27 de maio de 2012

96 - ALEX entrevista LASZLO JOSEF MATRAI

O entrevistado de hoje é um amigo de Taubaté-SP.
Mas ele nasceu em Ribeirão Pires-SP, em 1961.
Ele é filho de imigrantes húngaros, funcionário público municipal, casado e tem 4 filhos.
Aos 9 anos de idade sentiu as primeiras manifestações da mediunidade.
Aos 18 anos ele participou do primeiro curso de educação mediúnica.
Ele participou de cursos ministrados pela USE-Sto André, USE-SP, FEESP e FEB.
Foi aluno e depois dirigente do curso Aprendizes do Evangelho, na AEE.
Recentemente estudou e aprofundou-se também em conhecimentos de Umbanda.
Seu lema é "Busque conhecer bem antes de falar a respeito de alguém ou de algo".
Pela Lúmen Editora ele publicou o livro "Ratinhos Brancos".
O nosso entrevistado chama-se Laszlo Josef Matrai.

Laszlo Josef Matrai
ALEX - Olá Laszlo, tudo bem? É um prazer entrevistá-lo meu amigo! 

LASZLO - O prazer é meu e quero agradecer essa oportunidade que me foi oferecida por você.

ALEX - Conte para nós como foi o seu primeiro contato com o Espiritismo.

LASZLO - Meu primeiro contato com o espiritismo ocorreu por intermédio de meu padrinho que me conduziu a uma casa espírita, nos moldes da famosa "mesa branca", isso quando eu contava com nove anos de idade.

Nessa época, a mediunidade em mim se expressou ostensivamente através da incorporação mecânica, fato que se deu pela primeira vez na casa de meus padrinhos, quando lá passava eu alguns dias em férias.

Nessa ocasião, um espírito que jamais soube a identidade, manifestou-se algumas vezes, sempre à noite e com muitas pessoas em volta, pois a casa de meus padrinhos era bem frequentada por muitos de seus amigos, eu ficava totalmente inconsciente, vindo a despertar altas horas da madrugada com todos despedindo-se de mim, esse detalhe é a única lembrança que retenho na memória desta época e do ocorrido.

Essa entidade não se furtava a dar esclarecimentos diversos e aconselhamentos a todos os que o questionavam, nos mais diversos assuntos.

Eu tomei plena consciência desses fatos apenas muitos anos depois, quando em conversação com uma prima, esta relatou-os a mim, e depois tive a confirmação dos mesmos, feita por diversas outras pessoas.

ALEX - Aos 18 anos você fez um curso de educação mediúnica no Centro Espírita Maria Amélia? Que casa linda!

LASZLO - Foi no Centro Espírita Maria Amélia, em São Bernardo do Campo, uma casa que infelizmente não visito há mais de 25 anos, mas que foi preponderante na minha educação mediúnica.

Lembro-me que passei por algumas entrevistas e finalmente fui convidado a participar de um grupo de estudos e trabalhos avançados de assistência espiritual a desencarnados. Já nessa época eu possuía uma tal base doutrinária que facilitou meu ingresso nesse grupo.

Lá permaneci por alguns anos participando do socorro espiritual, em que muitos espíritos, especialmente os que desencarnaram em virtude do consumo de tóxicos ou álcool, eram assistidos, tratados através do choque anímico via incorporação e orientados por um "doutrinador" encarnado.

Coloquei a palavra "doutrinador" entre aspas, pois já naquela época eu percebia que não era o objetivo daquele trabalho, doutrinar espírito algum de molde a "convertê-lo" ao espiritismo, mas sim orientá-lo quanto a sua situação e as possibilidades de que ele disporia dali para frente no sentido de resgate de sí mesmo.

ALEX - Muito lindo isso! E eu soube que você sempre leu muito os livros de Kardec, desde os 9 anos de idade. Fale um pouco á respeito desta nova geração de espíritas que acabam esquecendo os livros de Kardec.


LASZLO - Talvez devêssemos considerar que o esquecimento na verdade possa não ser dessa nova geração, mas sim dos que a orienta...

ALEX - Concordo...

LASZLO - Quando iniciei ativamente no Espiritismo, qualquer um que almejasse ingressar no quadro de colaboradores de uma casa espírita, cumprindo seja que papel fosse, desde um médium, um orientador, um doutrinador, passista e principalmente os atendentes, tinha que preencher um requisito básico, conhecer a doutrina espírita através da participação do estudo sistemático das obras da codificação. A exigência, ou condição ‘sine qua non’ era do estudo de no mínimo duas obras básicas, "O Livro dos Espíritos" e o "Livro dos Médiuns", cuja comprovação se dava por meio de uma sabatinagem. Além disso era rogado ao espírita, candidato a trabalhador, que procedesse ao "Estudo do Evangelho no Lar", essa última condição ficava por conta da palavra do espírita.

