1 de outubro de 2012

107 - ALEX entrevista DR. ALESSANDRO de PAULA


Ele é Juiz de Direito de Itapetininga-SP.
Tem uma coluna na revista virtual "O Consolador".
Nosso entrevistado destaca-se por sua excelente oratória.
É espírita desde os 13 ou 14 anos por influência de sua família.
Filho de Ivan Vieira de Paula e sobrinho de José Antonio (de Cambé-PR).
Por seus pais e avós sempre hospedarem os oradores visitantes de sua cidade,
nosso entrevistado privou-se da intimidade com Raul Teixeira, Divaldo, Jerônimo Mendonça...
É um grande estudioso da Doutrina e está prestes á publicar seu primeiro livro.
Eis o DR. ALESSANDRO VIANA VIEIRA DE PAULA.

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Em 25 de agosto de 2012 á convite de Ivan Vieira de Paula, estive realizando uma palestra em Itapetininga-SP. Aproveitando que estava em sua casa e contando com a presença de seu filho Alessandro, o entrevistei. Já nos conhecíamos de suas visitas á São José dos Campos e Jacareí. A próxima entrevista de nosso blog será com seu pai Ivan, que também aproveitando a ocasião, acabei por realizá-la.

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Dr. Alessandro V. Vieira de Paula 
ALEX – Como o Espiritismo entrou em sua vida?

ALESSANDRO - Bem...foi a partir da conversão da minha família ao Espiritismo. Quando meu pai tornou-se espírita por influência do irmão José Antonio, eu tinha na época em torno de 13 e 14 anos. Então, a partir do momento em que meu pai tornou-se espírita, cativou em mim também este desejo, esta vontade de conhecer o Espiritismo na juventude e por ser jovem nós tínhamos muitas perguntas, muitas dúvidas á respeito da vida, á respeito de alguns fenômenos que ocorriam em nosso dia a dia, e fomos então encontrando todas essas respostas na doutrina espírita. Desde os meus 13 e 14 anos aproximadamente eu passei á freqüentar a mocidade espírita do Centro Espírita Allan Kardec aqui de Itapetininga, a partir dali começou o nosso estudo á respeito da doutrina e na verdade na medida em que estudávamos a doutrina, percebíamos que era um conceito que já acreditávamos. Então, tenho plena convicção que já trazia muito conhecimento do mundo espiritual, que nada pra mim foi novo, foi um complemento, um despertar de conceitos que já haviam dentro de mim. Foi muito interessante neste sentido e desde a minha mocidade eu já fui muito dedicado ao estudo, á leitura, o que não é muito comum entre alguns jovens. Resumindo, a doutrina entrou em minha vida por influência familiar na minha mocidade e desde lá já são aí aproximadamente 26 anos de doutrina espírita, estudo e comprometimento ininterrupto. E registro a minha gratidão á doutrina, pois se não fosse ela em minha vida certamente estaríamos caminhando aqui na Terra com muito mais perturbação e conflito. A Doutrina Espírita é este farol que nos norteia e desde a minha mocidade eu tenho este farol para tornar a minha vida mais agradável e sobre tudo com uma meta existencial que é o nosso progresso.

ALEX -  Eu sei que você é um espírita exemplar, assim como seu pai e o seu tio lá de Cambé que também o conheço. E fico aqui agora á imaginar como deve ser também um juiz de direito. Como você concilia isso: ser juiz e espírita ao mesmo tempo?

