Ele é Juiz de Direito de Itapetininga-SP.
Tem uma coluna na revista virtual "O Consolador".
Nosso entrevistado destaca-se por sua excelente oratória.
É espírita desde os 13 ou 14 anos por influência de sua família.
Filho de Ivan Vieira de Paula e sobrinho de José Antonio (de Cambé-PR).
Por seus pais e avós sempre hospedarem os oradores visitantes de sua cidade,
nosso entrevistado privou-se da intimidade com Raul Teixeira, Divaldo, Jerônimo Mendonça...
É um grande estudioso da Doutrina e está prestes á publicar seu primeiro livro.
Eis o DR. ALESSANDRO VIANA VIEIRA DE PAULA.
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Em 25 de agosto de 2012 á convite de Ivan Vieira de Paula, estive realizando uma palestra em Itapetininga-SP. Aproveitando que estava em sua casa e contando com a presença de seu filho Alessandro, o entrevistei. Já nos conhecíamos de suas visitas á São José dos Campos e Jacareí. A próxima entrevista de nosso blog será com seu pai Ivan, que também aproveitando a ocasião, acabei por realizá-la.
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ALESSANDRO - Bem...foi a partir da conversão da minha
família ao Espiritismo. Quando meu pai tornou-se espírita por influência do
irmão José Antonio, eu tinha na época em torno de 13 e 14 anos. Então, a
partir do momento em que meu pai tornou-se espírita, cativou em mim também este
desejo, esta vontade de conhecer o Espiritismo na juventude e por ser jovem nós
tínhamos muitas perguntas, muitas dúvidas á respeito da vida, á respeito de
alguns fenômenos que ocorriam em nosso dia a dia, e fomos então encontrando
todas essas respostas na doutrina espírita. Desde os meus 13 e 14 anos
aproximadamente eu passei á freqüentar a mocidade espírita do Centro Espírita
Allan Kardec aqui de Itapetininga, a partir dali começou o nosso estudo á
respeito da doutrina e na verdade na
medida em que estudávamos a doutrina, percebíamos que era um conceito que já
acreditávamos. Então, tenho plena convicção que já trazia muito conhecimento do
mundo espiritual, que nada pra mim foi novo, foi um complemento, um despertar
de conceitos que já haviam dentro de mim. Foi muito interessante neste
sentido e desde a minha mocidade eu já fui muito dedicado ao estudo, á
leitura, o que não é muito comum entre alguns jovens. Resumindo, a doutrina entrou em
minha vida por influência familiar na minha mocidade e desde lá já são aí
aproximadamente 26 anos de doutrina espírita, estudo e comprometimento
ininterrupto. E registro a minha gratidão á doutrina, pois se não fosse ela em
minha vida certamente estaríamos caminhando aqui na Terra com muito mais
perturbação e conflito. A Doutrina Espírita é este farol que nos norteia e desde a minha
mocidade eu tenho este farol para tornar a minha vida mais agradável e sobre
tudo com uma meta existencial que é o nosso progresso.
ALESSANDRO – Na verdade nós somos primeiramente espíritas de
formação e magistrado por profissão. Então, foi algo interessante porque a
minha área inicial foi processamento de dados, fiz até faculdade (risos). E eu
não tinha nenhum contato com Direito, embora meu avô e meu tio eram formados,
mas não exerciam propriamente a profissão. Eu tenho muito vínculo espiritual com
Itapetininga e estudando fora eu sentia muito saudade da cidade. Então, eu
passei por influência de um amigo num concurso do fórum de escrevente, a partir
dali mudou toda a minha vida. Esse amigo meu foi um braço da Espiritualidade
para me convocar para a área correta, onde havia o meu compromisso de
planejamento reencarnatório. Eu passei no concurso do fórum já com 18 anos,
como escrevente comecei a cursar Direito em uma faculdade aqui local me
formei. A minha idéia inicial era passar em algum concurso melhor, mas depois
ao longo do tempo foi-se definindo a magistratura e hoje até por revelação do
nosso companheiro Raul Teixeira, eu soube que na reencarnação anterior eu já fui um magistrado e já trouxe essa tendência, essa inclinação. E hoje estamos aqui para
corrigir o que fizemos de errado naquela oportunidade. Hoje eu consigo
conciliar bem, não tenho problemas. As pessoas costumam perguntar: Como é que
você consegue julgar sendo espírita? Eu falo que julgo fatos, não julgo a
pessoa! Pra mim não importa se é o João, se é o Pedro, ou a Maria...Nós
julgamos o fato em si e aplicamos a lei. E hoje mais particularmente em minha
área cuido de presídios, de benefícios de presos e eu não encontro nenhuma
dificuldade. Não é porque o juiz é espírita que vai soltar todo mundo
(risos), vai colocar todo mundo na rua, porque na verdade precisamos prestar
contas ás leis humanas e as leis de Deus. Nós aplicamos as leis humanas,
mas temos que ter essa visão amorosa, essa visão mais sensível da vida do semelhante.
