18 de outubro de 2012

108 - ALEX entrevista EURÍPEDES KUHL

O nosso entrevistado de hoje é alguém muito especial.
Ele é muito importante para a nossa Doutrina Espírita.
Tem contribuído em muito com seus estudos e livros.
Além de grande pesquisador, é fiel á Allan Kardec.
Fez um importante estudo sobre as obras de André Luiz.
Nascido em 21 de agosto de 1934, hoje tem 78 anos.
Natural de Igarapava, é casado e possui 2 filhos.
Além de ser Militar do Exército, é Bacharel
em Administração de Empresas e Economia.

Por sua autoria publicou o célebre "Animais, Nossos Irmãos" pela editora Petit.
Além de "Sonhos - Viagens á Alma", "Deus, Espírito e Universo", "Fragmentos da História - Pela Ótica Espírita", "Raio-X do Livro Espírita", "Sexo: Sublime Tesouro", "Tóxicos: Duas Viagens", "Genética e Espiritismo", "O Ametista e o Jatobá", "Trânsito, Educação e Xadrez", "Genética - Além da Biologia", "Centro Espírita: Pronto Socorro Espiritual" e dentre outros.

E seus livros psicografados são: "Uma Partida de Amor", "Sempre há uma Esperança", "Três Arco-Íris", "Infidelidade e Perdão", "Transplante de Amor", "Os Tecelões do Destino" e "Saara, Palco de Redenção" (estes pela Editora Petit). E "Almas em Chamas", "Jogo - Mergulho no Vulcão", "Escravos de Ouro", "Tráfico - Doloroso Resgate", "O Quartel e o Templo", "O Prisma das Mil Faces", dentre outros...

Ufa! Quanta coisa o nosso entrevistado já fez! É hora de apresentá-lo!
Com grande honra entrevistei EURÍPEDES KUHL

Eurípedes Kuhl
ALEX - Olá Eurípedes tudo bem? Você é espírita desde criança?

EURÍPEDES - Sim. Nasci em lar espírita e já aos seis anos comecei a frequentar as aulas de evangelização infantil no Centro Espírita da minha cidade - Igarapava - permanecendo como aluno até a juventude, tendo ingressado na “mocidade espírita” aos treze anos, como um dos fundadores dela.
   Apenas como pequeno fato histórico narro para os mais jovens como era difícil “ser espírita” na minha adolescência: cursando o então primário, durante a aula semanal de religião — diga-se: de Catolicismo, pois ministrada por um padre — a professora me mandava sair e eu ia para o pátio do Grupo Escolar, onde ficava sozinho, até acabar a dita aula. Isso porque, ao me matricular, minha família declarou “espírita” à pergunta do formulário, sobre o credo religioso. Daí fui proibido de assistir “aulas de religião” da 2ª à 4ª série...Na 1ª série isso não aconteceu porque a cursei na Escola Eurípedes Barsanulfo, anexa ao Centro Espírita da minha cidade natal.

ALEX - Puxa vida Eurípedes! E como surgiu a mediunidade em sua vida?

EURÍPEDES - Em 1974 - com 40 anos - e de uma forma psicologicamente desconfortável, pois comecei a ter sonhos recorrentes sobre desastres aéreos, que se confirmavam em, no máximo, 48 horas. Queda de aviões não é rotina, mas também não são raras. Acontece que eu passei a saber onde e quando. Aí, não me restou escape: procurei frequentar reunião mediúnica, na tentativa de entender o que isso representava.
   Antes de procurar o Centro Espírita, interiormente já sabia, ou melhor, já sentia que estava sendo "experimentado" pelo Plano Espiritual. Sentindo isso, decidi que era inescapável administrar a mediunidade. Então, agi com extrema prudência e muita oração. Resultado: cessaram os sonhos sobre aviões, mas vieram outros sobre tragédias, que cedo ou tarde aconteciam, com detalhes idênticos aos que sonhara. Isso durou algum tempo, até desvanecer-se, graças a Deus.
   Esse foi um processo que eclodiu em pouco tempo e aliado a algumas dificuldades vivenciais. Nada físico. Só inúmeros questionamentos, na mente. Inicialmente psicografei mensagens doutrinárias, por 15 anos, até que vieram os livros!

ALEX - Sendo assim, você acha que o Espiritismo abre novos caminhos para uma vida melhor?