ALESSANDRO – Na verdade nós somos primeiramente espíritas de formação e magistrado por profissão. Então, foi algo interessante porque a minha área inicial foi processamento de dados, fiz até faculdade (risos). E eu não tinha nenhum contato com Direito, embora meu avô e meu tio eram formados, mas não exerciam propriamente a profissão. Eu tenho muito vínculo espiritual com Itapetininga e estudando fora eu sentia muito saudade da cidade. Então, eu passei por influência de um amigo num concurso do fórum de escrevente, a partir dali mudou toda a minha vida. Esse amigo meu foi um braço da Espiritualidade para me convocar para a área correta, onde havia o meu compromisso de planejamento reencarnatório. Eu passei no concurso do fórum já com 18 anos, como escrevente comecei a cursar Direito em uma faculdade aqui local me formei. A minha idéia inicial era passar em algum concurso melhor, mas depois ao longo do tempo foi-se definindo a magistratura e hoje até por revelação do nosso companheiro Raul Teixeira, eu soube que na reencarnação anterior eu já fui um magistrado e já trouxe essa tendência, essa inclinação. E hoje estamos aqui para corrigir o que fizemos de errado naquela oportunidade. Hoje eu consigo conciliar bem, não tenho problemas. As pessoas costumam perguntar: Como é que você consegue julgar sendo espírita? Eu falo que julgo fatos, não julgo a pessoa! Pra mim não importa se é o João, se é o Pedro, ou a Maria...Nós julgamos o fato em si e aplicamos a lei. E hoje mais particularmente em minha área cuido de presídios, de benefícios de presos e eu não encontro nenhuma dificuldade. Não é porque o juiz é espírita que vai soltar todo mundo (risos), vai colocar todo mundo na rua, porque na verdade precisamos prestar contas ás leis humanas e as leis de Deus. Nós aplicamos as leis humanas, mas temos que ter essa visão amorosa, essa visão mais sensível da vida do semelhante. Quando dou um benefício para um preso nós vibramos para que ele aproveite aquela oportunidade que ele teve por merecer. À luz da doutrina espírita, mais cedo ou mais tarde todos são recuperáveis, principalmente á luz da reencarnação. Então é isso, eu concilio numa boa porque eu repito e falo: Eu não julgo a pessoa, mas o fato em si!

Raul Teixeira
ALEX – Você falou sobre o Raul Teixeira e sabemos da sua admiração e amizade para com ele, sendo assim lhe pergunto: Quem é o Raul Teixeira? O que ele representa pra você em sua vida?

ALESSANDRO – Posso dizer que ele é um anjo da guarda encarnado! Nós temos os espíritos que nos ajudam do outro lado da vida e temos espíritos encarnados que nos ajudam aqui. Pra mim ele é um benfeitor encarnado muito querido, que desde a minha mocidade acompanho suas palestras e livros, ele tinha um vínculo muito grande com a nossa região pelo Ivan de Albuquerque que é um dos espíritos que se manifesta e se comunica por ele, tem livros para a juventude, a família do Ivan de Albuquerque é aqui da cidade. Então desde a minha mocidade eu lembro do Raul que vinha aqui periodicamente fazer palestras em nossa região e que ficava em nossa casa pelo vínculo que ele tem com o meu pai. Dali foi nascendo uma amizade, um carinho muito grande e na oratória do Raul eu gosto muito da pedagogia que ele usa nas palestras, gosto muito também da metodologia que o Benfeitor dele Camilo usa nas obras. Então, eu fui me identificando com a leitura. Em algumas oportunidades fui o responsável por levar o Raul em nossa região, sendo assim, fui o conhecendo melhor através de conversas, da intimidade dele e isso foi aumentando cada vez mais o carinho por ele. Ele é um benfeitor que periodicamente nos orienta quando possível, agora mais difícil devido ao seu problema de saúde, mas nos orienta e sentimos ás vezes durante o sono a presença dele nos visitando, aconselhando e ajudando no campo espiritual, é esse o carinho deste orador que tem mais de 40 anos de oratória, quase 40 livros psicografados, tem um serviço muito grande prestado á doutrina espírita e ao Bem. E juntamente com outros confrades em Niterói ele tem o Remanso Fraterno que cuida de crianças. Ele é este benfeitor e modelo porque ele é um desses que prega toda a pureza da doutrina, pureza no sentido de viver a doutrina. Eu gosto do discurso dele em que ele diz que precisamos nos empenhar cada vez mais para viver aqui na Terra afinados com a Doutrina Espírita e o Evangelho de Jesus.

ALEX – Você falou sobre os livros do Raul Teixeira, você acha que hoje os espíritas deveriam ler mais Raul, mais Divaldo, mais Chico...?