Quando dou um benefício para um preso nós vibramos para que ele aproveite
aquela oportunidade que ele teve por merecer. À luz da doutrina espírita, mais
cedo ou mais tarde todos são recuperáveis, principalmente á luz da
reencarnação. Então é isso, eu concilio numa boa porque eu repito e falo: Eu
não julgo a pessoa, mas o fato em si!
Raul Teixeira |
ALESSANDRO – Posso dizer que ele é um anjo da guarda
encarnado! Nós temos os espíritos que nos ajudam do outro lado da vida e temos
espíritos encarnados que nos ajudam aqui. Pra mim ele é um benfeitor encarnado
muito querido, que desde a minha mocidade acompanho suas palestras e livros,
ele tinha um vínculo muito grande com a nossa região pelo Ivan de Albuquerque
que é um dos espíritos que se manifesta e se comunica por ele, tem livros para
a juventude, a família do Ivan de Albuquerque é aqui da cidade. Então desde a
minha mocidade eu lembro do Raul que vinha aqui periodicamente fazer palestras
em nossa região e que ficava em nossa casa pelo vínculo que ele tem com o meu
pai. Dali foi nascendo uma amizade, um carinho muito grande e na oratória do
Raul eu gosto muito da pedagogia que ele usa nas palestras, gosto muito também
da metodologia que o Benfeitor dele Camilo usa nas obras. Então, eu fui me
identificando com a leitura. Em algumas oportunidades fui o responsável por
levar o Raul em nossa região, sendo assim, fui o conhecendo melhor através de
conversas, da intimidade dele e isso foi aumentando cada vez mais o carinho por
ele. Ele é um benfeitor que periodicamente nos orienta quando possível,
agora mais difícil devido ao seu problema de saúde, mas nos orienta e sentimos
ás vezes durante o sono a presença dele nos visitando, aconselhando e ajudando
no campo espiritual, é esse o carinho deste orador que tem mais de 40 anos de
oratória, quase 40 livros psicografados, tem um serviço muito grande
prestado á doutrina espírita e ao Bem. E juntamente
com outros confrades em Niterói ele tem o Remanso Fraterno que cuida de crianças.
Ele é este benfeitor e modelo porque ele é um desses que prega toda a pureza da
doutrina, pureza no sentido de viver a doutrina. Eu gosto do discurso dele em
que ele diz que precisamos nos empenhar cada vez mais para viver aqui na Terra afinados com
a Doutrina Espírita e o Evangelho de Jesus.
ALEX – Você falou sobre os livros do Raul Teixeira, você
acha que hoje os espíritas deveriam ler mais Raul, mais Divaldo, mais Chico...?