EURÍPEDES - Disso não há de se duvidar: a Doutrina dos Espíritos demonstra com lógica irretorquível o porquê dos acontecimentos da vivência de todos nós, individual ou coletivamente. Como estamos ainda num planeta de provas e expiações é natural que o sofrimento seja uma constante, mais com uns, menos com outros, tudo segundo a pedagogia sábia e justa da Lei de Causa e Efeito. Jesus, o Mestre dos mestres, lecionou que “a cada um segundo suas obras”, o que o Espiritismo consigna de forma poética: “a plantação é livre, porém a colheita é obrigatória”. Assim, com esse entendimento, o indivíduo tem consciência de que eventuais percalços em sua vida decorrem daquilo mesmo que ele plantou. Se não nesta, certamente em outras existências, outras vidas. Revolta afastada, resignação presente, com certeza o Amor do Pai, a Caridade de Jesus e o amparo dos Espíritos bondosos darão forças e bálsamo para os que sofrem.

ALEX - E como lidar com as grandes transformações planetárias neste mundo chamado por alguns de conturbado?

EURÍPEDES Tendo 77 anos (entrevista concedia em maio de 2012) posso mesmo afirmar que minha presente existência terrena se divide em quatro etapas:
- A primeira, do meu nascimento (1934) ao fim da II Guerra Mundial (1939-1945) – vida difícil, racionamento de energia e alimentos...
- A segunda, com as fantásticas descobertas da Ciência, a começar da energia atômica, o DNA, a eletrônica, a informática e tantos e incessante avanços tecnológicos;
- A terceira compreende a influência social da juventude que a partir dos anos “60” rebelou-se com o status quo e criou uma nova maneira de viver;
- A quarta (e atual) etapa iniciou-se com “a queda do muro de Berlim”, do que resultou mundialmente a formação comercial, financeira e social de blocos de países.
   No entanto, se nesses setenta anos os avanços materiais transformaram o modo de vida da maioria da humanidade, nem por isso a desejada evolução moral acompanhou tanto progresso físico, do que faz prova a quantidade de pessoas desempregadas: cerca de 200 milhões de pessoas, no mundo todo, a par de milhões de famílias vivendo na miséria, em praticamente todos os continentes.
   Tanto avanço e tanta disparidade de condições de vida. Lidar com essa triste dicotomia e a consequente turbulência no dia a dia é tarefa das mais difíceis, à primeira vista, mas que na verdade se mostra viável àqueles que pautam seus atos segundo as lições e exemplos do Mestre Jesus.
Fundamentalmente eu diria que a paz é companheira de quem observa as Leis de Deus, que Kardec tão bem elencou em o “O Livro dos Espíritos”, Parte terceira – Das Leis Morais.

ALEX - Agora falando sobre os "Animais, nossos irmãos" - Quando eles morrem, para onde vão?

EURÍPEDES - Ainda em o “O Livro dos Espíritos”, além de várias citações em outros livros espíritas, mormente alguns da série “A Vida no Mundo Espiritual”, do Espírito André Luiz, com psicografia do inolvidável Chico Xavier, os animais quando morrem permanecem no plano espiritual, sem consciência de seu estado.

ALEX - E lá na Espiritualidade: Como é a vida deles?

EURÍPEDES - Sempre pelas mesmas fontes da pergunta anterior é nos informado que na Espiritualidade os animais não têm consciência do seu estado. Alguns, poucos, permanecem mais tempo lá, em missões de ajuda a equipes de assistência a Espíritos necessitados e endurecidos.

ALEX - Se eles não têm inteligência como a humana, quem os orienta depois da morte?

EURÍPEDES Instrutores zoófilos, especializados, que os amparam e classificam. Esses abnegados protetores cuidam dos animais até a próxima reencarnação que, via de regra, não tarda.
   Nada objeta crermos que no Plano Espiritual há instituições e áreas extensas, exclusivamente destinadas a animais. Essas instituições, mantidas e administradas por veterinários amorosos cuidam dos animais que desencarnaram por quaisquer tipos de injúrias ou traumas físicos.

ALEX - E por que existem alguns animais que sofrem tanto e outros que não?

