, mas era mais no sentido de ser um local onde não se devia sair por qualquer coisa. Ali era o canto íntimo de recolhimento do postulante.
Pela foto não parece, mas era muito aconchegante. O postulante ficava em preces e estudando nela, pois havia hora pra tudo e quando a sineta tocava no corredor da clausura, todos saiam pra fora de suas celas e se dirigiam ao local designado de acordo com o horário.
Eis as fotos do corredor
do claustro e do grande
frei Rothmans (á direita)
com os postulantes, mãe e
irmã de um deles em um
dia de visita ao Mosteiro.
As pessoas pensam que a vida em um convento é
monótona, mas lá ríamos
muito, principalmente nos dias de visitas.
Existia por lá também um biblioteca com livros raríssimos, principalmente de filosofia e teologia católica, eu adorava aquele canto.
Era maravilhoso tirar a poeira daqueles livros, abrí-los e viajar no tempo, esquecia de tudo ali.
Neste local ocorreu algo comigo que na época eu não entendi, mas hoje estudando o Espritismo, consegui compreender o que fora aquilo.
Um fenômeno mediúnico que um dia eu relato em detalhes aqui no blog, mas nada de tão fenomenal, foi algo comum, mas que naquele tempo para um jovem católico, foi algo sobrenatural.
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A Horta do Mosteiro |
O ambiente proporcionava muitas ações espirituais, pois habitados pelos mesmos, você não precisava ser muito sensitivo para perceber a presença e boa vibração deles. Que local maravilhoso, onde aprendi a ser responsável.
Por lá havia uma horta onde todos tinham que ajudar, quem não sabia mexer com as ervas, aprendia.
E havia uma escala para todos poderem participar, ninguém ficava de fora!
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A sala de aula do Convento |
O legal era que ninguém precisava sair do Convento, todos os carmelitas faziam seus trabalhos ali dentro, seria na horta, cozinha ou na sala de estudos.
A sala de aula era pequena, mas o suficiente para acomodar todos os postulantes.
Dentro do claustro havia uma pequena capela onde todos faziam as preces do ofício. E quando ocorria as missas na Catedral, também não era necessário sair do convento, pois por dentro do mosteiro se podia chegar até a Igreja por detrás do altar, fiquei surpreendido com aquilo.
Os freis assistiam as missas numa parte alta da igreja acima do altar, de onde o povo não conseguia ver os rostos dos jovens candidatos ao sacerdócio, assim os postulantes só tinham uma visão : o altar, não podendo ver o povo, uma forma de os prevenir de tentações na parte celibatária.
Agora estariam se perguntando
"Por que tudo isso em um blog de espiritismo?"
Hoje quero homenagear uns daqueles (os carmelitas de Mogi das Cruzes, as carmelitas de Jacareí, as pequenas missionárias de São José dos Campos, os diocesanos de São José dos Campos, os franciscanos de Caçapava, os redentoristas de Aparecida, os claretianos de Lavras, etc) que ensinaram-me um pouco de como "Ser Cristão"
E quero mostrar á você que está lendo esta postagem, que mesmo se você um dia esteve em uma outra religião, se pisou eu um outro templo, não se arrependa, não a critique, não "pise no prato que comeu", tudo foi um aprendizado, Deus é um só, o que muda são a forma de entendê-lo, a religião não salva ninguém.
Chico Xavier certa vez disse que se Allan Kardec houvesse dito "Fora da religião não há salvação" ele não seria espirita, mas o nosso codificador afirmou "
Fora da caridade não há salvação".
Mantenha a mente sã e o coração aberto, compreenda os outros irmãos diferentes e veja o que eles tem de bom pra ensinar á você ou eles aprenderem contigo.
Paz e Bem á todos, eis aqui a minha homenagem e gratidão!
PS: Teresa nasceu em Alençon (2 jan 1873) e desencarnou em Liseux (1 out 1897)
Seu pai queria ser padre e sua mãe freira, ambos tiveram 5 filhas freiras : Maria, Paulina, Leônia, Celina e Teresa, além de uma sobrinha (todas no mesmo Convento Carmelita)
Teresa teve sua mãe desencarnada quando possuía apenas 4 anos de idade; tornou-se freira aos 15 e desencarnou aos 24 anos. Um ano depois de sua morte, foi publicado seus manuscritos autobiográficos.
Em 29 de abril de 1923 Pio XI a beatifica e em 17 de maio de 1925 a canoniza sob a assistência de 500.000 peregrinos na Praça de São Pedro, ganhando o nome de Santa Teresinha. E em janeiro de 1927 ela torna-se a Padroeira dos Missionários. Foi tudo muito rápido no processo que a Igreja chama de Canonização, mostra-se assim o carisma e evolução que esta alma possui.