ALESSANDRO – Com certeza, isto é estatístico: o público
brasileiro é o povo que menos lê no mundo! O público espírita tem por sua vez
este tipo também de dificuldade de leitura, e quando a faz se utiliza de
leituras superficiais. Infelizmente hoje nós temos uma enxurrada de livros
mediúnicos de má qualidade. Há os de boa qualidade, mas há muitos de má
qualidade. Muitos querem ficar naquele “romance água com açúcar” que não tem
nenhum ensinamento doutrinário. Então, caberia sim ao movimento espírita buscar
as obras de Raul Teixeira como você citou, Divaldo Pereira Franco, Francisco
Cândido Xavier...somando esses três autores nós temos aí aproximadamente 700
livros: Chico aproximadamente 420, Divaldo 220 e Raul quase 40. E temos também outros
autores renomados do passado como Cairbar Schutel, Herculano Pires,
temos os clássicos da Doutrina Espírita: León Denis, Gabriel Dellane, Camile
Flamarion e obviamente os livros de Allan Kardec que não se limitam ás cinco
obras básicas que nós conhecemos, elas se expandem para a Revista Espírita...
ALEX – E que ninguém se lembra (risos)
ALESSANDRO - ...Exatamente, e que ele escreveu durante 12
anos. A nossa leitura começa por Kardec e devemos nortear a nossa vida fazendo as devidas complementações por estes autores que nós
referimos, pois eles tem muita credibilidade, conquistaram a nossa confiança. Quando você pega um livro do Raul, do Divaldo ou do Chico nós não
temos dúvidas, eles estão realmente colocando nas páginas aquilo que provém da
Espiritualidade Superior. Então fica aqui o convite para que se faça leituras
desses e de outros autores que mantem um vínculo muito sério com a literatura
espírita.
ALEX – E quando você esteve lá em São José dos Campos, no
programa radiofônico Vivência Espírita, eu lhe fiz um pergunta que irei repetir
aqui agora, pois você sabe que sou um admirador de sua oratória e fico á
imaginar como seria um livro de sua autoria, devido aos conteúdos que você
coloca em suas explanações. Então aí vai: Você não pensa em escrever um livro?
ALESSANDRO – Eu me identifico mais com a oratória, confesso
que tenho mais facilidade para falar do que para escrever, mas surgiu sim este
sonho e eu já tenho um livro terminado que está pendente sobre análise em
algumas editoras. Há uma semana estive em Niterói e conversando com um
representante da Editora Fráter (que edita os livros do Raul Teixeira) ele
acabou por se interessar pelo livro. Este meu livro é uma gratidão que tenho á
uma autora espiritual chamada Amélia Rodrigues, ela escreve pelo Divaldo
Pereira Franco sobre o Evangelho de Jesus e eu encanto-me com ela desde a minha
mocidade. Seus livros enriquecem o Evangelho de tal maneira que não encontramos
no Novo Testamento, ela desdobra as histórias. Um exemplo, a passagem que fala
da mulher adúltera ela conta o que aconteceu com ela antes e depois, o que
aconteceu com o marido, o traidor...Amélia complementa o evangelho com uma
riqueza poética incomum. Então, esse primeiro livro que eu o nominei “Jesus, o
Celeste Amigo” são lições dela de alguns livros que eu trago e amplio o
comentário.
Eu escrevo também um artigo em uma revista semanal virtual
de Espiritismo que eu aproveito para divulgar, que é do Paraná, a www.oconsolador.com.br
ALESSANDRO – E até o final do ano eu completo 20 artigos –
80% dos meus artigos eu falo de lições do espírito Camilo – e pretendo com eles
formar um livro também. E para esses dois livros, um a destinação de nosso
direito autoral será para o Remanso Fraterno e o outro aqui para a Entidade
Assistencial Chico Xavier que está começando. Como não é nosso, é da doutrina,
é dos espíritos, eu não gostaria de fazer disso um lucro. Tenho projeto para
quem sabe um terceiro livro, mas repito que meu gosto mesmo é para a oratória,
o livro vem apenas para complementar este compromisso de divulgação da
doutrina.
ALEX - E falando em
oratória, na última vez que nos vimos, lá em Jacareí, você estava realizando
uma palestra sobre “sexualidade”. Hoje em algumas casas espíritas – vamos dizer
assim – você acha que ainda há um preconceito ou um certo tabu em falar sobre
este assunto?