ALESSANDRO – Com certeza, isto é estatístico: o público brasileiro é o povo que menos lê no mundo! O público espírita tem por sua vez este tipo também de dificuldade de leitura, e quando a faz se utiliza de leituras superficiais. Infelizmente hoje nós temos uma enxurrada de livros mediúnicos de má qualidade. Há os de boa qualidade, mas há muitos de má qualidade. Muitos querem ficar naquele “romance água com açúcar” que não tem nenhum ensinamento doutrinário. Então, caberia sim ao movimento espírita buscar as obras de Raul Teixeira como você citou, Divaldo Pereira Franco, Francisco Cândido Xavier...somando esses três autores nós temos aí aproximadamente 700 livros: Chico aproximadamente 420, Divaldo 220 e Raul quase 40. E temos também outros autores renomados do passado como Cairbar Schutel, Herculano Pires, temos os clássicos da Doutrina Espírita: León Denis, Gabriel Dellane, Camile Flamarion e obviamente os livros de Allan Kardec que não se limitam ás cinco obras básicas que nós conhecemos, elas se expandem para a Revista Espírita...

ALEX – E que ninguém se lembra (risos)

ALESSANDRO - ...Exatamente, e que ele escreveu durante 12 anos. A nossa leitura começa por Kardec e devemos nortear a  nossa vida fazendo as devidas complementações por estes autores que nós referimos, pois eles tem muita credibilidade, conquistaram a nossa confiança. Quando você pega um livro do Raul, do Divaldo ou do Chico nós não temos dúvidas, eles estão realmente colocando nas páginas aquilo que provém da Espiritualidade Superior. Então fica aqui o convite para que se faça leituras desses e de outros autores que mantem um vínculo muito sério com a literatura espírita.

ALEX – E quando você esteve lá em São José dos Campos, no programa radiofônico Vivência Espírita, eu lhe fiz um pergunta que irei repetir aqui agora, pois você sabe que sou um admirador de sua oratória e fico á imaginar como seria um livro de sua autoria, devido aos conteúdos que você coloca em suas explanações. Então aí vai: Você não pensa em escrever um livro?

ALESSANDRO – Eu me identifico mais com a oratória, confesso que tenho mais facilidade para falar do que para escrever, mas surgiu sim este sonho e eu já tenho um livro terminado que está pendente sobre análise em algumas editoras. Há uma semana estive em Niterói e conversando com um representante da Editora Fráter (que edita os livros do Raul Teixeira) ele acabou por se interessar pelo livro. Este meu livro é uma gratidão que tenho á uma autora espiritual chamada Amélia Rodrigues, ela escreve pelo Divaldo Pereira Franco sobre o Evangelho de Jesus e eu encanto-me com ela desde a minha mocidade. Seus livros enriquecem o Evangelho de tal maneira que não encontramos no Novo Testamento, ela desdobra as histórias. Um exemplo, a passagem que fala da mulher adúltera ela conta o que aconteceu com ela antes e depois, o que aconteceu com o marido, o traidor...Amélia complementa o evangelho com uma riqueza poética incomum. Então, esse primeiro livro que eu o nominei “Jesus, o Celeste Amigo” são lições dela de alguns livros que eu trago e amplio o comentário.
Eu escrevo também um artigo em uma revista semanal virtual de Espiritismo que eu aproveito para divulgar, que é do Paraná, a www.oconsolador.com.br

ALEX – Eu á acompanho, do nosso confrade Astolfo.

ALESSANDRO – E até o final do ano eu completo 20 artigos – 80% dos meus artigos eu falo de lições do espírito Camilo – e pretendo com eles formar um livro também. E para esses dois livros, um a destinação de nosso direito autoral será para o Remanso Fraterno e o outro aqui para a Entidade Assistencial Chico Xavier que está começando. Como não é nosso, é da doutrina, é dos espíritos, eu não gostaria de fazer disso um lucro. Tenho projeto para quem sabe um terceiro livro, mas repito que meu gosto mesmo é para a oratória, o livro vem apenas para complementar este compromisso de divulgação da doutrina.

ALEX -  E falando em oratória, na última vez que nos vimos, lá em Jacareí, você estava realizando uma palestra sobre “sexualidade”. Hoje em algumas casas espíritas – vamos dizer assim – você acha que ainda há um preconceito ou um certo tabu em falar sobre este assunto?