EURÍPEDES - Essa é uma questão ardente, posto que se os animais não têm consciência de seus atos, o que os levaria a sofrer? Transcrevo abaixo pesquisa que realizei em depoimentos dos Espíritos Emmanuel e do próprio Allan Kardec sobre a dor nos animais.
Partindo da premissa de que Deus é a Perfeição Suprema e o Amor Absoluto, em nenhuma hipótese poderíamos aventar a menor possibilidade de que isso consista injustiça ou equívoco da natureza. Outro tem que ser o enfoque.
Aqui, entra em cena a condição esclarecedora do Espiritismo.
Vamos nos demorar mais um pouco nas reflexões sobre a dor, de modo geral...

ALEX - Sem problemas, pode se estender á vontade Eurípedes, com você temos muito á aprender, essa entrevista está sendo uma aula para todos nós...

EURÍPEDES - Em “A Gênese”, no capítulo III, Allan Kardec filosofa com grande profundidade sobre o bem e o mal, analisando detalhadamente sobre instinto e inteligência e, particularmente, sobre a “destruição dos seres vivos uns pelos outros”.  No item 21, esclarece que “a verdadeira vida, tanto do animal como do homem, não está no invólucro corporal, do mesmo modo que não está no vestuário. Está no princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo”.  Aqui, já temos conteúdo suficiente para refletir que danos físicos que destruam a matéria, isto é, dos quais resulte a morte, não destroem o espírito (naturalmente, revestido do perispírito, que os animais também os têm, embora de matéria mais rudimentar que a humana).
   Prossegue Kardec, agora no item 24: “nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, em os quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta é pela satisfação da imperiosa necessidade — a alimentação; lutam unicamente para viver; é nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida”.

ALEX - Esclarecedor Eurípedes, prossiga...

Eurípedes Kuhl
EURÍPEDES - O Espírito Emmanuel nos es­clarece, de forma a não deixar quaisquer dúvidas, que a dor representa aprendizado, constante da trilha evolutiva de cada ser vivo, rumo à evolução; essa informação é textual, cristalina e não deixa margem a derivações filosóficas.  Ei-la:

“Ninguém sofre, de um modo ou de outro, tão somente para resgatar o preço de alguma coisa. Sofre-se, também, angariando os recursos preciosos para obtê-la.
Assim é que o animal atravessa longas eras de prova a fim de domesticar-se, tanto quanto o homem atravessa outras tantas longas eras para instruir-se.
Espírito algum obtém elevação ou cultura por osmose, mas sim através de trabalho paciente e intransferível.
   O animal igualmente para atingir a auréola da razão deve conhecer benemérita e comprida fieira de experiências que terminarão por integrá-lo na posse definitiva do raciocínio.
Dor física no animal é passaporte para mais amplos recursos nos domínios da evolução”.
(O REFORMADOR, Junho, 1987 - FEB).

   Assim, mesmo que para muitos de nós tal seja penoso aceitar, prudente será refletir muito sobre o tema e sobre o quanto ainda ignoramos das coisas de Deus;  alenta-nos considerar, com veemência, que o Pai jamais abandona qualquer dos Seus filhos.  Com essa certeza, fica afastada, "ab initio", que a crueldade que vitima animais seja indiferente à Vida e ao Amor de Deus, presente no infinitamente perfeito Plano da Criação.
   E Juvanir Borges de Souza, então Presidente da FEB, em “Tempo de Renovação”, no capítulo 20, na página 164, arremata: “para bem compreendermos o papel da dor será necessário situá-la como a grande educadora dos seres vivos, com funções diferentes no vegetal, no animal e no homem, mas sempre como impulsionadora do processo evolutivo, uma das alavancas do progresso do princípio espiritual”.

Diante dessas assertivas, refletimos:

- Animais sofrem para que registrem em sua memória espiritu­al, eterna, que a dor dói, é ruim; assim, ao evoluírem, alcançan­do a inteligência, já trarão na bagagem cognitiva, que a dor deve ser evitada - a própria, por autopreservação e a do próximo, por ser esse um dos conselhos de Jesus para a evolução espiritual;

- Nada nos impede de considerar que a dor, nos animais, completado o a­prendizado, não mais se repetirá, sendo muito provável que ao de­sencarnarem, seja em que condições sejam, o sofrimento é interrom­pido no ato da desencarnação e sob patrocínio caridoso dos Missionários do Amor Eterno;

- Aliás, não cremos que seja necessária mais de uma experiência dolorosa, para fixação do aprendizado; como existem milhares de espécies e milhões de moradas no Universo, há grande probabilidade que os animais percorram muitos desses mun­dos, em corpos adequados, acumulando experiências;
- Como a restauração perispirítica é uma realidade do Plano Maior, nada nos impede também de imaginar que os perispíritos dos animais, se danificados, ali serão recompostos por Geneticistas Siderais, os mesmos que pro­movem as modificações tendentes à escala evolutiva da espécie - vide “A Caminho da Luz”, no capítulo “A Grande Transição”.

