5 de setembro de 2012

105 - ALEX entrevista WELLINGTON BALBO

Apesar de adorar  História.
Ele é bacharel em Administração de Empresas.
Ele milita no Centro Espirita Joana D'Arc de Baurú, São Paulo.
É escritor espírita e escreve para diversas revistas, jornais e sites.
A nossa entrevista de hoje (realizada em 2011) é com WELLINGTON BALBO

ALEX - Olá Wellington tudo bem? Para iniciarmos nossa entrevista, vou lhe perguntando como o Espiritismo entrou em sua vida?

BALBO - Tudo bem, Alex, agradeço a oportunidade da entrevista e é um grande prazer conversar contigo. O Espiritismo entrou em minha vida de maneira gradativa. Primeiro, quando eu jogava futebol nas categorias de base do Esporte Clube Noroeste em Bauru, um amigo presenteou-me com algumas obras espíritas, a maioria delas de Richard Simonetti. Gostei do conteúdo, mas ainda assim não me senti empolgado a frequentar qualquer instituição espírita. Porém, no ano de 1999 quando minha mãe desencarnou e eu ávido pelos porquês da existência comecei a participar das reuniões do Centro Espírita Joana D'arc, aqui de Bauru. Gostei, matriculei-me em um curso de estudos de "O Livro dos Espíritos" e não mais parei com as atividades doutrinárias.

ALEX - E hoje você escreve em vários jornais e sites, poderia nos citar quais são?

BALBO - Jornal Independente de Dois Córregos, Jornal da Cidade de Bauru, Jornal O Comércio do Jahu - estes são veículos não espíritas. E para os jornais e revistas espíritas estão: Revista Verdade e Luz (Portugal), Revista eletrônica 'O Consolador' - www.oconsolador.com - Jornal Momento Espírita - do CEAC Bauru, Revista O Semeador da FEESP e mais outros sites e jornais que reproduzem gentilmente nossos textos. Ah! Eis o endereço de nosso blog mantido gentilmente pela amiga Fátima Antunes - www.wellingtonbalbo.blogspot.com

ALEX - Falando em escrever, você tem um livro chamado "Lições da História Humana", onde são mostrados alguns vultos da Humanidade. Quais deles são os que mais lhe inspiram?

BALBO - Eu sempre gostei muito de História e isso me inspirou a escrever o livro que se trata de uma síntese biográfica de grandes vultos da humanidade à luz da Doutrina Espírita. Todas as figuras da história ali são analisadas sob a ótica espírita. E os que mais me inspiram são: Mahatma Ghandi e Nilza Floresta Brasileira Augusta, uma das pioneiras na imprensa brasileira. Mulher corajosa e que quebrou paradigmas complicados para a sua época.

ALEX - Lembro de um outro livro de vossa autoria, em que irei ultilizar-me de seu título para fazer a pergunta: (risos) Você acredita que hoje temos um "Espiritismo Atual e Educador"?

BALBO - O Espiritismo jamais perdeu seu caráter de atualidade mesmo em face das grandes descobertas e sua essência também é eminentemente educadora. Por isso cabe aos espíritas divulgarem de forma mais aguda e incisiva esta doutrina tão atual e educadora. Outro dia, Alex, uma amiga evangélica me confidenciou: "Wellington, vocês espíritas precisam ser mais ousados. Pouca gente os conhece. Na questão divulgação vocês têm muito a aprender com nós, os evangélicos." Veja, meu caro Alex, é uma opinião de alguém de fora de nosso meio, livre de paixões e análises parciais.

ALEX - Mas concordo com ela (risos). E ainda falando em livros, como foi escrever "Arena de Conflitos" com o nosso grande amigo tão importante para o Espiritismo atual, Orson Peter Carrara?

BALBO - Permita-me, Alex, uma informação em primeira mão: "Arena de Conflitos" será relançada pela Editora CEAC de Bauru no mês de março de 2012...

ALEX - Que maravilha!

BALBO - ...E a experiência foi maravilhosa. Orson é um grande amigo, um irmão que sempre me abriu as portas. O bacana de escrever em parceria, inclusive lancei recentemente o romance "O Caminho de Cícera" em dupla com Carlos Luz, é a troca de idéias e informações além do exercício da humildade. Nem sempre os autores têm o mesmo ponto de vista sobre determinado assunto e isso os leva a conversas para que cheguem a um denominador comum. Portanto, nada de melindres.

ALEX - Falando em duplas, em "Memórias do Holocausto" - livro de Arlindo Rodrigues - você colaborou de que maneira nesta obra literária?

BALBO - Arlindo, outro grande amigo. Eu fiz a segunda parte da obra, os comentários doutrinários sobre as diversas guerras que já ocorreram na História de nosso mundo. Foi uma obra que teve boa repercussão, ainda hoje recebo email de leitores que a leram e gostaram.

ALEX - E juntamente de Arlindo Rodrigues novamente você está colaborando em mais uma obra literária! Desta vez você também é o autor, que na verdade são em três: Você, o Arlindo e o Alfredo Zavatte, é isso mesmo?