Percebo hoje, que apesar de se falar muito da necessidade deste conhecimento, pouco se faz para se estimular sua prática.

Já assisti inclusive, palestras em casas espíritas em que o palestrante demonstrou estar não muito à par do conteúdo das obras da codificação.

Talvez devêssemos ser mais enérgicos nesses casos, exigindo, incentivando e promovendo cursos sistemáticos em nossas casas, e por enérgicos, não quero dizer grosseiros, mas firmes e incisivos!

Como exemplo do que digo, na sua pergunta anterior eu explicitei que, para que eu pudesse ingressar em um grupo de estudos e trabalhos de pronto-socorro espiritual, tive de ser sabatinado e comprovar que possuía o correto conhecimento básico da doutrina.

Outra provável causa desse abandono, é a "cultura" de que os livros da doutrina, por terem sido escrito há mais de cento e cinquenta anos atrás, são de uma leitura "pesada" e "difícil", o que não é absolutamente a verdade. Sua leitura não tem nada de muito difícil, pelo contrário, Kardec foi pedagogo e se preocupou em produzir textos de grande simplicidade, que a meu ver, o são até hoje. Baste que nos esforcemos em combater as influenciações espirituais "negativas" que buscam manter-nos na ignorância, fazendo uso da prece, da fé e da força de vontade.

Laszlo autografando seu livro juntamente das obras básicas
ALEX - E aqueles que só ficam lendo o Pentateuco e se esquecem dos outros livros do codificador?


LASZLO - Há os que se dedicam ao estudo das cinco obras básicas de nossa doutrina, e são poucos, entretanto é triste perceber que as demais obras de Kardec, são em sua maioria relegadas ao esquecimento. Raríssimos são os que se dedicaram ao estudo de toda a obra de Kardec.

Das cinco obras básicas de Kardec, na codificação, uma que considero preciosíssima e que é muito pouco estudada, é "O Céu e o Inferno", especialmente aos que se dedicam ao trabalho mediúnico, mais especificamente, o "Pronto-socorro Espiritual", em que nos reunimos em nome de Jesus, para assistir e amparar os nossos irmãos desencarnados que sofrem na erraticidade.

Esta obra é um guia precioso na compreensão das diversas condições que um espírito pode se apresentar na erraticidade.

Já a "revista Espírita" ou "Revue Spirite" no original, traz um cabedal de informações para estudo e compreensão profunda da vida espírita, que deveria ser cuidadosamente explorada pelos nossos irmãos espíritas. Ajudou-me muito em muitos aspectos de minha mediunidade e de minha compreensão das coisas. Isso sem falar em outra jóia preciosa, “Obras Póstumas”, entre outras.

ALEX - Falando em livros, fale um pouco sobre o seu "Ratinhos Brancos", que adorei e já até comentei contigo sobre o que achei dele (risos).


LASZLO - O livro é dividido em duas partes, sendo que a primeira parte é em formato de romance e a segunda passa a ser um relato da vida de alguns protagonistas da primeira parte, no plano espiritual.

O romance localiza-se temporalmente no período compreendido entre as duas guerras mundiais, inclusive, e aborda uma série de provas a que seus protagonistas são submetidos, com vistas à superação de suas paixões e instintos básicos. Geograficamente o romance limita-se entre a Áustria e a França.

Como as duas partes são intimamente interligadas, fica difícil traçar comentários sobre a segunda parte sem prejudicar as descobertas e surpresas que o leitor terá ao ler a primeira parte. Até o presente, tenho tido um excelente retorno crítico da obra, o que nos fortalece na continuidade de nosso trabalho.

ALEX - E quem seria Augustus Ciprus, você poderia revelar algo?


LASZLO - Sim, com prazer!

Augustus Ciprus, foi em sua última encarnação de provas e expiações aqui na terra, um procônsul romano, amigo íntimo do primeiro imperador de Roma, Caius Augustus César. Viveu quase no anonimato e foi perseguido em função de sua amizade com o imperador, o que culminou com sua condenação, execução e quase total proscrição dos registros históricos de Roma.

Seu verdadeiro nome não é Augustus Ciprus, este é uma alcunha que adotou para homenagear tanto o imperador Augustus, como para homenagear aquela que foi sua última encarnação de ajuste com a Lei aqui na terra, cujo ápice desta encarnação se deu na ilha de Chipre.

Sua história está sendo trazida através da psicodigitação, por um outro espírito, que se identificou como sendo Ângelo Cristófolo.

Acreditamos que este livro estará concluído no final de 2012.

ALEX - A origem do nome dele é grega e a sua é húngara, você poderia falar um pouco sobre o Laszlo pessoa?