- Se animais forem "anestesiados" por Espíritos Protetores, na hora do abate, para evitar a dor, ali não ocorreria fixação do aprendizado evolutivo; contudo, nada nos objeta raciocinar que em muitos, muitos casos mesmo, isso ocorra, porém em outras circunstâncias; por exemplo: quando a crueldade humana esteja presente, infligindo sofrimento a animais cujo programa reencarnatório não o previa.

- Aos Espíritos que amam os animais, a eles provavelmente é delegada a função de orientar as espécies animais quando no plano espiritual e de os proteger, quando no material; neste, fazem-no com abnegação e amor, criando "habi­tats" e mantendo os ecossistemas;   assistindo-os nos momentos difíceis pelos quais passam;  consideremos, por exemplo, que quan­do um predador de grande potencial ofensivo (nunca se esquecer de que foram os Promotores da Vida que disso o equiparam...) ataca uma indefesa presa (também de organismo engendrado pelos Guardiões da Vida Eterna), Deus está presente num e noutro animal;  pela Lei do Progresso, certamente, no avançar do tempo, os papéis talvez sejam invertidos, após o que, ambos já te­rão em sua memória espiritual tal lembrança (automatismo biológico-espiritual); atingindo a razão/inteligência, só cometerão violência por autodecisão, a bordo do livre-arbítrio;  e, a partir do livre-arbítrio, a evolu­ção passa a ser balizada pela Lei de Causa e Efeito - Ação e Rea­ção.

   Por oportuno, vejamos alguns trechos das sempre elucidativas instruções de Allan Kardec, Espírito, clareando o assunto, através mensagem contida em “O Diário dos Invisíveis”, nas páginas de 73 á 75 da 1ª edição, de 1927, psicografada por Zilda Gama:
 
   “Bem sabeis que a dor, física e moral, é a lixívia que alveja a alma enodoada do ser consciente e responsável por seus atos; é a lâmpada que a inunda de luz, tornando-a eternamente radiosa...Se só o homem fosse suscetível à dor e às enfermidades e os irracionais tivessem os organismos imunes ao sofrimento, insensíveis como o aço, romper-se-ia o elo que os vincula pela matéria, que é semelhante em todos os animais...Os animais, quer os de constituição semelhante à do homem, quem os de organismos imperfeitos, não padecem, como os racionais, unicamente para progredir espiritualmente, pois são inconscientes e irresponsáveis, mas Deus, que tudo prevê, não os fez insensíveis à própria defesa e conservação, como meio de serem domesticados, tornando-os úteis às coletividades.
   Um cavalo que fosse indiferente à dor seria capaz de precipitar-se, com o cavaleiro, ao primeiro abismo que se lhe deparasse, tentando livrar-se da sela e da carga importuna que lhe tolhem os movimentos, privando-o de viver às soltas pela vastidão dos prados ou à sombra das florestas. Por que recuam, temerosos, ante a ameaça de um calhau ou de uma farpa, um cão ou um touro enfurecido? Com receio do sofrimento que teriam se fossem por eles atingidos...Os irracionais necessitam da dor, para que possam, em estado de liberdade, defender a própria vida, temer as sevícias, sofrear os impulsos ferozes, procurar repouso e alimento, tornar-se menos perigoso ao homem, manter o instinto de conservação, que não teriam, se os seus corpos fossem desprovidos de sensibilidade. O homem progride mais pelos padecimentos morais que pelos físicos; nos irracionais predominam estes sobre aqueles...A dor é útil aos animais para que os fracos e pequenos se defendam dos fortes e cruéis, procurando esconderijos inacessíveis a seus adversários nas furnas ou nas mais altas frondes”.

ALEX - Bravo! Bravíssimo! Falei que esta sua entrevista está sendo uma aula? Sou seu fã Eurípedes! Falo isso de coração, você sabe da admiração que tenho por seus estudos, livros e pesquisas, principalmente pelas sinopses das obras de André Luiz, que falaremos á seguir, mas ainda quero lhe perguntar mais duas coisas sobre os animais: Existem animais médiuns? Que tem mais sensibilidade que outros?