BALBO - Isso mesmo, somos três, uma tripla...(risos) Uma obra destinada a prevenção do suicídio, pois vimos que os números são muito grandes e as pessoas atualmente encontram-se desesperadas para se livrarem de seus problemas e sem saber como optam pelo ato tresloucado.

ALEX - O que leva geralmente alguém á entrar na rota do suicídio?

BALBO - Vários fatores, Alex. Podemos aqui elencar alguns: Depressão, alcoolismo e drogas, perda de entes queridos, atritos familiares, término de relacionamento e a isso juntamos a influência espiritual que maximiza a vontade do indivíduo de "pedir demissão da vida".

ALEX - O que você poderia dizer á respeito de trabalhos voluntários semelhantes aos do CVV (Centro de Valorização da Vida) onde pessoas ficam dispostas 24horas para atender pelo 0800 pessoas que estejam na rota do suicídio? Existem mais trabalhos semelhantes á estes? Eles realmente funcionam na prevenção ao suicídio?

BALBO - Alex, esses trabalhos são fundamentais para que as pessoas não atentem contra si mesmas. O livro traz um capítulo sobre o CVV, essa entidade magnífica que salva tantas e tantas vidas. São mais de 1 milhão de desabafos por ano. No livro sugerimos que os centros espíritas montem uma central específica para atender casos de gente que quer se suicidar. Trazemos na obra o caso de Ana Júlia, garota que intentava se matar mas que foi salva por uma conversa com a diretora de sua escola. Sem dúvida alguma o CVV ajuda e muito as pessoas a encontrarem um norte existencial.

ALEX - Como identificar que alguém próximo de nós pode ser um suicida?

BALBO - Não é uma tarefa muito simples essa, Alex. Para identificarmos que alguém perto de nós tem tendência suicida precisamos praticar o "Vigiar" que Jesus recomendou. Isso mesmo. Vigiar o comportamento alheio, mas não com o intuito de podar-lhe o livre arbítrio, mas vigiar para saber se aquela pessoa está passando por dificuldades, se precisa de nós, de nosso apoio, de nossa ajuda e carinho. Uma palavra amiga pode salvar alguém, sem dúvida. Notemos se a pessoa muda de comportamento, se é negativa demais e se os problemas da existência são para ela grandes e intransponíveis percalços. Ao notarmos que alguém anda negativo demais procuremos ir até essa pessoa e oferecer ajuda. Lembremo-nos de que em 90% dos casos de suicídio o autor avisa antes. Ou seja, a pessoa que vai se matar na grande maioria das vezes manda avisos, gritos comportamentais que expressam sua insatisfação com a vida e o mundo. Aprendamos, portanto, a calar nosso barulhento "eu" para que possamos ouvir o "eu" do próximo e assim ajudar-lhe.

ALEX - Lindo isso que você falou Wellington. E o que fazer ou dizer quando alguém próximo de nós começa á falar que deseja suicidar-se?

BALBO - Procurar conversar de forma amena com essa pessoa e não criar rótulos que subestimem a doença, porque quem quer se matar esta doente, não se trata, como muitos dizem de "frescura". O diálogo, ou melhor dizendo, o escutar os seus problemas e dilemas íntimos é fundamental. Deixemos a pessoa falar, desabafar e depois, somente depois vamos propor ajuda médica, pois ela pode ter alguma disfunção orgânica e que será amenizada com remédios. Não podemos esquecer também de levá-la ao tratamento espiritual. Essa "dobradinha" - medicina e espiritualidade - são alavancas que podem tirar a pessoa do fundo do poço em que se encontra.

ALEX - Existe alguma estatística sobre a quantidade de suicídios no Brasil? E de quais cidades ou estados lideram essa triste estatística?

BALBO - Macapá - capital do Amapá - registra o maior índice de suicídios de homens e Salvador o menor índice. Já entre as mulheres, Rio Branco no Acre registra o maior índice e Salvador o menor índice. Já por estados o Rio Grande do Sul registra o maior índice entre os homens e o Mato Grosso entre as mulheres. O menor índice de suicídios entre os homens está no Maranhão e o menor índice entre as mulheres na Bahia. São cerca de 10.000 suicídios no Brasil por ano. Vale lembrar que para cada caso de suicídio outros 20 não são computados. Apenas para curiosidade: a cada 20 segundos uma pessoa se suicida no mundo.

ALEX - Mesmo existindo trabalhos belissimos de prevenção ao suicídio como já citamos há pouco, você acha que em nossa sociedade, na mídia em geral e até mesmo no Espiritismo, ainda há pouca mobilização por essa causa?

BALBO - Pouca não, pouquíssima mobilização. Este é um assunto urgente, urgentíssimo que deveria estar sendo discutido diariamente. O Espiritismo pode fazer muito para abrandar a infelicidade desta gente que se suicida. Por isso mesmo devemos nos mobilizar e tratar deste tema com a importância que ele merece.

ALEX - Além do clássico livro de Yvonne Pereira, "Memórias de Um Suicida"; existem outros livros que poderiam ser indicados sobre o assunto?