LASZLO - Meus pais são imigrantes húngaros que vieram ao Brasil por ocasião da revolução húngara contra o regime comunista, que teve por consequência a invasão do país por parte dos russos. Segundo filho de um total de três, nasci em Ribeirão Pires, SP em 15 de setembro de 1961. Casado pela terceira vez, tenho quatro filhos, um casal fruto da primeira união e duas meninas que moram comigo, fruto da segunda união. Minha atual esposa e eu nos conhecemos na casa espírita que freqüentamos atualmente. Apesar de sermos da mesma cidade de origem, Santo André, só vimos nos conhecer aqui em Taubaté, e mesmo assim, só nos conhecemos depois de quatro anos freqüentando a mesma casa espírita! Sou funcionário público municipal, ocupando o cargo de escriturário, e dedico muito do meu tempo livre ao espiritismo, mais especificamente ao intercâmbio mediúnico.

ALEX - Como foi trabalhar na USE, FEESP, FEB e AEE? Como você enxerga cada uma delas?


LASZLO - Bem, minha participação na USE, FEESP,FEB e ALIANÇA se deu em todas as ocasiões por influencia positiva de amigos. Entretanto foi na USE – Santo André e na ALIANÇA, nesta mesma cidade e depois em Taubaté, que mais participei de atividades diversas dentro do espiritismo, que até então se limitavam quase exclusivamente ao estudo da doutrina e da participação quase insignificante em trabalhos de pronto-socorro espiritual.

Essas experiências foram para mim abençoado recurso de aprendizado, pois assim não só conheci diversas abordagens da doutrina como também aprendi a ser flexível e mais compreensivo quanto às diversas formas diferentes de se encarar e praticar o espiritismo, sem que se afaste de seu eixo doutrinário.

ALEX - Você também estudou e conheceu a belíssima Umbanda. O que você teria a nos dizer sobre isto?


LASZLO - Considero o período de três anos em que freqüentei a Umbanda, como sendo o ponto culminante do meu aprendizado como médium espírita, seguidor da codificação de Kardec, apesar de serem tão diversas em sua origem e métodos.

ALEX - Concordo contigo e tive esta experiência também, justamente 3 anos também (risos).


LASZLO - Isso porque graças a esse período em que trabalhei como médium umbandista, conquistei um grande avanço espiritual. Lá aprendi a superar uma série de preconceitos de que era portador e nem imaginava sê-lo, e eu adquiri uma flexibilidade mediúnica difícil de explicar em palavras e que foi preponderante para o trabalho de psicodigitação que exerço hoje.

Aprendi que infelizmente a visão que a maioria dos espíritas a respeito da Umbanda é um tanto quanto distorcida e que os umbandistas tem um grande valor na seara de Jesus, e tão lamentável quanto, também os umbandistas possuem suas restrições quanto aos espíritas.

Aprendi também que existem “casas” e casas umbandistas, assim como as há no espiritismo. Quando uma casa tem por divisa a prática da caridade, as entidades que trabalham na Umbanda são, não raramente, entidades muito amorosas, esclarecidas e dispostas a representar a espiritualidade superior com seu amor e dedicação, respeitando a capacidade que cada um alcançou de compreender as verdades da vida, convivendo amorosamente com as crenças e limitações de todos.

Dizem que o Espiritismo é uma espécie de “Homeopatia” e a Umbanda é um tratamento de choque. Discordo totalmente.

Aprendi que a Umbanda nos ensina a pratica da caridade e da humildade sem limites, sem julgamento, sem imposições e o Espiritismo é a ciência, ou seja o conhecimento, das coisas como elas são, dos “porquês”, ensinando-nos a importância da prática da caridade e do amor ao próximo. Bem, nem todos estão prontos ou aptos para conhecer a verdade, então que devemos fazer, impor a verdade? Ou amar indistintamente, como o Mestre nos exemplificou? Servindo! No dia em que essas duas correntes religiosas, que no plano espiritual seguem o mesmo curso, pararem de divergir e passarem a convergir em ações aqui no plano material, sem que se fundam, sem que percam suas identidades, mas trabalhando lado a lado, será um grande dia para a humanidade terrestre. “Bem avanturados os homens de boa vontade...” e “A cada um, segundo as suas obras...”. Pensem nisso!

ALEX - E o seu trabalho de psicografia, como e quando se inciou? Chegou a realizar cartas consoladoras também?


LASZLO - Em meados de 2004, iniciamos modestamente com a psicografia, ocasião em que poucas e esporádicas mensagens que não ultrapassavam cinco páginas manuscritas eram trazidas pelos nossos irmãos da espiritualidade.

Em agosto de 2009, um grande amigo que reside no plano espiritual, através da psicofonia, comunicou-nos que receberíamos um presente.

Nessa época, já vinha eu por muitos meses, sentindo-me profundamente assediado por uma enorme variedade de entidades espirituais.