EURÍPEDES - Sou dos que acreditam, definitivamente, que não há mediunidade em animais. Não obstante, também creio que muitos deles têm percepções espirituais claras, o que leva algumas pessoas a confundi-las com mediunidade. Sem sofismar, encerrando essa dúvida, pergunto se há possibilidade de algum animal repassar uma mensagem, executar um quadro em tela, noticiar sobre outros animais com os quais tenha convivido e que já morreram também...

ALEX - (Risos) ... E Chico Xavier quando via seu irmão José desencarnado, ele aparecia com seu cão de estimação - também desencarnado - ao seu lado. Isso é normal?

EURÍPEDES - Quanto à vidência do Chico eu diria que sim, isso era normal. Quanto ao fato do animal acompanhar o dono, na Espiritualidade, também considero plenamente viável.

ALEX - Falando em Chico Xavier, você fez um precioso estudo sobre as suas 13 obras ditadas por André Luiz, que inclusive transformou-se em um curso, o "A Vida no Mundo Espiritual", onde na qual já lhe disse que tenho a apostila e adoro este seu método empregado nele. Eu aconselharia todas as casas espíritas do mundo á ler suas sinopses colocadas nesta apostila e estudá-las com mais afinco. Qual a importância de se estudar André Luiz?

 
EURÍPEDES - Ah, as obras de André Luiz, o grande repórter da Espiritualidade!
Quanta sabedoria, quantas lições, quanta consolação, quantos esclarecimentos!
Tenho enorme admiração pela obra de André Luiz e sou dos que a consideram matéria moral adequada para toda a Humanidade. Tenho esperança de que ainda neste milênio será matéria ministrada em todos os níveis escolares, no mundo todo, tamanha e tanta é a profundidade dos ensinamentos que contem.

ALEX - Você é muito modesto Eurípedes (risos) E o próprio Chico, você o viu pessoalmente nem que tenha sido por apenas uma vez?

EURÍPEDES - Estivemos com o Chico, eu e minha esposa e amigos, todos de São Paulo, lá em Uberaba, uma tarde toda e até de madrugada. Participamos da caminhada da fraternidade - distribuição de gêneros e envelopes com dinheiro para famílias muito pobres - e depois da reunião mediúnica no Centro Espírita. Chico chamou-me pelo nome e depois, de “doutor”. Até hoje não sei por quê...

ALEX - ...Um dia vai saber (risos). E o "Gigante Deitado", Jerônimo Mendonça? Você o conheceu pessoalmente também?

EURÍPEDES - Sim, conheci-o pessoalmente: visitei-o lá na cidade de Ituiutaba, onde ele nasceu em Minas Gerais. Tive a oportunidade de manter longo diálogo com ele, captando tratar-se de um Espírito resignado com o atroz sofrimento que o vitimou nesta existência terrena: artrite reumatoide.
   A vida desse missionário, derreada de dores e patologia incapacitante é um exemplo para todos os que também passam por doenças graves: sendo estudioso do Espiritismo, Jerônimo foi um verdadeiro apóstolo de esperanças para os que assim como ele sofrem.

ALEX - Eurípedes, quero lhe agradecer imensamente pela atenção e carinho para conosco. Que Jesus lhe abençoe cada vez mais. E que Josué, Roboels e tantos outros espíritos continuem á lhe inspirar sempre. Obrigado meu irmão!

Eurípedes Kuhl
EURÍPEDES - Em primeiro lugar - e só agora...na última pergunta - agradeço-lhe de coração, amigo e irmão em Jesus, caro Alex, a honra que me concede por esta entrevista.
   Encerrando, penso em Deus e em Jesus:
            A Terra é uma embarcação-escola há muito a navegar, no Mar da Evolução. No seu tombadilho  — o Espiritismo — , está o Brasil-moral, obediente ao Mestre, convidando e acolhendo quantos queiram ser navegantes.  Com Jesus no comando e timão desse grande barco que é o mundo, nos seus dois compartimentos — o material e o espiritual —, conjeturamos, com grande possibilidade de acerto, que o Brasil-físico, com o farol espírita aceso, será o porto seguro onde atracará a embarcação "Humanidade", levando imigrantes de boa vontade e ora rumando para um destino mais feliz, o da regeneração.
   Deus nos criou, a todos os seres vivos, para a felicidade!







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