ALESSANDRO – Por via das regras as religiões tem dificuldade em se tratar deste assunto, por conta daquela visão clássica de que o sexo é algo imundo, pecaminoso e que não deve ser conversado, mas a partir da doutrina espírita nós tiramos este véu pecaminoso do sexo e passamos a entender que é uma função da vida que merece ser dignificada e exercida nobremente com amor. Mas mesmo assim, como você enfatizou raramente nós vemos palestras com este tema, embora existam livros sobre isto. Temos Chico Xavier com “Vida e Sexo”, “Amor e Sexo”; temos Raul Teixeira com muitas entrevistas tratando deste assunto; temos também Divaldo com muitos livros, por exemplo o “Sexo e Obsessão”; enfim... O codificador fala em “O Livro dos Espíritos” de uma forma mais sucinta, mas toca á respeito da questão sexual também, mas carece sim, pois o próprio Philomeno de Miranda diz que o sexo é o vício mais predominante na criatura humana, ás vezes não no exterior, mas no íntimo, na mente, na mídia, nos filmes...a pessoa por fora se controla, mas a mente é um turbilhão de libido descontrolado e isso traz prejuízos espirituais. Então caberia á título de esclarecimento, já que a doutrina tem este papel de iluminação de consciências, caberia ás casas espíritas e mocidades espíritas tratarem deste assunto aproveitando-se dessa riqueza de obras e de lições provenientes da espiritualidade superior. Lá em Jacareí nós abordamos uma vertente da homossexualidade, que também é um tema espinhoso, vemos muito preconceito, vemos uma sociedade homofóbica, mesmo na casa espírita vemos ás vezes intolerância, as pessoas julgando mal e conceituando mal achando que a homossexualidade é imperfeição moral, é doença, é obsessão, na verdade os espíritos explicam que não é isso, pois temos que ter uma visão de compreensão e de compaixão. Então, isso é um assunto que carece sim ser mais explorado e mais estudado dentro do movimento espírita.

Dr. Alessandro de Paula e Alex Guimarães
ALEX – E depois de termos falado sobre diversos assuntos, literatura espírita, judiciário, sexualidade...que mensagem final você poderia deixar aos nossos leitores? E aproveito para agradecer sua atenção e disponibilidade aqui na casa de seu pai, muito obrigado Alessandro.

ALESSANDRO – Nós é que agradecemos por este canal de comunicação, é sempre muito agradável falar sobre a doutrina espírita, como nós falamos no início da entrevista, é uma dívida de gratidão para com a doutrina, quando podemos falar dela é como se estivéssemos externando a nossa gratidão á ela, porque se nos fez bem fará bem á tantas pessoas. Eu fico com  um discurso que eu acho muito interessante onde o Raul Teixeira fala a respeito dessa lógica da doutrina espírita, do refletido pensar, não dessa fé cega, mas sobretudo pela vivência espírita. Eu acho que as vezes, nós religiosos, nós espíritas, acabamos deixando um pouquinho de lado afrouxando-nos na parte moral. Nós estudamos, vamos á casa espírita, ouvimos as palestras, mas não nos esforçamos tanto para viver o Evangelho. A nossa sociedade hoje não está tão carente, digo assim, ela não precisa tanto de mais católicos, mais evangélicos, mais espíritas...ela precisa de mais homens de Bem. O que tem faltado em nossa sociedade são virtudes, paz, amor, pessoas que vivam dessa forma no ambiente doméstico, social e na vida profissional. Esse é um recado que nós deixaríamos para todos e eu aí me incluo neste recado, para que possamos refletir mais sobre Jesus, sobre a sua proposta e se realmente estamos nos empenhando á vivê-la intensamente no nosso dia, para assim criarmos um vínculo com a Espiritualidade Superior e com Deus. Pois voltaremos á Pátria Espiritual, chegará a hora da prestação de contas de nossa própria consciência e que essa transição possa se dar pacificamente, tranquilamente e para isso temos que viver bem agora, pois não sabemos quando voltaremos para o Além. Esse é o recado, que possamos viver mais o Cristo, é disso que estamos precisando! 



Um comentário:

Unknown disse...

Amigos,realizo eventos espíritas em São Luís do Maranhão, vocês poderiam me conseguir o contato do Alessandro de Paula?
Abraços Fraternos,
Herbertt Morais
Coordenador do Fórum de Estudos e Debates Espíritas do Maranhão
Whatsapp: (98) 99229.6815