Mais tarde vim a saber que tal assédio, que me preocupava, não era negativo, ocorria por eu estar sendo estudado por diversos espíritos, "candidatos" a ter-me por instrumento de psicografia. Ao que me consta, foram mais duzentos e destes, apenas uns poucos (até o presente sei de quatro espíritos) que conseguiram afinizar-se comigo, superando minhas deficiências como pessoa e como médium, aceitando-me, imperfeito que sou, por instrumento de trabalho.

Quinze dias depois do comunicado deste amigo espiritual, começamos a redação do livro "Ratinhos Brancos", que foi sendo trazido aos poucos, primeiramente por esse mesmo amigo espiritual, via psicofonia, apresentando um escopo da obra e depois, pelo próprio Augustus, já passando o trabalho a ser feito via psicodigitação, até a conclusão final da obra, que tomou seis meses para ser redigido e mais um período igual para ser revisado pelo Augustus.

ALEX - Você falou novamente do "Ratinhos Brancos", vem aí a continuação? O número dois?


LASZLO - O segundo livro, que é uma narrativa da vida espiritual, mais específicamente das primeiras experiências de Henrique e Gustavo no plano espiritual, está sendo avaliado pela Marina Ferri, se ela aprovar enviarei no começo do ano para a editora.


ALEX - E aqueles "dois ratinhos" lindos na capa de seu livro, quem são eles?


LASZLO - Quanto aos meninos da capa não sei de quem se trata, pois são contratados pela editora, aliás, "são", não, na verdade são duas fotos do mesmo menino (risos).

ALEX - Isto são revelações dos bastidores (risos). E os verdadeiros "ratinhos brancos", eles ainda tem contato com você?




LASZLO - Quanto aos verdadeiros "ratinhos", estes nos visitam periódicamente, seja na sua forma infantil ou na adulta, a qual não sei por que, conseguimos diferenciar um do outro com mais facilidade, eu talvez pela diversidade de fluidos entre eles, já a Karen, minha esposa, os diferencia pelos cabelos, já que a fisionomia é idêntica. Ah, sim, minha esposa é médium vidente.


ALEX - Que beleza! E o trabalho desenvolvido por você na Seara Espirita Nova Vida, em Taubaté, sobre a problemática da saúde física? Conte um pouco para nós sobre ele.


LASZLO - Vínhamos desenvolvendo, através da psicofonia, com um grupo reduzido de participantes, um trabalho de exposição teórica feita por um mentor médico que me acompanha há muitos anos, visando desenvolver um conjunto de ações aplicáveis em casas espíritas, cujo sentido é de desenvolver, criar e promover uma equipe multidisciplinar cujo objetivo é propiciar a nossos irmãos encarnados um tratamento nos moldes “alternativos”, mas que jamais pretendeu ser substitutivo ao convencional, mas sim paralelo.

Por ordem da espiritualidade superior, entretanto, este trabalho foi interrompido, as anotações estão todas guardadas e esperamos o momento em que nos for liberada a continuidade pelos nossos mentores. A teoria é simples, porém extensa e podemos afirmar que trata do uso consciente dos recursos individuais no sentido de recuperar a harmonia fisiopsicosomática, através de técnicas mentais diversas, que incluem a “reforma íntima”.

ALEX - Você tem novos projetos adiante?


LASZLO - Estamos na fase final do segundo livro que deverá ser apresentado à editora nas próximas semanas e outras obras estão em curso, aguardemos!

Quero ressaltar que pretendemos dispor de uma parte significativa da renda pessoal com a venda dos livros em ações de auxilio aos nossos irmãos e irmãs submetidos a duras provações, através de entidades assistenciais, e quem sabe, consigamos no futuro criar a nossa própria Instituição Beneficente Espírita, aqui em Taubaté.

ALEX - Falando em Taubaté, uma resposta breve sobre este nome: Marina Ferri!


LASZLO - Á considero um expoente do espiritismo no Brasil e cuja amizade é para mim motivo de profunda honra.

ALEX - Laszlo, foi um prazer tê-lo conosco e sou muito grato pela sua amizade e carinho de sempre quando trocamos e-mails, obrigado por você sempre confiar em minha pequena pessoa!


LASZLO - Mais uma vez, agradeço muitíssimo essa valiosa oportunidade que você me ofereceu, a todos que lerem o livro “Ratinhos Brancos” convidamos a dar sua opinião ou traçar suas críticas, seja por e-mail - laszlojm@yahoo.com.br - ou via Facebook, onde em meu perfil há uma recém criada página do livro.

Que Deus nos abençoe a todos envolvendo-nos em sua misericórdia, Que nosso Mestre Jesus nos guie as mentes e corações!

Muita Luz e Paz!

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