ALESSANDRO – Por via das regras as religiões tem dificuldade
em se tratar deste assunto, por conta daquela visão clássica de que o sexo é algo
imundo, pecaminoso e que não deve ser conversado, mas a partir da doutrina
espírita nós tiramos este véu pecaminoso do sexo e passamos a entender que é
uma função da vida que merece ser dignificada e exercida nobremente com amor.
Mas mesmo assim, como você enfatizou raramente nós vemos palestras com este
tema, embora existam livros sobre isto. Temos Chico Xavier com “Vida e Sexo”,
“Amor e Sexo”; temos Raul Teixeira com muitas entrevistas tratando deste
assunto; temos também Divaldo com muitos livros, por exemplo o “Sexo e
Obsessão”; enfim... O codificador fala em “O Livro dos Espíritos” de uma forma
mais sucinta, mas toca á respeito da questão sexual também, mas carece sim,
pois o próprio Philomeno de Miranda diz que o sexo é o vício mais predominante
na criatura humana, ás vezes não no exterior, mas no íntimo, na mente, na
mídia, nos filmes...a pessoa por fora se controla, mas a mente é um turbilhão
de libido descontrolado e isso traz prejuízos espirituais. Então caberia á
título de esclarecimento, já que a doutrina tem este papel de iluminação de
consciências, caberia ás casas espíritas e mocidades espíritas tratarem deste
assunto aproveitando-se dessa riqueza de obras e de lições provenientes da
espiritualidade superior. Lá em Jacareí nós abordamos uma vertente da
homossexualidade, que também é um tema espinhoso, vemos muito preconceito,
vemos uma sociedade homofóbica, mesmo na casa espírita vemos ás vezes
intolerância, as pessoas julgando mal e conceituando mal achando que a
homossexualidade é imperfeição moral, é doença, é obsessão, na verdade os
espíritos explicam que não é isso, pois temos que ter uma visão de compreensão
e de compaixão. Então, isso é um assunto que carece sim ser mais explorado e
mais estudado dentro do movimento espírita.
Dr. Alessandro de Paula e Alex Guimarães |
ALESSANDRO – Nós é que agradecemos por este canal de
comunicação, é sempre muito agradável falar sobre a doutrina espírita, como nós
falamos no início da entrevista, é uma dívida de gratidão para com a doutrina,
quando podemos falar dela é como se estivéssemos externando a nossa gratidão á
ela, porque se nos fez bem fará bem á tantas pessoas. Eu fico com um discurso que eu acho muito interessante
onde o Raul Teixeira fala a respeito dessa lógica da doutrina espírita, do
refletido pensar, não dessa fé cega, mas sobretudo pela vivência espírita. Eu
acho que as vezes, nós religiosos, nós espíritas, acabamos deixando um
pouquinho de lado afrouxando-nos na parte moral. Nós estudamos, vamos á casa
espírita, ouvimos as palestras, mas não nos esforçamos tanto para viver o
Evangelho. A nossa sociedade hoje não está tão carente, digo assim, ela não
precisa tanto de mais católicos, mais evangélicos, mais espíritas...ela precisa
de mais homens de Bem. O que tem faltado em nossa sociedade são virtudes, paz,
amor, pessoas que vivam dessa forma no ambiente doméstico, social e na vida
profissional. Esse é um recado que nós deixaríamos para todos e eu aí me incluo
neste recado, para que possamos refletir mais sobre Jesus, sobre a sua proposta
e se realmente estamos nos empenhando á vivê-la intensamente no nosso dia, para
assim criarmos um vínculo com a Espiritualidade Superior e com Deus. Pois
voltaremos á Pátria Espiritual, chegará a hora da prestação de contas de nossa
própria consciência e que essa transição possa se dar pacificamente,
tranquilamente e para isso temos que viver bem agora, pois não sabemos quando
voltaremos para o Além. Esse é o recado, que possamos viver mais o Cristo, é
disso que estamos precisando!
Um comentário:
Amigos,realizo eventos espíritas em São Luís do Maranhão, vocês poderiam me conseguir o contato do Alessandro de Paula?
Abraços Fraternos,
Herbertt Morais
Coordenador do Fórum de Estudos e Debates Espíritas do Maranhão
Whatsapp: (98) 99229.6815
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