BALBO - Vários livros, cito, porém, as obras: "Suicídio, tudo o que você precisa saber" (Editora CEAC), de Richard Simonetti e "Suicídio, um trágico equívoco" (Editora O Clarim), de Altamir da Cunha.

ALEX - Alguns leitores espíritas agora poderão estar se perguntando: Como é o processo reencarnatório de um suicida?

BALBO - Cada caso é um caso, Alex, e terá, portanto, o tratamento devido e justo. O que levou o indivíduo a suicidar-se? Como foi o suicídio? Quais as razões? Quais as consequências de seu ato para a família? Tudo isso será levado em conta na hora da programação reencarnatória deste Espírito. Vale lembrar que o suicida danifica seu perispírito, corpo espiritual, e por isso nascerá com complicações nas áreas em que mais foram afetadas pela sua atitude. A realidade é que o futuro de um suicida é complicado e é por isso que devemos evitar essa complicação futura. Outro dia recebi email de uma leitora que me questionou: e se eu me mato agora e peço para recomeçar de modo diferente porque não estou apta a vencer as provas pelas quais venho passando? Eu disse à ela: Nem queira experimentar isso, pois nascerá com as complicações atuais acrescidas das que virão por conta de seu abandono da vida.

ALEX - Sem contar o seu perispirito...

BALBO - Como eu disse, o perispírito de um suicida é lesado pelas atitudes que ele cometeu. Vale lembrar aqui que resultando ou não em suicídio direto todas as nossas atitudes atrapalhadas e indisciplinadas lesam o corpo espiritual. Como fica, por exemplo, o indivíduo que desencarna por conta do vício do tabaco? Lesou, certamente, seus órgãos espirituais e terá, portanto, que reequilibrar-se em outra existência padecendo- não raro, de problemas ligados ao antigo vício. Punição divina? Nada disso. Apenas educação para que valorize a experiência humana.

ALEX - Lá em São José dos Campos, existe um prédio comercial onde já ocorreram dezenas de suicidios. Pessoas sobem até o seu último andar e de lá saltam para "tirarem" suas vidas. Assisti também um documentário chamado "A Ponte" onde relata diversos casos de pessoas que escolhem aquela famosa ponte da cidade de San Francisco, nos Estados Unidos, para se suicidarem dela, mostrando inclusive videos das pessoas cometendo este ato. Você acredita que um local específico pode atrair de forma espiritual estas pessoas para que se suicidam ali?

BALBO - Sem dúvida. Locais assim podem exercer influência para que os indivíduos cometam o suicídio. É como um "point" às avessas que atrai pessoas afinadas com aquelas idéias. Espíritos que insuflam a ideia suicida nessas pessoas certamente sugerem esses locais para que a influência psíquica seja ainda maior e elas não desistam da ideia que alimentam.

ALEX - Conhecí uma médium espirita de grande fé, participante ativa da casa espirita e dos trabalhos mediúnicos, que ao chegar em sua casa após um trabalho no centro espirita em que participava, suicidou-se! Surpreendendo á todos que a conheciam! Pois ela nunca demonstrou qualquer sinal de que um dia cometeria este ato. Mesmo sem estar á par deste caso, como você explicaria sobre alguém tão informada sobre o assunto, fazer isso?

BALBO - Acontece e muito, Alex. No livro trazemos relatos de espíritas que se suicidaram. O suicida pode trazer essa tendência de uma outra existência sem, no entanto, ter manifestado suas inclinações aos outros. Tentam de todas as formas vencer as provações da vida, porém, mesmo detentores de preciosas informações sucumbem. Estar informado é um ponto chave, mas infelizmente não é tudo. Podemos ver nosso próprio exemplo: mesmo sabedores de que devemos amar ao próximo, evitar a maledicência, cultivar o perdão, recaímos nesses equívocos, logo o mesmo acontece com o espírita que trabalha, sabe e conhece, mas ainda assim está sujeito às influências de espíritos malfazejos e de suas próprias limitações.

ALEX - Por isso é que nunca podemos julgar um ato desses né meu irmão! Não sabemos como reagiríamos diante de uma situação e nem nossos entes queridos. Bem...já falei demais Welington, perdoe-me pelas tantas perguntas, mas é que empolguei-me com o assunto (risos). Vou encerrando por aqui, agradecendo-lhe pelos esclarecimentos sobre o assunto "suicídio" que tenho certeza ser também do agrado e interesse de todos que estão lendo a nossa entrevista. Muito obrigado pela atenção e parabéns pelo trabalho em trio "Evite a Rota do Suicídio". Que Jesus continue a lhe abençoar e inspirar sempre! Pois você com suas palavras nos livros e nos periódicos, tenha certeza que salva muitos corações!

BALBO - Alex, agradeço a oportunidade da entrevista e despeço-me desejando paz, harmonia e coragem bem para enfrentarmos os desafios da existência. Todos temos desafios e vencê-los torna-se condição essencial para galgarmos degraus na escalada evolutiva. Estejamos com Jesus, pois conosco Ele está.


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